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Sope Dirisu e Joe Cole

Divulgação/Lionsgate+

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Rivalidade e violência: Por que Gangs of London é nova Peaky Blinders?

Primeira temporada da série está disponível na Lionsgate+, e segundo ano estreia em 4 de dezembro; confira entrevista com os produtores

André Zuliani

Um dos principais títulos da Lionsgate+ no Brasil, Gangs of London tem conquistado espaço entre os fãs de dramas criminais que ficaram órfãos após o fim de Peaky Blinders (2013-2022). Produções britânicas, as duas séries contam com elementos que alimentam ainda mais as comparações feitas pelo público.

Criada pela dupla Gareth Evans e Matt Flanery, Gangs of London se passa nos dias atuais e conta a história do submundo do crime de Londres. No centro da trama está a família Wallace, liderada pelo patriarca Finn (Colm Meaney), mafioso mais poderoso da cidade. Ele controla todos os clãs que dividem o poder econômico, político e social da metrópole, o que lhe dá o status de um quase deus entre seus pares.

Quando Finn é misteriosamente assassinado, Sean Wallace (Joe Cole), seu filho mais velho, herda o poder e o controle da cidade. Enlouquecido pelo crime, o rapaz inicia uma caçada para encontrar os responsáveis pela morte de seu pai e acaba criando um conflito muito maior do que o esperado.

A temática envolvendo um novo líder ascendente no universo de gângsteres une Gangs of London e Peaky Blinders de forma quase umbilical. Mesmo que situadas em diferentes épocas, as duas atrações exploram o mundo do crime e suas complicações, focando na ascensão de um novo líder capaz de alterar o status quo –Sean Wallace, na primeira, e Tommy Shelby (Cillian Murphy), na segunda.

Paapa Essiedu e Joe Cole

Paapa Essiedu e Joe Cole em cena de Gangs of London

Divulgação/Lionsgate+

Das principais ligações entre as duas séries, a que mais se destaca é a do elenco. Protagonista de Gangs of London, Joe Cole interpretou John Shelby, o irmão mais novo de Tommy e Arthur (Paul Anderson), em Peaky Blinders. O ator de 33 anos apareceu na produção até o início da quarta temporada, quando seu personagem foi assassinado em uma guerra entre gângsteres.

Por serem atrações voltadas para o mundo do crime, ambas têm a violência como parte de seu DNA. Se Peaky Blinders contou com mortes surpreendentes e massacres marcantes, Gangs of London tem nas cenas de ação um de seus trunfos. Sequências de lutas envolvendo personagens como Elliot Finch (Sope Dirisu), policial infiltrado entre os mafiosos, são tão bem gravadas e coreografadas que não devem nada a filmes do gênero.

Outra característica que aproxima as duas atrações é o fato de mostrar o submundo do crime além dos clichês. Mesmo sendo séries sobre gângsteres, Peaky Blinders e Gangs of London não se aprofundam em temas comuns sobre drogas e tráficos. Nestes universos, os mafiosos vão além da política e controlam corporações que dominam o mercado financeiro da cidade.

Crime atrai público

Segundo Thomas Benski, produtor executivo de Gangs of London, a série tem um tema atemporal que ainda atrai a atenção do público geral: o crime. Para ele, as pessoas ficam fascinadas pelo estilo de vida dos mafiosos e por seus dilemas.

“Olha, eu diria que [o atrativo] é falar sobre famílias, mas as pessoas ainda ficam fascinadas em ver este tipo de personagem tomando decisões extremas em todos os momentos, enquanto uma pessoa normal não faz isso. E temas como família, ganância e poder estão lá. Para nós, foi muito importante fazer uma série que não fosse convencional quando explorasse esses assuntos”, contou Benski em entrevista exclusiva à Tangerina.

“Nossa expectativa é sempre inovar e, no Reino Unido, todas estas séries e filmes do gênero que vieram antes têm isso. Nós queríamos uma perspectiva que fosse um pouco mais moderna. Algo que nós fazemos muito é, enquanto existem muitas produções inspiradas em Hollywood, nós olhamos para o leste e para o cinema asiático para usar esse DNA em nossa construção. É por isso que [Gangs of London] pareceu um respiro quando estreou na TV.”

Lee Charles e Sope Dirisu

Lee Charles e Sope Dirisu em cena de luta da primeira temporada

Divulgação/Lionsgate+

Benski apontou a diversidade e os experimentos em Gangs of London como provas de maneiras que a série busca inovar. Na trama, os clãs liderados por Wallace são formados por pessoas de diferentes nações e etnias, como nigerianos, paquistaneses, libaneses e irlandeses.

“Nossas inspirações são retratadas na forma como gravamos, escrevemos e escalamos o elenco para a série. Como nós contamos as histórias desses imigrantes é realmente muito poderoso para mim. É a partir disso que nós nos pressionamos a ir em frente”, completou.

Na visão de Corin Hardy, showrunner e diretor de Gangs of London, a parte familiar das histórias de mafiosos também prende a atenção dos espectadores. O chefão entende que ver gângsteres envolvidos em questões cotidianas aproxima um pouco mais os personagens do público geral.

“Acho que histórias de gângsteres meio que te trazem para dentro destas famílias. As pessoas conseguem se relacionar com o tipo de dificuldade e de relacionamento que esses personagens têm. Isso desprende as famílias desse mundo de crime nos quais as vemos e nos leva a situações incrivelmente tensas e difíceis, mas que são capazes de fazer você ficar se perguntando se eles serão capazes de sobreviver. Você mistura isso com ação elevada, e nós temos a nossa receita”, finalizou.

Com nove episódios, o primeiro ano de Gangs of London está disponível completo no Lionsgate+. A segunda temporada estreia na plataforma em 4 de dezembro.

Sope Dirisu e Joe Cole

Gangs of London - 2ª temporada

Confira o trailer dublado da produção

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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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