Nova DC ‘lava as mãos’ após comentário antivacina do astro de Shazam!

Novo presidente do DC Studios, James Gunn preferiu não tomar partido na discussão sobre os comentários considerados antivacina feitos por Zachary Levi, astro de Shazam!. O cineasta afirmou apenas que trabalha com pessoas que têm opiniões diferentes e que não pode mudar seus planos toda vez que alguém falar algo com o qual não concorda.

No último domingo (29), Levi compartilhou no Twitter um post do empreendedor Lyndon Wood (que se autodefine como transfóbico e antivax em seu perfil) que atacava a farmacêutica Pfizer. “Você concorda ou não que a Pfizer é um perigo real para o mundo?”, questionou Wood. “Concordo fortemente”, completou o ator.

Apesar do astro de Shazam! não ter falado especificamente sobre a vacina, seu comentário foi interpretado por muitos como uma crítica à imunização contra a Covid. Como ele não se pronunciou mais sobre o tema nem tentou desfazer a suposta confusão, muitos entenderam o silêncio como “quem cala, consente”. E começaram a sugerir que o ator fosse afastado da DC.

James Gunn, no entanto, preferiu não mexer no vespeiro. Afinal, Shazam! Fúria dos Deuses, continuação do longa de 2019, chega aos cinemas em 16 de março, e criticar seu astro às vésperas da estreia não seria positivo para nenhuma das partes. Existe a possibilidade de Zachary Levi continuar interpretando Shazam! em mais projetos. No evento em que apresentou o novo planejamento da DC à imprensa, o cineasta deu uma resposta diplomática sobre a confusão.

“Atores e cineastas que trabalham comigo vão dizer coisas com as quais concordo e coisas com as quais não concordo. Isso vai acontecer. Eu não tenho uma lista de coisas que todos devem dizer por causa do que eu penso. E eu não posso mudar meus planos o tempo todo só porque um ator disse algo com a qual eu não concordo”, disse.

“Se alguém estivesse fazendo algo moralmente repreensível, a história seria diferente. Aí teríamos que levar isso em consideração. Mas há um equilíbrio, vivemos em um mundo moderno, é um lugar diferente”, continuou Gunn. O cineasta também “perdoou” Ezra Miller, que se declarou culpado de invasão à propriedade privada, foi acusado de dopar uma menor de idade e chegou a ser gravado agredindo e enforcando uma mulher.

Vale ressaltar que o próprio James Gunn foi demitido pela Disney do comando de Guardiões da Galáxia Vol. 3 em 2018, depois que piadas que ele havia feito no passado brincando com temas como pedofilia, estupro, o Holocausto e os atentados de 11 de setembro vieram à tona. Após o elenco do filme defender o diretor, ele voltou ao cargo e pôde concluir sua trilogia dos heróis espaciais –o longa estreia em maio.