Divulgação/Paramount+
Atriz e cantora conversou com a Tangerina sobre ser uma celebridade e um exemplo para meninas negras que buscam a fama
Uma das estrelas de Escola de Quebrada (2023), filme do Paramount+ produzido por Kondzilla, Laura Castro não é novata no mundo das celebridades. Integrante do grupo pop BFF Girls, a atriz e cantora de 20 anos coleciona centenas de milhares de seguidores nas redes sociais e faz sucesso com o público teen. Mas isso não significa que ela já se acostumou totalmente com a fama.
Laura se tornou conhecida ao participar da primeira edição do The Voice Kids, em 2016, quando tinha apenas 14 anos. Após fazer todos os jurados virarem as cadeiras por causa de sua voz, ela escolheu o time de Ivete Sangalo e não deixou mais os holofotes. Após o encerramento do reality musical, formou o BFF Girls com outras duas ex-participantes, Bia Torres e Giulia Nassa.
O sucesso com o grupo pop a levou a realizar um sonho “duplo”. Atriz desde os 10 anos, Laura passou a trabalhar ainda mais com atuação e, entre projetos voltados para o streaming, abocanhou o papel da popular Camila em Escola de Quebrada.
Estar em alta em várias vertentes do showbiz pode mexer com a cabeça de qualquer um, mas Laura Castro ainda se assusta com tamanha repercussão. A atriz está se acostumando com o fato de que seu nome e rosto aparecem estampados em vários lugares, seja em uma matéria na imprensa ou em produtos à venda para divulgar seu trabalho no grupo musical.
“É uma coisa muito louca. Outro dia, eu estava conversando sobre a sobrinha de um amigo meu que fez aniversário e o tema [da festa] era as BFF Girls. Aí eu vi um copinho com a nossa foto e para mim isso não é normal, sabe? Nós que somos artistas temos que fazer o que fazemos por amor. E eu sempre fiz por muito amor e porque eu gosto, claro. Se eu não fizer isso, não sei o que vou fazer por minha vida, entendeu? Então, eu nunca fiz com o objetivo de ser famosa ou alcançar muitas pessoas. Sempre foi consequência. Acho que é por isso que não cai muito a ficha”, contou Laura em entrevista exclusiva à Tangerina.
Intercalar projetos como cantora e atriz com tão pouca idade exerce um peso nas costas da atriz que nem todo artista consegue lidar. Para Laura, ainda há o fato de ser representante da comunidade negra, tão escanteada e desvalorizada de papéis importantes da cultura pop por causa de racismo.
“Tudo isso é uma responsabilidade muito grande, e eu penso muito na Laurinha, que sou eu de alguns anos atrás. Quando assistia aos filmes na televisão, eu não me via nos protagonistas, não me via nas personagens mais poderosas ou nas que eu mais admirava. Poder preencher essa lacuna para algumas crianças que são como eu era, eu acho que é uma bênção muito grande na minha vida”, compartilhou.
De acordo com Laura, a pouca idade não impede que ela entenda a responsabilidade que carrega nas costas com essa representatividade. Espelhada em grandes estrelas como Beyoncé e Rihanna, ela comemora que seja exemplo para jovens garotas negras que veem o seu exemplo como um incentivo para buscar sonhos iguais aos dela.
“Eu acho que é uma responsabilidade muito grande. Mesmo eu sendo nova, tenho total consciência dessa responsabilidade e sei o quanto ela é importante, porque sei que eu tive falta disso quando era pequena. Então, quando eu vejo crianças pretas olhando para mim como um exemplo ou como algo que elas querem ser, é gratificante. É tipo: ‘Eu consigo fazer isso porque estou vendo alguém que é parecida comigo fazendo. Então, eu tenho capacidade de me tornar e chegar onde eu quiser'”, completou a estrela de Escola de Quebrada.
“Acho que isso realmente virou uma missão na minha vida. Não era uma missão quando eu comecei, mas foi se tornando uma missão para mostrar para meninas crianças ou mesmo da minha idade. Elas conseguem chegar onde quiserem, não importa a cor ou de onde vêm.”
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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