Divulgação/Universal Pictures
A saga vive mais um recomeço com a estreia novo filme em 3 de julho nos cinemas; entenda
Em 12 de junho de 2015, Jurassic World – O Mundo dos Dinossauros estreava nos cinemas como um soft reboot da clássica franquia. O longa inaugurava uma nova trilogia, com novos personagens e efeitos atualizados, mas respeitando o legado do parque criado por Steven Spielberg em 1993. Dez anos depois, a saga vive mais um recomeço: Jurassic World: Rebirth estreia em 3 de julho e, apesar de continuar os eventos de Domínio (2022), foi pensado como um novo ponto de partida para a franquia.
A estratégia da Universal escancara um problema cada vez mais evidente em Hollywood: a reciclagem incessante de propriedades intelectuais famosas. A nova produção tem direção de Gareth Edwards (Rogue One) e elenco renovado, com nomes como Scarlett Johansson e Jonathan Bailey. Mas, no fundo, é mais uma tentativa de lucrar com o que já é conhecido pelo público. A reinicialização de Jurassic World mostra como os estúdios evitam se arriscar em histórias inéditas.
Desde o fim da pandemia, as bilheterias se recuperaram, mas o apetite por inovação continua tímido. Os grandes sucessos de bilheteria ainda estão quase sempre ligados a IPs já consagradas. Entre 2015 e 2018, a média era de cinco filmes por ano ultrapassando a marca de US$ 1 bilhão (R$ 5,6 bilhões). Em 2019, esse número chegou a nove. Mas a pandemia derrubou esse desempenho, e a média recente caiu para dois títulos bilionários por ano.
Em meio a esse cenário, os estúdios apostam cada vez mais em universos já estabelecidos. Nos últimos dez anos, apenas Zootopia (2016) alcançou a marca de US$ 1 bilhão sem fazer parte de uma franquia ou adaptação. O padrão mostra que a ousadia criativa continua fora do radar das grandes produtoras, que preferem assegurar retorno com histórias familiares ao público.
O comportamento da audiência também contribui para esse ciclo. O público, muitas vezes, evita pagar por uma experiência completamente nova e prefere esperar o lançamento no streaming. Do outro lado, os estúdios seguem com receio de investir em ideias originais. Assim, a indústria entra em um loop criativo que pode ser prejudicial a longo prazo para a diversidade narrativa do cinema.
Curiosamente, a trilogia Jurassic World com Bryce Dallas Howard e Chris Pratt teve desempenho exemplar nas bilheterias. O primeiro filme faturou US$ 1,6 bilhão (R$ 8,9 bilhões) em 2015. A sequência, Reino Ameaçado (2018), arrecadou US$ 1,3 bilhão (R$ 7,2 bilhões). E o último capítulo, Domínio, somou US$ 1 bilhão em 2022.
Os três ficaram entre os mais vistos de seus respectivos anos, superando títulos como Doutor Estranho 2 (2022), Os Incríveis 2 (2018) e até Vingadores: Era de Ultron (2015). Resta saber se esse novo reboot vai manter o sucesso —ou apenas reforçar a fadiga das grandes franquias.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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