MÚSICA

Di Ferrero - Foto - Bruno Trindade - Divulgação 1

Divulgação/Bruno Tavares

Entrevista

Di Ferrero sobre criar para o TikTok: ‘Será que o Chorão faria isso?’

Nesta sexta-feira (6), o artista lança :( Uma Bad, Uma Farra :), primeiro disco solo da carreira. Em entrevista, ele reflete sobre a era do cancelamento e os novos formatos da indústria

Nicolle Cabral
Nicolle Cabral

Di Ferrero viu muita coisa mudar. Lá em 2001, quando formou o NX Zero com Gee Rocha, Dani Weksler, Caco Grandino e Fi Ricardo, talvez não imaginasse o impacto que eles teriam na geração de adolescentes que acompanhavam fielmente as telinhas da MTV. A banda foi um fenômeno comercial, assumiu as primeiras posições nas rádios do país e rodou o Brasil inteiro com um repertório recheados de canções pop rock.

É difícil encontrar uma pessoa que tenha assistido à ascensão do grupo e não saiba cantar o refrão de Cedo ou Tarde ou Razões e Emoções. Agora, porém, é difícil encontrar uma pessoa da atual geração que não saiba cantar um hit do TikTok.

Nesta sexta-feira (5), entre a onda de lançamentos que quebra as plataformas de streamings, está o primeiro álbum solo da carreira de Di Ferrero. 🙁 Uma Bad, Uma Farra 🙂 é uma coleção de 12 faixas nas quais ele dá outro significado ao próprio passado e revela as sonoridades que o tocaram intimamente ao longo dos 36 anos de vida.

Com mais de duas décadas de estrada, Di Ferrero viu desde o nascimento do Twitter até o momento em que a rede social virou um muro de lamentações e discursos ácidos. Aliás, a plataforma foi inspiração para uma faixa do disco, que surgiu através de uma interação com os fãs, a TWITT3R.

Com referências sonoras que vão do Red Hot Chilli Peppers e Duran Duran a The Weeknd e INXS, ele criou o próprio espaço para discutir sobre política, a cultura do cancelamento, relação com redes sociais e celebrar o gosto do amor pela esposa, a modelo Isabeli Fontana. No primeiro registro solo, Di conta com participações de Vitor Kley, Badauí (CPM22) e Clarissa. Além, é claro, dos amigos e parceiros musicais do grupo Los Brasileiros.

Em entrevista à Tangerina, o ex-líder do fenômeno dos anos 2000 reflete sobre a era do cancelamento, ídolos, novos formatos da indústria e os caminhos que o levaram até o primeiro disco solo da carreira. Leia a seguir:

O primeiro disco solo e a vida pós-NX Zero

Primeiro, pra começar, queria fazer a pergunta que vale um milhão de reais. Por que lançar um disco solo agora? O que mudou?

[Risos]. Ah, porque eu sempre quis lançar um disco solo. Acho que eu devia isso para mim, como artista. Já lancei alguns discos com banda, mas é uma coisa totalmente diferente agora. Eu só ia lançar [um disco solo] na hora que eu estivesse mais seguro para conseguir colocar um som que é a minha cara. Um álbum é um momento inteiro de um artista. É uma coisa mais profunda. São várias músicas que você lança ali para contar uma história. Agora, eu senti que tava tudo certinho e se encaixando. Achei um caminho legal para mim. 

Em algum momento você sentiu que precisava se distanciar de algum som ou gênero para poder saber como queria soar em um disco solo? Como foi se entender sozinho? 

Rolou muito isso, especialmente no começo. Depois da pausa do NX. Porque, na real, nem eu nem sabia o que eu ia fazer. Achei que ia morar fora, não sabia se eu queria lançar uma música. Não pensei: “Vamos pausar a banda para fazer uma carreira solo”, não foi isso. Foi: “Vamos dar um tempo” e cada um ver o que queria fazer. Eu quis morar na Austrália, lembro que comecei a ver lugares para ir. Eu tava a fim de dar uma sumida por alguns meses. E aí comecei a compor com um alter ego que eu inventei, o José. 

Escrevi 10 músicas como esse cara “José”, gravei clipe no Japão. Nesse disco, tem o Emicida, Mahmundi, Rael, Paulo Miklos. Mas eu não lancei porque estava em uma fase de me comparar muito com o NX Zero. Então, eu fiz uma música que eu achei que era diferente e eu gostava, que é Sentença. Mas nada ainda para fazer um álbum.

