Dwayne ‘The Rock’ Johnson se queimou na Warner após tentar golpe na DC

Antes de James Gunn e Peter Safran serem escolhidos como os novos chefes da DC Studios, no fim de outubro, Dwayne “The Rock” Johnson tentou dar um “golpe” para assumir o controle criativo da empresa de super-heróis. Foi assim que ele conseguiu encaixar Henry Cavill como Superman nas cenas pós-créditos de Adão Negro (2022) –apenas para ver o britânico perder o papel pouco depois. As jogadas de bastidores foram malvistas na Warner Bros. Discovery, e o ex-lutador acabou queimado no conglomerado.

Uma reportagem da Variety publicada nesta quarta-feira (4) jogos às claras as movimentações que Dwayne Johnson preferia deixar escondidas. Segundo a publicação, The Rock teria se aproveitado do caos na DC após a saída de Walter Hamada –que pediu demissão após Batgirl ser jogada no lixo sem ele ter sido consultado– para tentar tomar o controle.

O próprio astro afirmava que Adão Negro ia mudar a hierarquia do poder na DC –fãs imaginavam que ele se referia ao que acontecia na ficção, com o anti-herói batendo de frente com os superpoderosos da companhia, mas Johnson estava de olho é no poder de tomar as decisões. Ele teria passado por cima de Michael De Luca e Pam Abdy, presidentes da Warner Bros. Pictures, para falar diretamente com David Zaslav, cabeça de todo o conglomerado.

Na conversa, de acordo com a Variety, Dwayne Johnson e os produtores Hiram Garcia e Beau Flynn teriam apresentado um planejamento de vários filmes com Adão Negro e Superman, que eventualmente culminaria em um grande embate entre os dois personagens. O interesse escondido? Tanto The Rock quanto Henry Cavill eram agenciados por Danay Garcia, ex-mulher de Johnson e irmã de Hiram –o ex-Superman cortou laços profissionais com a empresária em meio ao turbilhão, embora a reportagem afirme que os dois eventos não têm relação direta.

A insistência de Dwayne Johnson em ter Henry Cavill como Superman pegou mal nos corredores da Warner –em 2018, o então presidente da Warner Bros. Pictures já tinha desistido do britânico como o Homem de Aço e incentivado que um novo ator fosse encontrado para o papel. “Dwayne agiu pelas costas de todos, o que não foi bem aceito”, disse uma fonte da Variety.

Segundo a reportagem, o ator já estaria se queimando com executivos da Warner desde antes da tentativa de golpe. Ele teria exigido crédito de produtor na animação DC Liga dos Superpets (2022), na qual fez a voz de Krypto, o Supercão. O pedido foi concedido, mas ainda assim The Rock foi acusado de divulgar pouco o projeto –com 356 milhões de seguidores apenas no Instagram, ele é visto como uma ferramenta de marketing ambulante.

Johnson também teria insistido para que a premiere de Adão Negro em Nova York, o principal evento de lançamento do longa, tivesse um bar de tequila que promovesse a sua marca, Teremana, apesar de a aventura ter classificação indicativa para 12 anos, o que traria um público adolescente que não combina com as bebidas. A bilheteria que ficou muito abaixo do esperado não ajudou Dwayne Johnson a ganhar aliados nos bastidores da empresa. “Ele pedia cada vez mais, mas os retornos simplesmente não aconteciam”, informou a fonte.

No fim das contas, todas as jogadas pelo poder caíram por terra quando James Gunn e Peter Safran aceitaram o convite para assumir a DC Studios. Uma de suas primeiras decisões, inclusive, foi que Adão Negro não estará nos planos da companhia –pelo menos, não em futuro próximo.