FILMES E SÉRIES

Alexander Ludwig

Divulgação/History

SUCESSO DO HISTORY

Vikings faz 10 anos: Desacreditada, série teve vida longa e virou hit

Primeira série de ficção do History teve 93 episódios divididos entre seis temporadas e virou sucesso mundial, a ponto de ganhar spin-off na Netflix

André Zuliani

Sucesso mundial do canal pago History, Vikings (2013-2020) completa 10 anos de seu lançamento nesta sexta-feira (3) em um cenário bem diferente daquele no qual estreou. Desacreditada no início, a série criada por Michael Hirst (The Tudors) virou hit e conquistou milhões de fãs em vários países –a ponto de ganhar até spin-off na Netflix.

O primeiro episódio foi ao ar em 3 de março de 2013 e apresentou ao mundo o viking Ragnar Lothbrok, icônico protagonista vivido por Travis Fimmel (Raised by Wolves). Brutal e corajoso, o guerreiro deu início à saga que se estendeu por 93 episódios e seis temporadas.

Ao longo dos anos, Vikings ganhava novos personagens famosos e revezava o protagonismo entre Ragnar e seus herdeiros. Desta forma, destaques como Lagertha (Katheryn Winnick), Bjorn (Alexander Ludwig), Floki (Gustaf Skarsgård) e Torvi (Georgia Hirst) fizeram história e conquistaram o mundo.

Tanto sucesso, no entanto, parecia algo distante para seu criador. Como Vikings foi a primeira série de ficção produzida pelo canal History, conhecido até então por documentários e programas de variedades, a produção estreou cercada por incertezas. O resultado final foi um saldo bem melhor do que o esperado e que mudou completamente a vida de Michael Hirst.

“Eu sei que tem muita, muita gente na América Latina, no Brasil, que ama Vikings, que sempre a assiste e, se pudesse, estaria presente em um evento desses. É muito importante para mim poder falar sobre a série. Para mim, [a série] continua sendo muito importante na minha vida, na minha carreira e na minha experiência”, disse Hirst em bate-papo com jornalistas para celebrar os 10 anos da atração, do qual a Tangerina participou.

Hirst, que escreveu todos os episódios da série e também atuava como produtor executivo, descobriu a sua paixão pela cultura viking após trabalhar no longa Elizabeth: A Era de Ouro (2007). Ele passou a estudar o modo de vida e as lendas que envolviam as tribos antigas para incluir no filme, mas percebeu que o material era muito mais interessante do que algo para ser apenas citado.

“Pesquisei muito sobre os vikings e percebi que não sabia nada sobre eles. Achei que sabia, mas não. Por isso, fiquei fascinado com sua cultura, seu paganismo, sua democracia, todos os diferentes aspectos de suas vidas. Quando a MGM se recuperou após a falência, eles precisavam de uma nova série de TV. E eles concordaram em trabalhar com Vikings, a série que eu comecei a escrever, que então foi vendida para a History, que foi, eu acho, o primeiro drama deles”, relembrou.

“Eu estava pensando: ‘Por que eles estariam interessados ​​em fazer algo assim sobre os vikings? Por que o público americano estaria interessado?’. E, bem, eu estava em Nova York e percebi: caminhe pelas ruas, dê uma volta no quarteirão e você encontrará cerca de 50 pessoas com DNA viking. Os vikings chegaram a todos os lugares e influenciaram tantas sociedades, certamente por toda a Europa, mas chegaram também ao continente americano. Portanto, é importante e relevante para as pessoas hoje. É graças à MGM, e um grande obrigado ao History, por acreditar em mim e fazer essa série que não sabíamos como iria acabar. E, para minha sorte e para todos os outros, funcionou lindamente.”

Alexander Ludwig, Katheryn Winnick e Jordan Patrick Smith

Alexander Ludwig, Katheryn Winnick e Jordan Patrick Smith

Divulgação/History

A celebração de 10 anos de Vikings também contou com as presenças de quatro integrantes do elenco: Alexander Ludwig, Katheryn Winnick, Gustaf Skarsgård e Clive Standen (Rollo). Ao se reunir com os atores, Hirst confessou ter ficado emocionado e creditou grande parte do sucesso da série a eles.

“Foram vocês que deram vida a esses personagens e os tornaram realidade. Esse elenco é absolutamente extraordinário. Meu amor por todos vocês é infinito. Eu penso em vocês com muita frequência. Talvez as pessoas pensassem que Vikings era uma série de violência e não era, era um programa sobre as emoções das pessoas. E é por isso que é tão importante, por isso que as pessoas gostam tanto. Porque confunde as expectativas. Tem a ver com o fato de ser um espetáculo sobre pessoas. Quem teria pensado que os vikings poderiam ser uma coisa tão humana?”, completou.

De acordo com o criador, a humanidade que se tornou característica da série só foi possível pela liberdade criativa cedida a ele pelo History. Ao iniciar o projeto, Hirst esperava que fosse sofrer cortes e influências diretas dos executivos, por estar em um canal nada acostumado com as séries roteirizadas. A realidade, no entanto, se provou completamente diferente.

“Quando começamos a trabalhar com eles [History] e para eles, era um público exclusivamente masculino. Eles só estavam interessados ​​na guerra e na violência. Uma das razões pelas quais eu acho que o canal escolheu essa série foi porque eles assumiram que tinham um público de guerra, violência e um público que estava procurando por isso. E em grande parte, também tem muito a ver com a personificação de Lagertha por Katheryn, que fez com que muitas mulheres começassem a assistir à série. No final, quando terminamos de filmar, o público era de 50% homens e 50% mulheres. Conseguimos fazer de Vikings uma série muito humana, mas também muito humilde, porque eu não sabia que isso iria acontecer. Eu não sabia o que iria realizar e não poderia ter feito isso sem todos eles. Não havia chance de eu ter feito isso sozinho”, finalizou.

Para celebrar o aniversário de 10 anos da série, o canal History 2 vai exibir todas as seis temporadas da atração. O primeiro episódio vai ao ar já na próxima segunda-feira (6), como novos episódios sendo exibidos de segunda a sexta, sempre às 22h (horário de Brasília).

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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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