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Foto de Suzume

Divulgação/Crunchyroll

ENTREVISTA

Suzume: Dubladores sofreram com pressão após sucesso de filme no Japão

Novo filme de Makoto Shinkai, Suzume já está em cartaz no Brasil; confira a entrevista exclusiva da Tangerina com os dubladores do filme

André Zuliani

Novo hit dos animes, Suzume (2023) estreou no Brasil no último dia 12 cercado de expectativas. Por ser a nova obra do diretor Makoto Shinkai, nome por trás de sucessos como Your Name (2016) e O Tempo Com Você (2019), a comunidade otaku estava em êxtase para ver o resultado final após meses de espera. Tanta repercussão, contudo, também aumentou a pressão nos atores de voz que ficaram responsáveis por dublar os personagens do longa.

Em uma época na qual animes estão em alta em todo o mundo, o trabalho de dubladores tem ganhado cada vez mais destaque. Soma-se a isso o fato de as redes sociais aproximarem ainda mais estes profissionais do público, já que nos anos 1980 e 1990 a grande maioria ficava “escondido” atrás de rostos reais ou animados.

Suzume conta a história da personagem-título, jovem de uma cidade litorânea do Japão que tem sua vida virada do avesso ao conhecer Souta, um belo rapaz universitário que cruza seu caminho em busca de ruínas próximas ao local. Juntos, os dois iniciam uma jornada que envolve portas para outro mundo, criaturas mágicas e desastres naturais.

A escolhida para dar voz a protagonista foi Mayara Stefane, com trabalhos de destaque em títulos como Attack on Titan e Lycoris Recoil. Ela foi selecionada por Lucas Almeida, responsável pela direção da dublagem de Suzume no Brasil e que também atua no longa como o intérprete de Serizawa. Fábio Lucindo, de fenômenos como Pokémon (Ash Ketchum) e Dragon Ball (Kuririn), também integra o elenco principal.

Quando a equipe de dublagem começou a trabalhar no projeto, Suzume já estava em cartaz no Japão e fazendo história –é a quarta maior bilheteria de um anime em todos os tempos, com US$ 256,18 milhões (R$ 1,2 bilhão) arrecadados mundialmente. A cada nova informação sobre o sucesso do filme em outros países, a pressão em cima dos atores aumentava.

“É tudo muito louco. Enquanto a gente estava trabalhando, o filme ainda estava em cartaz no Japão e ficou por um bom tempo. Conforme nós íamos gravando, eu só via as notícias nas redes sociais de que estava batendo recordes de bilheteria, se aproximando de Your Name e tal. Eu só pensava: ‘Caraca, isso está crescendo muito’. E só por ser uma obra do Makoto [Shinkai] em si, para mim já foi uma responsabilidade enorme. Fazer essa versão brasileira torna um projeto extremamente desafiador, mas muito gratificante”, disse Lucas Almeida em entrevista exclusiva à Tangerina.

No caso de Mayara, a opção feita pela atriz foi ficar no “escuro absoluto”. Ela exigiu que o diretor de dublagem e o resto da equipe evitassem contar sobre a ótima repercussão de Suzume em outros países para que ela não surtasse com a pressão imposta pelo sucesso. “Eu só queria trabalhar nisso ‘de boinha’, sabe? Depois eu vejo as notícias. Eu não queria saber de nada, não”, completou.

Apesar de ter no currículo personagens de destaque em outras obras de anime, Mayara confessou à reportagem que se apaixonou por Suzume desde a primeira vez em que assistiu ao trailer do filme. Dos trejeitos da personagem à história cativante criada por Makoto Shinkai, a atriz viu no longa um projeto dos sonhos.

“É tudo tão real e tão fofo, natural. O fato de ter uma personagem tão completa como a Suzume e dar vida a um projeto gigante como esse, confesso, na hora em que fui fazer o teste me deu um negócio. Eu pensei: ‘Nossa, que responsabilidade’. Eu sempre quis ter uma personagem tão perfeita quanto ela, mas não sabia que ia chegar tão cedo. Então claro, me deu uma ansiedade, me deu medo essa responsabilidade. Mas eu sabia que dava conta porque eu queria muito fazê-la, eu me identifiquei muito com ela e me apaixonei pela obra.”

Assista ao trailer dublado de Suzume:

Suzume

Trailer dublado

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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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