Divulgação/Netflix
Primeira temporada da produção nacional estreia na plataforma nesta quarta-feira (15). Elenco conta com nomes que ficaram famosos na Globo
Um dos títulos mais aguardados da Netflix para 2022, Maldivas estreia nesta quarta-feira (15) cercada de expectativas. Com um elenco estelar encabeçado pelas amigas Bruna Marquezine e Manu Gavassi, a série criada por Natalia Klein aposta em uma mistura de drama, comédia e mistério para conquistar os assinantes da plataforma. O resultado, no entanto, é decepcionante.
Desde o anúncio da produção, que conta com um elenco recheado de ex-globais como Carol Castro, Sheron Menezzes e Klebber Toledo, Maldivas era considerada a nova grande aposta para o mercado nacional. A ideia da Netflix era repetir o sucesso de produções como Coisa Mais Linda (2019-2020) e Cidade Invisível, que reúnem atores já conhecidos pelo grande público após anos em destaque na TV aberta.
A presença de nomes em alta no mercado apenas aumentou a grife em torno da série. Bruna Marquezine havia deixado a Globo como uma das principais atrizes de sua geração, enquanto Manu Gavassi saiu de sua participação no BBB 20 muito maior do que quando entrou.
Com um grupo de atores cujas carreiras falam por si só, apenas uma trama desastrosa poderia atrapalhar os planos da Netflix. A premissa inicial de Maldivas, que resgata a popular fórmula do “quem matou?”, tampouco indicava isso. O que vemos em tela, porém, é um entretenimento muito, mas muito aquém do esperado.
Manu Gavassi em Maldivas
Divulgação/Netflix
A trama da série gira em torno de um grupo de mulheres da alta sociedade brasileira que vivem no Maldivas, condomínio de luxo localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro. As chamadas (ou autointituladas) “rainhas” do local são Milene (Manu), Kat (Carol Castro) e Rayssa (Sheron Menezzes). Ricas, belas e apreciadoras de bons drinques, elas são o que a sociedade impõe como perfeitas.
A vida delas vira de cabeça para baixo após um incêndio no condomínio matar Patricia (Vanessa Gerbelli), a quarta integrante do grupo. Já que antes de morrer a vítima protagonizou intrigas com o trio, as rainhas do Maldivas se veem no centro de uma investigação comandada pelo detetive Denilson (Romani), como as principais suspeitas.
Na outra ponta da série surge Liz (Bruna), jovem de 18 anos e filha de Patricia, cujo verdadeiro nome é Leia. Abandonada pela mãe ainda criança após uma grande tragédia, ela decide ir ao Maldivas para entender o que a levou a tomar tal decisão. Ao descobrir o acidente que vitimou Patricia, Liz opta por continuar no condomínio de luxo e investigar o ocorrido por conta própria.
O principal problema de Maldivas começa na caracterização de suas personagens. Desde o primeiro episódio, o trio de rainhas do condomínio surge com interpretações clichês e exageradamente estereotipadas. A Milene de Manu Gavassi se destaca como uma Barbie egocêntrica com trejeitos extremamente forçados, bloqueando qualquer naturalidade do trabalho da atriz.
Carol Castro e Sheron Menezzes
Em menor intensidade, tais estereótipos também prejudicam os trabalhos de Carol e Sheron. Ainda que o humor da dupla funcione melhor que o de Manu, a pobreza no texto de Natalia Klein —cujo talento foi comprovado em Adorável Psicose (2010-2014)— não permite que Maldivas atraia o espectador para além do mistério que envolve a trama da série.
Dos três primeiros episódios disponibilizados para a imprensa, o principal destaque vai para Bruna Marquezine. Agora estrela de Hollywood, a atriz faz de Liz um respiro com seu jeito doce e longe dos arquétipos que se destacaram em suas coprotagonistas.
No fim, Maldivas pode até conseguir o sucesso esperado pela plataforma —a história do streaming prova que qualidade nunca foi pré-requisito para uma produção ficar entre as mais vistas da Netflix. Mas não há procura o bastante que releve a decepção em torno desta primeira leva de episódios da atração.
Maldivas
Assista ao trailer
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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