Divulgação/Disney+
Coração de Ferro pode não ter tido o mesmo barulho de outras produções, mas provou que ainda há espaço para riscos
Coração de Ferro chegou ao fim no Disney+ em meio a um lançamento discreto, com dois blocos de três episódios cada e pouca repercussão nas redes. Mesmo sem o impacto comercial de outras produções da Marvel, a série protagonizada por Riri Williams (Dominique Thorne) marca um importante passo criativo do estúdio: o de se permitir ousar, rir e experimentar. Apesar das críticas — baseadas em preconceito racial —, a trama entrega um dos finais mais interessantes do universo dos Vingadores.
Na história, a jovem inventora Riri retorna para Chicago após os eventos de Pantera Negra: Wakanda para Sempre (2022). Ela se vê no centro de um embate entre ciência e magia ao cruzar o caminho de Parker Robbins (Anthony Ramos), o Capuz. Ao longo dos episódios, a protagonista constrói sua própria armadura, tenta proteger quem ama e entende o peso de ser uma heroína. Mas é no final que a série realmente surpreende.
Em um momento que desafiaria a lógica da Marvel tradicional, Riri recebe uma proposta de Mephisto (Sacha Baron Cohen) — sim, o próprio diabo — para trazer sua melhor amiga de volta à vida. E, em vez de recusar como todo herói “modelo”, ela aceita. A escolha abre portas narrativas enormes para o MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) e mostra que o estúdio está finalmente disposto a sair da fórmula previsível.
A decisão de Riri faz sentido. Como sucessora de Tony Stark (Robert Downey Jr.), ela carrega os dilemas morais e as consequências de grandes escolhas. Nos quadrinhos, o próprio Tony teve várias interações com Mephisto, o que torna essa ligação ainda mais promissora para o futuro da personagem.
Coração de Ferro pode não ter tido o mesmo barulho de outras produções, mas provou que ainda há espaço para riscos dentro do universo Marvel. E, com sorte, essa história vai continuar — seja em uma nova série ou até mesmo nas telonas.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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