Divulgação/Paris Filmes
O astro falou sobre a escalação de atores britânicos nas produções norte-americanas
Idris Elba está em alta em Hollywood. O astro tem dois filmes como protagonista em cartaz: A Fera e Era Uma Vez Um Gênio. Apesar do destaque na indústria cinematográfica, o ator britânico sofre constantemente com críticas, especialmente com argumentos racistas. Ele decidiu quebrar o silêncio para dar um recado aos norte-americanos.
Uma polêmica de 2017 voltou à tona com o novo filme I Wanna Dance with Somebody. A cinebiografia conta com a atriz britânica Naomi Ackie no papel de Whitney Houston (1963-2012). A decisão da Compelling Pictures de não escalar uma mulher dos Estados Unidos para a posição de protagonista revoltou muita gente.
Em entrevista para o programa The Shop, de LeBron James na HBO, Idris Elba decidiu dar sua opinião sobre o caso. Ao ser perguntado sobre a escalação de Naomi Ackie, o ator não teve medo de criticar Hollywood:
“Sabe o que eu notei? Você disse mulheres negras na América versus uma mulher inglesa”, disse Elba. “Como ser inglês te torna menos negro? Para mim, isso define o quão burro este argumento é. Sem desrespeito a quem tem esse sentimento, mas é o que é.”
A língua de Elba estava afiada. Ele continuou o seu pensamento. “O fato é: somos todos negros. Se você coloca um ator escocês interpretando um personagem irlandês ou inglês, não vai ter um debate sobre a escalação. Mas, entre nós, queremos apontar o dedo porque viemos de um condicionamento que faz as pessoas apenas se certificarem sobre ‘de onde você é?’, ‘você é autêntico?, ’quão negro você é?’.”
E não é apenas sobre Naomi Ackie na cinebiografia de Whitney Houston. O ator sofre incessantemente com os ideais nacionalistas dos Estados Unidos. No programa da HBO, o protagonista de A Fera deu mais detalhes sobre suas experiências.
“Meu avô lutou na Segunda Guerra Mundial [1939-1945] por este país, os EUA, ele é de Kansas City”, explicou Elba. “Eu venho trabalhar para este país e alguém me diz ‘você não é americano’, e eu fico tipo ‘hein?’. Como vocês ousam? Isso se chama atuação. Não apropriação cultural. Isso é definitivamente algo que devemos prestar atenção. Mas, na profissão de ator, a pessoa deve ter liberdade para atuar.”
A polêmica de 2017 começou com ninguém menos que Samuel L. Jackson. Na ocasião, o veterano de Hollywood criticou a presença do britânico Daniel Kaluuya em Corra! Apesar de ser indicado ao Oscar pelo filme de Jordan Peele, o ator não conseguiu impressionar o astro da Marvel.
“Eu tendo a me perguntar o que esse filme [Corra] teria sido com um ‘irmão’ norte-americano que realmente sente isso”, questionou o intérprete de Nick Fury naquela oportunidade. Depois de cinco anos, a polêmica voltou com tudo para o centro de Hollywood.
I Wanna Dance with Somebody estreia em 21 de dezembro nos cinemas dos Estados Unidos. Veja o pôster do filme:
Pôster da cinebiografia de Whitney Houston
Divulgação/Compelling Pictures
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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