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Divulgação/HBO

SPIN-OFF

House of the Dragon: ‘Bíblia’ convenceu HBO a produzir série; entenda

Spin-off bateu recordes na HBO e já está renovada oficialmente para uma segunda temporada

André Zuliani

Maior estreia da história da HBO, House of the Dragon começou a ser exibida no último dia 21, mas sua concepção teve início há três anos. Antes mesmo do fim de Game of Thrones (2011-2019), o canal premium já trabalhava no desenvolvimento do primeiro spin-off da franquia.

O projeto teve início no primeiro semestre de 2019, quando milhões de fãs ao redor do mundo começavam a se despedir de Jon Snow (Kit Harington), Daeneys Targeryan (Emilia Clarke) e companhia. Na época, Ryan J. Condal, que viria a ser cocriador e showrunner de House of the Dragon, se reuniu com outros dois roteiristas para criar o esboço de uma série prelúdio do maior fenômeno da HBO nos anos 2010.

Seis meses antes de a emissora anunciar oficialmente a produção de House of the Dragon, Condal e seus roteiristas trabalharam por cerca de três semanas na concepção da nova série. O resultado disso foi uma “Bíblia”, de 50 a 60 páginas, com toda a visão que a equipe tinha para o desenvolvimento do spin-off.

“Isso foi essencialmente uma prova de conceito para a HBO, com eles dizendo que realmente gostaram deste piloto que eu escrevi. ‘Para onde a série vai?’ Acabei com provavelmente uma Bíblia de 50 ou 60 páginas, dando uma visão clara. Eles disseram que gostaram muito disso, e então eu comecei a perseguir Miguel [Sapochnik, diretor e coshowrunner]”, contou Condal em entrevista obtida com exclusividade pela Tangerina.

“Assim que Miguel entrou, eles confirmaram a série e convocamos uma sala de roteiristas para contar histórias. Mas nós já tínhamos o livro [de George R.R. Martin] e a Bíblia, então a primeira temporada já estava lá no sentido dos traços gerais. A questão era: como você a encaixa neste universo? Quais são todos os detalhes? Isso é realmente o que uma sala de roteiristas faz muito bem —entrar nos detalhes.”

Olivia Cooke

Olivia Cooke em House of the Dragon

Divulgação/HBO

Replicando a fórmula

Para Condal, era necessário manter em House of the Dragon tudo o que deu (muito) certo em Game of Thrones. Isso significava replicar quase toda a fórmula que tornou a série um fenômeno mundial.

Mesmo com a trama do spin-off situada quase 200 anos antes da série original, muitos elementos poderiam ser resgatados para que o fã pudesse se familiarizar com o universo da nova atração. Desta forma, os showrunners buscaram manter o tom, sensualidade e violência que marcaram as oito temporadas de Game of Thrones.

“Você sabe, Miguel sempre diz: ‘Se não está quebrado, não conserte.’ Uma das muitas coisas que funcionaram incrivelmente bem na série original foi o tom e a forma como foi apresentada. Era um mundo muito real, tátil e violento; engraçado e sombrio; sexy e vulgar. Estamos tentando, se não replicá-lo, certamente honrar isso”, acrescentou.

Além de trabalhar com uma equipe de roteiristas, Condal admitiu que precisava da benção de ninguém menos do que o criador dos livros que inspiraram ambas as séries: George R. R. Martin. De acordo com o showrunner, o autor participou de quase todo o processo de desenvolvimento de House of the Dragon.

“Eu o vi como um supervisor, a voz no éter para mim. Ele é muito respeitoso e eu mandei tudo para ele —todos os roteiros que escrevemos, os esboços; nós enviamos os cortes da primeira temporada que enviamos para a HBO. Porque eu quero que ele sinta que está envolvido e sabe o que está acontecendo”, destacou.

“Isso geralmente o mantém muito feliz. Mas vou ligar para ele e apenas fazer perguntas, principalmente agora que estamos começando a pensar sobre o que isso [a série] vai dar a partir daqui”, finalizou Condal.

Os eventos de House of the Dragon são situados 200 anos antes de Game of Thrones e baseados no livro Fogo & Sangue, de Martin. A primeira temporada da série conta com 10 episódios, exibidos aos domingos pela HBO.

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André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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