FILMES E SÉRIES

O ator Pedro Caetano, de Vicky e a Musa

Reprodução/Instagram

PEDRO CAETANO

Vicky e a Musa: Ator usa experiência como paizão em série do Globoplay

Em entrevista exclusiva com a Tangerina, Pedro Caetano fala sobre a experiência de interpretar Silas na nova série nacional do Globoplay

Luciano Guaraldo

Gravada há mais de um ano, a série Vicky e a Musa finalmente estreia no Globoplay nesta quarta-feira (19). Enquanto a personagem-título é vivida por Cecília Chancez, o seu pai fica a cargo de Pedro Caetano –ator que já deu as caras no streaming em séries como O Escolhido (2019), Bom Dia, Verônica (ambas da Netflix) e Sentença (do Prime Video). Ele admite que usou a paternidade da vida real para ajudar na sua interpretação de Silas.

“Eu levei muito da minha filha para o set. Foi a grande experiência, o ponto em que me apoiei”, conta Caetano, pai de Alice, de oito anos, em conversa exclusiva com a Tangerina. “Como um pai jovem, realmente estou numa fase em que tenho questionado muito os padrões de criação, a que eu tive, a que eu vejo por aí e a que eu tento dar para minha filha. São coisas que eu questiono muito e tento aprender.”

“Venho de uma geração em que as crianças não tinham direito à opinião, em que os adultos diziam ‘A gente sabe o que é melhor pra vocês’ e ponto-final. Eu tento não praticar isso com a minha filha, tento mostrar que ela é um individuo com suas vontades, suas opiniões, e que ela tem o direito de se expressar. Faço a Alice entender que ela tem o direito de questionar. E questionar até a forma em que eu me dirijo a ela”, continua o ator.

“Como pratico muito isso na vida real, e o Silas também tem muito desse cara que traz esse lugar que permite que as crianças e os adolescentes sintam coisas, que passem por suas transformações, eu tentei trazer muito dessa visão. É importante ter esse diálogo e essa paciência, porque nós já passamos por isso e é nossa obrigação ter esse entendimento. Compreender que os jovens são indivíduos que têm seus sentimentos. E têm também uma bomba de hormônios dentro deles (risos), pronta para explodir.”

Silas, explica Pedro Caetano, é um homem conciliador, que deseja unir as pessoas e resolver os problemas. Mas o pontapé na trama de Vicky e a Musa é justamente o fim da amizade de Vicky (Cecília Chancez) e Luara (Tabatha Almeida), melhores amigas inseparáveis até então. O motivo do rompimento é o grande mistério da temporada, mas a mudança no comportamento da filha não passa despercebida pelo paizão.

“Ele percebe que a filha está estranha, a relação dela com a mãe [Fafá, vivida por Cris Vianna] também fica abalada. O Silas tenta mediar com as informações que ele tem, se aproxima, tenta conversar. Ele não interfere tanto na relação dela fora de casa, mas dentro é quem mais se aproxima, tenta dialogar com ela. Ele está sempre nesse no de escuta, tentar ouvir a filha para ajudá-la, mas sem invadir muito o espaço. Ele sabe que se passar do ponto, a Vicky vai recuar, então tenta ficar mais num lugar de suporte”, justifica o artista.

Leveza no set de Vicky e a Musa

Depois de trabalhar em séries intensas, com pegada criminal e temas pesados, Pedro Caetano sentiu a diferença de pisar no set de Vicky e a Musa, produção voltada para o público infantojuvenil, com direito até a números musicais. “Foi diferente não só pelo elenco mais jovem, mas pela maneira com que a Rosane [Svartman, criadora da série] aborda os temas. Ela tem essa característica, a cabeça dela funciona de uma forma muito interessante”, elogia.

“A Rosane busca novas maneiras de retratar coisas que já estão no nosso imaginário. O próprio projeto já veio com essa concepção de transformar o imaginário coletivo. Aí ela vem e coloca uma família preta, que normalmente é humilde, passa por dificuldades, e coloca em outra ótica. Ali, todo mundo tem voz, é uma família muito unida, com o pai presente e cuidadoso com os filhos, um grupo que transborda música, transborda arte. Ela traz isso de maneira muito carinhosa. Nessa forma de trabalho, estar com o roteiro na mão já é meio caminho andado, é gostoso trabalhar nesse lugar da leveza.”

Vicky e a Musa é uma série musical, e Pedro Caetano tem experiência no gênero –ele atuou na primeira montagem brasileira de O Rei Leão (2013), como cover tanto de Simba quanto de Mufasa. Curiosamente, o ator acaba não cantando tanto na produção do Globoplay. “Por ser infantojuvenil, a série foca mais nos adolescentes. Então o Silas aparece menos, trabalha fora, é mestre de obras, está sempre fazendo alguma reforma…”, lamenta. “Mas quando ele está em casa, reúne a família para momentos muito alegres. Aí, a Fafá canta, ele canta, é uma família muito musical.”

O Globoplay libera os primeiros episódios de Vicky e a Musa nesta quarta-feira (19). Os três capítulos iniciais também serão exibidos na Sessão da Tarde, da Globo. A série já foi renovada para a segunda temporada, ainda sem previsão de estreia.

Informar Erro
Falar com a equipe
QUEM FEZ

Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

Ver mais conteúdos de Luciano Guaraldo

0 comentário

Tangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.

Acesse sua conta para comentar

Ainda não tem uma conta?