(Foto: Divulgação/Marvel Studios)
O estúdio até apostou alto, mas colheu resultados que indicam que ajustes profundos serão essenciais
Os filmes da Marvel lançados em 2025 chegaram recentemente ao Disney+, e a maratona deixa claro que o estúdio viveu um ano turbulento. A chegada do Quarteto Fantástico: Primeiros Passos ao catálogo completou o ciclo do ano e permitiu que o público revisse todas as produções com calma. A experiência destaca escolhas que limitaram o impacto das histórias e levantaram dúvidas sobre o futuro do estúdio.
O Quarteto Fantástico acerta ao apostar na estética dos anos 1960 e no clima mais otimista, mas falha em algo essencial. A equipe usa seus poderes muito menos do que o esperado, especialmente Reed Richards (Pedro Pascal), que mal demonstra suas habilidades ao longo do filme. As cenas com a Surfista Prateada (Julia Garner) e o confronto com Galactus (Ralph Ineson) até funcionam, mas são poucas dentro de uma produção que precisava mostrar mais ação e personalidade para apresentar a equipe ao grande público.
Thunderbolts* também revela problemas evidentes em uma revisão. A morte de Taskmaster, interpretada por Olga Kurylenko, acontece cedo demais e serve apenas como choque rápido. O destino da personagem quase não afeta a trama e desperdiça um potencial construído desde Viúva Negra (2021). Ela poderia render novos caminhos dramáticos, mas acaba eliminada sem peso narrativo.
Capitão América: Admirável Mundo Novo tinha a expectativa do retorno do Líder (Tim Blake Nelson) após sua primeira aparição em 2008, mas isso não se traduz em tela. O vilão aparece pouco, com visual simplificado e sem representar ameaça real. Para um antagonista aguardado há tantos anos, a falta de presença e destaque se torna ainda mais frustrante para quem acompanha o MCU (Universo Cinematográfico da Marvel) desde o início da saga.
Elenco de Thunderbolts*
(Foto: Divulgação/Marvel Studios)
Outro ponto que prejudicou a experiência foi o excesso de destaque ao Hulk Vermelho (Harrison Ford) no material promocional, enquanto o personagem só entra em cena na batalha final. O público já sabia da transformação do personagem, o que tira qualquer surpresa. A trama poderia aprofundar a relação entre o vilão e o Líder, criando um conflito mais sólido, mas a conexão fica rasa e mal explorada.
Até a cena pós créditos de Capitão América: Admirável Mundo Novo gerou estranhamento. O Líder avisa Sam Wilson (Anthony Mackie) sobre ameaças multiversais, apesar de nunca ter tido ligação com esse tipo de conhecimento. A sugestão deixou muitos fãs confusos e acabou rendendo explicações posteriores que só ampliaram a sensação de desencontro dentro do próprio universo narrativo.
Para completar, todos os filmes de 2025 tiveram bilheterias abaixo das expectativas. Quarteto Fantástico liderou o ano com US$ 521 milhões (R$ 2,7 bilhões), mas ainda distante do padrão de outros períodos da Marvel. A recepção coloca em dúvida as continuações de Capitão América e Thunderbolts*, enquanto o Quarteto surge como a única aposta com caminho mais claro. Mesmo assim, o filme sobre a família poderosa deve terminar o ano fora do top 10 bilheteria.
Rever os filmes mostra que 2025 teve seus méritos, mas também erros de construção, ritmo e desenvolvimento de personagens. Foi um ano em que a Marvel apostou alto, mas colheu resultados que indicam que ajustes profundos serão essenciais para reconquistar o público e recuperar o brilho de fases anteriores.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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