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Okado como Tiago em Rio Doce

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ENTREVISTA

Rio Doce: Diretor criou drama real com ajuda de elenco; saiba como

Em entrevista à Tangerina, Fellipe Fernandes aborda a construção da narrativa do filme Rio Doce, que estreia nesta quinta (20)

Giulianna Muneratto

Nesta quinta-feira (20), estreia nos cinemas do Brasil o filme Rio Doce. Dona dos prêmios de melhor filme da Mostra Competitiva de Longas e melhor longa brasileiro do Festival do Rio, a história foi uma cocriação do diretor Fellipe Fernandes com o elenco, uma parceria que enriqueceu muito a narrativa final.

Rio Doce conta a história de Tiago (Okado do Canal), que mora em Rio Doce, periferia de Olinda, e leva uma vida difícil. Pai de uma menina pequena, ele só descobre a identidade de seu próprio pai, ausente durante toda sua vida, quando é procurado por uma de suas meias-irmãs. Também fica sabendo a maneira como o homem morreu. A partir dessa descoberta, sua vida se transforma, e ele passa a questionar sua própria identidade.

A ideia de retratar a periferia de Rio Doce é mostrar ao mundo o lugar onde o próprio diretor cresceu. “Eu via no jornal que Rio Doce era retratado como um lugar perigoso, longe, e que era preciso evitar. Isso era completamente diferente da ideia que eu tinha, porque para mim aquilo sempre foi casa”, explica Fellipe em entrevista à Tangerina

O primeiro roteiro foi criado em 2014, mas tudo foi mudando a partir da escolha do elenco do filme e das vivências de cada um que era adicionado à trama. “Eu me tornei pai, então comecei a me interessar por essa questão da paternidade –não como uma coisa externa, mas como algo que faz parte da minha própria identidade. Eu tinha uma versão até o começo da produção, mas quando encontramos o elenco e começamos os ensaios, algumas coisas foram mudando”, reflete.

O personagem principal, Tiago, se transformou completamente com a escolha de Okado do Canal para o papel. O artista, que tem uma vivência real no break dance, no hip hop e no rap, trouxe isso para o protagonista e ainda acrescentou detalhes que vieram de sua própria história de vida e até seus questionamentos sobre masculinidade. 

Além disso, o filme intercala filmagens e fotografias reais do elenco para costurar o passado de cada um como parte da narrativa. “O grande problema [do personagem] era a comunicação, e pensamos como poderíamos contar a história de uma pessoa que não fala tanto. Foi aí que entrou essa coisa dos arquivos, e por sorte Okado tinha um material maravilhoso, e a coisa foi muito bem construída”, reflete o cineasta.

Apesar de já ter sido exibido em diversos festivais de cinema em 2021, Rio Doce chega oficialmente às telas brasileiras nesta quinta-feira (20).

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QUEM FEZ

Giulianna Muneratto

Jornalista pela Faculdade Cásper Líbero. Adora um filme clichê, música pop e sonhava em ser cantora de cruzeiro, mas não tem talento pra isso.

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