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Rodrigo Santoro no filme 7 Prisioneiros

Aline Arruda/Netflix

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Rodrigo Santoro foi barrado em nova série do Apple TV+; saiba por quê

Fernando Meirelles queria levar galã brasileiro para atuar em Sugar, mas enfrentou problemas com o sindicato norte-americano

Luciano Guaraldo

Principal ator brasileiro em Hollywood, Rodrigo Santoro acumula no currículo papéis relevantes em diversas séries internacionais. O astro, porém, foi barrado do elenco de Sugar, atração que Fernando Meirelles dirige para o Apple TV+. O cineasta sonhava em ter o conterrâneo na produção, mas se deparou com obstáculos criados pelo SAG, o sindicato norte-americano de atores. “Queria levá-lo comigo e não consegui”, conta o diretor indicado ao Oscar.

Em conversa exclusiva com a Tangerina, Meirelles explica que o mercado hollywoodiano até está se abrindo para o resto do mundo, dando oportunidades para atores e equipe estrangeiros em busca desses públicos. “Eles certamente consideram mais o resto do mundo agora do que 20 anos atrás [quando o diretor explodiu com Cidade de Deus]. Por outro lado e paradoxalmente, a indústria também está mais fechada por causa dos sindicatos.”

“Eu fiz essa série para a Apple, encerrei no fim de novembro, e quis levar o César [Charlone, indicado ao Oscar de cinematografia por Cidade de Deus]. Consegui porque ele está no sindicato dos fotógrafos de lá, o L600. Mas eu quis levar vários atores brasileiros e não consegui; tentei levar o Santoro, não deu; tentei o Daniel Furlan, não consegui. Não consegui levar ninguém, cara, por causa do sindicato. E, nisso, a Califórnia é o pior lugar!”, desabafa.

Meirelles afirma que até pensou em bater de frente com o sindicato para encaixar os atores em Sugar, mas ouviu do streaming que a briga não valia a pena. “O pessoal da Apple me falou: ‘Não, é muito complicado’. Então, se por um lado tem essa abertura, por outro está cada vez mais difícil. Sindicato e visto, cara, são coisas muito difíceis. O visto eles dão se a pessoa tem um talento extraordinário, mas o sindicato precisa entender por que você quer trazer um fotógrafo de fora se eles têm tantos disponíveis lá, e com ator é a mesma coisa. Eu fui indicado ao Oscar, então entro em uma categoria diferente, mas um ator que não é tão conhecido… Se nem o Santoro que tem casa lá eu consegui!”, admira-se o diretor.

Apesar de não poder contar com Rodrigo Santoro nem Daniel Furlan, o cineasta não pode reclamar do elenco que reuniu para Sugar. A produção será protagonizada por Colin Farrell (Batman) e Kirby Howell-Baptiste (Sandman), mas também contará com Amy Ryan (The Office), Anna Gunn (Breaking Bad), James Cromwell (Succession), Miguel Sandoval (Station 19) e Nate Corddry (For All Manking), entre outros.

Série com Robert Downey Jr.

E não é apenas Sugar que tem ocupado Fernando Meirelles no exterior. Ele também foi chamado para dividir a direção da série The Sympathizer com o premiado Park Chan-wook (Oldboy). A atração da HBO produzida e estrelada por Robert Downey Jr. é baseada no livro O Simpatizante, de Viet Thanh Nguyen. “É uma história incrível, que se passa nos anos 1960, sobre os vietnamitas que foram retirados do país durante a guerra e levados para os Estados Unidos.”

“Fui convidado a fazer metade, rachar a direção com o Park Chan-wook, mas eu precisaria ficar muito tempo fora e já estava no exterior desde maio. Eles começaram a rodar em 8 de novembro e vai longe ainda, falei: ‘Não vou fazer’. Aí falaram: ‘Faz o quarto e o último episódio, então, vai ser na Tailândia, só em julho [de 2023], você não precisa ficar até lá’. Topei, mas depois resolvi sair do último e agora vou fazer só um capítulo, volto para os Estados Unidos agora em janeiro e fico até março”, revela.

Em The Sympathizer, Meirelles também encarou problemas na hora de contratar profissionais de outros países. “Essa produção também tem muitos atores [estrangeiros], e eles estão tendo muitos problemas com o sindicato. A HBO até está conseguindo levar [os atores], mas para o meu episódio eu quis um fotógrafo brasileiro e barraram. O sindicato realmente está pegando muito nisso.”

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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