FILMES E SÉRIES

Cena de Aladdin, uma das maiores animações da história

(Foto: Divulgação/Disney)

Opinião

Por que os anos 1990 continuam sendo a melhor década das animações

O contraste com o cenário atual não poderia ser maior; em 2025, a Disney sofreu um dos maiores fracassos de sua história

Victor Cierro
Victor Cierro

As animações já viveram muitas fases de brilho, mas nenhuma foi tão transformadora quanto a década de 1990. Foi nesse período que o gênero deixou de ser visto apenas como entretenimento infantil e passou a ocupar um espaço central na cultura pop, com filmes que se tornaram clássicos absolutos da história do cinema. No entanto, 2025 tem sido bem diferente.

O movimento começou com a chamada Renascença da Disney. Depois de anos de produções menos memoráveis, o estúdio voltou a dominar as bilheterias com títulos que até hoje são referência. A Bela e a Fera (1991) entrou para a história como a primeira animação indicada ao Oscar de Melhor Filme. Logo depois, vieram sucessos como Aladdin (1992), que passou de US$ 500 milhões (R$ 2,6 bilhões) em bilheteria, e O Rei Leão (1994), um fenômeno que quase chegou a US$ 1 bilhão (R$ 5,3 bilhões) em plena década de 1990.

Mas a revolução não ficou só nas princesas e contos de fadas. Em 1993, Tim Burton apresentou ao público o cultuado O Estranho Mundo de Jack, que provou a força da animação em stop-motion. Já em 1995, a Pixar mudou tudo com Toy Story, o primeiro longa inteiramente feito por computação gráfica, abrindo caminho para o futuro da indústria.

O mundo das animações mudou

A diversidade também marcou a década. Enquanto a Disney brilhava, outros estúdios entregaram obras-primas: Princesa Mononoke (1997), de Hayao Miyazaki, colocou a animação japonesa em evidência no Ocidente. Mulan (1998) conquistou público e crítica ao reinventar o conceito de princesa. Já O Gigante de Ferro (1999) trouxe uma história emocionante que, apesar do desempenho tímido nas bilheteiras, até hoje é lembrada como uma das mais sensíveis já feitas no gênero.

Além da qualidade artística, os anos 1990 mostraram que animações podiam ser eventos culturais. As trilhas sonoras invadiram rádios, as histórias ganharam peças da Broadway, brinquedos e colecionáveis lotavam as prateleiras, e até hoje essas produções continuam rendendo remakes, sequências e reboots.

O contraste com o cenário atual não poderia ser maior. Em 2025, a Pixar sofreu com Elio, que registrou a pior estreia da história do estúdio — apenas US$ 21 milhões (R$ 112 milhões) no primeiro fim de semana nos EUA. No total, o filme acumula em torno de US$ 154 milhões mundialmente (R$ 825 milhões), um resultado muito aquém do orçamento de US$ 150 milhões (R$ 803 milhões) e das expectativas de um novo clássico. Apesar de bem avaliado pela crítica, com 83% no Rotten Tomatoes, o longa não conquistou o público.

Trinta anos depois, fica claro que a magia criada nos anos 1990 continua viva. Não por acaso, essa ainda é considerada a melhor década para as animações – um período em que criatividade, inovação e emoção se uniram para criar histórias que atravessaram gerações e seguem insuperáveis até hoje.

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Victor Cierro

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Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

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