Confusão na Marvel e acerto de Jared Leto: O que esperar de Morbius?

Depois do sucesso de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, a Sony Pictures continua a investir no universo dos super-heróis. A nova produção do estúdio, Morbius, que estreia nesta quinta-feira (31) nos cinemas, traz para as telas um vilão do Homem-Aranha nas histórias em quadrinhos, o Vampiro Vivo.

O longa estrelado por Jared Leto apresenta um lado do personagem diferente do que é visto nas HQs, uma versão mais altruísta. Michael Morbius, um bioquímico genial que sofre com uma doença sanguínea rara. O personagem fica fraco, tem problemas de locomoção e uma expectativa de vida reduzida por conta da condição. Sua vida inteira é devotada a achar uma cura para sua enfermidade, que também acomete seu melhor amigo Milo (Matt Smith) e centenas de pessoas.

Mas, enquanto não acha a salvação, o personagem cria um sangue artificial para ajudar em sua enfermidade. A descoberta ajuda a milhares de pessoas no mundo inteiro e até lhe rende um Prêmio Nobel. Que, para surpresa de todos, Morbius recusa. Ele não quer prêmios, apenas a cura.

É neste momento que o filme dirigido por Daniel Espinosa e escrito por Burk Sharpless e Matt Sazama apresenta seu primeiro furo de roteiro. Por motivos não revelados, o cientista viaja até a Costa Rica em busca de morcegos. A trama não explica qual a diferença entre o animal encontrado na América Central e no resto do mundo. No entanto, Morbius vai até a floresta à procura da cura.

O personagem de Leto consegue achar a solução para sua enfermidade, mas a “cura” lhe traz consequências desastrosas. E, mais uma vez, o roteiro apresenta uma falha. Seu melhor amigo Milo também acaba se transformando em um vampiro ao se autoadministrar a cura, mas o filme não explica como ele descobre qual frasco tomar e onde injetar em seu corpo. Essas inconsistências acabam tirando o impacto da história de origem do vilão.

Trailer de Morbius

Jared Leto como o Vampiro Vivo em cena de Morbius

Jared Leto já havia provado sua capacidade como ator em Clube de Compras Dallas (2013). Por sua atuação como Rayon, ele venceu a categoria de melhor ator coadjuvante no Oscar 2014. E, apesar de sua mais recente “conquista” no Framboesa de Ouro, ele provou em Morbius que pode interpretar qualquer personagem à sua frente, incluindo até um Vampiro Vivo.

Desde um personagem enfermo até um vampiro sedento por sangue, Leto vai de 8 até 80 durante a trama de Morbius. Ele é o principal destaque de um filme cheio de inconsistências e com um final super apressado, que mais parece feito com o único objetivo de garantir que a Sony Pictures não perca sua boquinha, insistindo nos filmes de super-heróis cujos direitos são seus por contrato.

Vale lembrar que, apesar do Homem-Aranha ser uma criação da editora de histórias em quadrinhos Marvel, a Sony adquiriu os direitos de adaptação do personagem e de seus amigos e vilões antes que a editora criasse seu próprio estúdio (hoje pertencente à Disney) e começasse a produzir seus próprios filmes. Assim, as duas primeiras versões de Peter Parker para os cinemas, além de de Venom, estrelado por Tom Hardy, não fazem parte do MCU (Universo Cinematográfico Marvel). Só a versão de Tom Holland faz parte desse universo, pois é uma coprodução entre Sony e Marvel.

Mas, voltando a Morbius, para variar, a Sony não achou o tom para a trama fantasiosa do vampiro. E, apesar da sólida atuação do protagonista vencedor do Oscar, o filme perde impacto com os furos de roteiro e a tentativa da Sony em conectar suas histórias de alguma forma ao MCU (Universo Cinematográfico Marvel).

Confusão na Marvel

AVISO DE SPOILER: Cuidado pra não azedar seu dia!

Assim como Venom 2 (2021), o novo filme procura estabelecer uma ligação com o universo do Homem-Aranha de Tom Holland na Marvel. Isso ocorre sobretudo na cena pós-crédito, que contou com a presença do Abutre (Michael Keaton), mas que resultou em um momento confuso.

O Abutre (Michael Keaton) apareceu em Morbius

Divulgação/Sony Pictures

Em Homem-Aranha: Sem Volta para Casa (2021), um portal do multiverso foi aberto e quase trouxe vários vilões de Peter Parker (Tom Holland) para a principal linha do tempo da Marvel. Mas, na cena de Morbius, um antagonista fez o caminho reverso. Os furos de roteiro estão até na cena pós-crédito!

O Abutre já estava no mundo do Tom Holland. Em vez de simplesmente ficar naquela realidade, o vilão foi jogado para o universo do Morbius. O motivo? A gente não sabe. A cena pós-crédito apenas mostrou o personagem na nova dimensão. Tomara que a gente consiga entender em algum momento…

Leva que tá doce! Apesar dos apesares, o filme tem uma narrativa interessante, bem melhor do que Venom (2018). A caracterização dos vampiros foi algo impressionante para o universo dos super-heróis.

Dois pelo preço de um: Bem, se você gostou da franquia Venom, com certeza vai adorar Morbius!

Presta atenção, freguesia: A personagem de Adria Arjona, Martine Bancroft, deve ganhar mais relevância nas próximas tramas da Sony Pictures.