Reprodução/CBS
Atração do Gigante Esmeralda estreou em 10 de março de 1978 com Bill Bixby e Lou Ferrigno dividindo o personagem principal
Um dos primeiros heróis do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) e integrante original dos Vingadores, o Hulk começou sua história em produções live-action com a série O Incrível Hulk (1978-1982), que estreava há exatos 45 anos. Apesar de passar longe do padrão de qualidade dos longas atuais, já que colocava um fisiculturista pintado de verde como o Gigante Esmeralda, a atração até hoje afeta a franquia bilionária.
O motivo? O ator Lou Ferrigno, o tal fisiculturista que viveu o Hulk transformado na série, foi convocado para fazer a voz do monstro nos filmes do MCU. Foi assim no primeiro Hulk (2003), estrelado por Eric Bana e dirigido por Ang Lee, e em O Incrível Hulk (2008), com Edward Norton no papel de Bruce Banner e Louis Leterrier na direção.
Ferrigno também fez a voz do personagem em Os Vingadores (2012), Vingadores: Era de Ultron (2015) e Thor: Ragnarok (2017), quando Banner já tinha caído nas mãos de Mark Ruffalo. O fisiculturista, obviamente, não teve seus serviços requisitados quando o Gigante Esmeralda estava em sua fase Professor Hulk, já que ele trocou os grunhidos e rugidos por falas coesas com frases completas –que couberam ao próprio Ruffalo.
Coincidência ou não, Lou Ferrigno já afirmou publicamente que Mark Ruffalo é o intérprete de Hulk do qual ele menos gosta –especialmente em sua fase intelectual. “Eu fiquei realmente decepcionado com Vingadores: Ultimato [2019]. Porque o Hulk precisa ser horrível. Ele precisa ser uma criatura, literalmente. E o que você vê em Ultimato é basicamente só o Mark Ruffalo”, reclamou ele durante uma aparição na Comic Con do Canadá.
“Não gostei nem um pouco da maneira como o Hulk foi caracterizado. Acho que grande parte do atrativo do personagem se perdeu. Fica muito diferente, principalmente com todo o CGI. Você não vê mais o Hulk gritando e perdendo o controle. Ele basicamente só fica conversando durante o filme. Isso estragou o personagem”, falou o ator, sem segurar a língua. “Mark é um excelente ator, mas eu não consigo levá-lo a sério como Hulk.”
Curiosamente, Lou Ferrigno não era o responsável pela voz do Incrível Hulk em sua própria série –ele servia apenas como o corpo do monstro verde. Ao longo de suas cinco temporadas, dois atores diferentes dublaram os grunhidos do personagem. Nenhum deles recebeu créditos pelo trabalho, mas suas participações foram amplamente divulgadas durante e, especialmente, depois de a atração sair do ar.
O primeiro foi Ted Cassidy (1932-1979), que já havia interpretado o mordomo Tropeço na série de A Família Addams (1964-1966). Depois de emprestar sua voz para as duas primeiras temporadas de Hulk, o ator que sofria de acromegalia (uma doença que acelera o crescimento) acabou morrendo após uma cirurgia para a retirada de um tumor benigno. Assim, Charles Napier (1936-2011) assumiu os sons do personagem nos três últimos anos.
Quarenta e cinco anos depois da estreia, Lou Ferrigno é o único astro de O Incrível Hulk que continua vivo. Bill Bixby (1934-1993), que interpretava o cientista David Banner –o nome do protagonista foi mudado para se distanciar das HQs–, morreu por causa de um câncer na próstata. Já Jack Colvin (1934-2005), que vivia o repórter Jack McGee, sofreu um derrame aos 71 anos.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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