FILMES E SÉRIES

Joseph Quinn em Quarteto Fantástico

Divulgação/Marvel Studios

Marvel

Quarteto Fantástico segue nova tendência no mundo dos heróis

Essa mudança de paradigma parece ser uma resposta direta à saturação de filmes de origem

Victor Cierro
Victor Cierro

A Marvel decidiu quebrar um padrão que antes parecia obrigatório em qualquer nova franquia de super-heróis. Assim como os mais recentes filmes de Batman, Superman e Homem-Aranha, o novo Quarteto Fantástico pula a clássica história de origem. Nada de acidente cósmico, viagem ao espaço ou experimentos científicos fora de controle. A trama começa com os heróis já estabelecidos –e usa essa escolha como uma vantagem narrativa.

A decisão acompanha uma tendência crescente em Hollywood: os estúdios entenderam que o público já conhece esses personagens. Em vez de repetir os mesmos acontecimentos pela terceira ou quarta vez, os roteiristas apostam em abordagens mais ousadas e criativas. Isso dá espaço para histórias mais complexas e ritmos mais dinâmicos, sem a obrigação de gastar meia hora explicando como cada um ganhou seus poderes.

No novo filme do Quarteto Fantástico, o grupo já atua junto há anos, mas em uma realidade alternativa, separada do universo principal da Marvel. Isso permite que o roteiro brinque com expectativas e subverta fórmulas conhecidas. Não é preciso explicar quem é Reed Richards (Pedro Pascal), Sue Storm (Vanessa Kirby), Johnny Storm (Joseph Quinn) ou Ben Grimm (Ebon Moss-Bachrach). Eles já são uma equipe coesa, com dinâmica própria, e o público acompanha os conflitos que surgem a partir disso.

Essa abordagem se assemelha à usada em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017), que não mostrou mais uma vez a morte do Tio Ben ou a picada da aranha. Também segue o exemplo de The Batman (2022), que trouxe um herói em seu segundo ano de atuação, já cansado e desconfiado do sistema. E mais recentemente, Superman reinventou totalmente a origem do herói kriptoniano, ignorando Krypton e o Kansas, e apresentando uma nova versão para os pais do protagonista.

Quarteto Fantástico foge das críticas

Além de economizar tempo e evitar repetições, essa nova tendência também evita comparações diretas com versões anteriores. O novo Quarteto Fantástico se afasta das versões fracassadas de 2005 e 2015 ao não tentar refazer o que já foi contado (e criticado) antes. Em vez disso, o foco está nas relações pessoais, nas ameaças cósmicas e no impacto que esses heróis podem ter ao entrarem em contato com o universo principal do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel).

Essa mudança de paradigma parece ser uma resposta direta à saturação de filmes de origem. Durante a década de 2010, quase todo novo herói ganhava uma introdução passo a passo. Agora, os estúdios testam se a audiência está pronta para embarcar direto na ação –e, até aqui, a recepção tem sido positiva.

Quarteto Fantástico marca não só a estreia da equipe no MCU, mas também o início da Fase 6 do estúdio. E faz isso com coragem, apostando em uma narrativa que respeita a bagagem do público e acredita no poder de uma boa história, sem precisar voltar ao começo mais uma vez.

Informar Erro
Falar com a equipe
QUEM FEZ
Victor Cierro

Victor Cierro

Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.

Ver mais conteúdos de Victor Cierro

0 comentário

Tangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.

Acesse sua conta para comentar

Ainda não tem uma conta?