Aí, depois do mundo pós-pandemia, eu consegui fazer uma coisa que tivesse a minha cara, de coisas que eu ouvia lá atrás, no começo, as bandas da cena que eu cresci, mas também que tivesse o que eu já tinha começado a fazer na minha carreira solo. Então, eu pensei que esse era o momento. É como se eu estivesse voltado para casa, mas do meu jeito. 

Como que é para você conciliar esses dois públicos, os seus fãs que te acompanham desde o NX Zero e quem está chegando agora?

No começo, eu pensava mais nisso, agora é tão natural. Na verdade, nunca parei para pensar dessa forma que você falou… 

Aluguei um triplex na sua cabeça agora, desculpa. 

[Risos]. Não, não. [risos] É interessante, porque eu acho que a galera que acompanhava o NX ficou meio ressabiada mesmo, eu entendo, né? Isso quer dizer até um excesso de carinho. Eu entendo isso. Mas agora já passou essa fase. Tá todo mundo disposto a ouvir, ainda mais depois da pandemia. A expectativa que eu tinha era fazer show e eu já estou fazendo, o que é uma coisa gigante, então, o resto que acontecer já vai ser ótimo. Acho que as pessoas, num geral, que ouviam NX e viam o Di na carreira solo, já estão numa outra fase. Depois da pandemia, você quer ir em show, quer ouvir o som, tipo, só sair de casa já está bom, sabe? Então, acho que a galera está disposta também a ouvir a minha música. E tem muita gente curtindo mesmo, não sei se falam para me agradar, mas falam: “Nossa, cara, eu sempre ouvi NX, mas eu tô pirando nas músicas novas. Gosto até mais dessa, faz mais sentido para mim agora”. Então isso é muito legal. 

A estética dos anos 2000 e a volta do pop punk

Me conta sobre o título do disco 🙁 Uma Bad, Uma Farra :)? Ele tem os símbolos de feliz e triste —os que a gente usava bastante nos anos 2000, antes dos emojis. Tem um pouco a ver com essa estética?

Verdade [risos]. Na real, tem um pouco. Eu pensei em colocar emoji, mas eu gosto muito das grafias das coisas. Sempre fico ligado nisso. Tanto é que o disco está todo em caixa alta —pra marcar uma fase diferente, né? Depois, a história muda. Mas eu lembro de mandar esses emojis no começo, era normal [risos]. Uma fase. Eu achei legal, pode ser que eu esteja surfando em uma onda, numa fase, que é minha também. Então é bem natural [risos]. Nunca fui embora dessa estética, nunca deixei de fazer. 

Ia emendar nisso. Se a volta dessa estética do pop punk, de alguma forma, contribuiu para você querer lançar o disco. 

Inconscientemente, sim. É muito legal sentir que a linguagem dos anos 2000… Na verdade, eu ia falar só dos anos 2000, mas eu tô agora vendo que é uma coisa de uma linguagem de rock, no geral. Porque tem, sim, a galera que tava na fase do emo, do pop punk, do hardcore, que nem ia aos shows, só vivia, consumia isso. Mas era muito novo para ir aos shows e agora está podendo ir. E tem a galera que nunca parou de fazer isso e agora tá voltando com as bandas, ou lançando coisa nova. Porque a estética —que está dentro do rock, do pop do trap— é muito “daora”. Calhou de ser numa hora muito fod* para lançar o álbum, o que me deixa mais seguro ainda para fazer. 

Di Ferreiro lança primeiro disco solo da carreira

"Eu devia isso para mim", explica o artista sobre o lançamento do primeiro disco solo

Divulgação/Bruno Tavares

Novos caminhos para criar música

Voltando um pouco sobre o que você disse da pandemia, você compôs as músicas durante esse isolamento, né? Como foi?

Eu tava com vários planos, assim como todo mundo. Não era um privilégio meu, e é engraçado ver que por mais que a gente tenha um plano, do nada, as coisas mudam. Então, eu mudei também. Eu ia lançar um EP, mas aí eu comecei a me perguntar o que eu estava a fim de fazer. Foi quando eu me mudei para Florianópolis e lá tinha um quartinho de hóspedes, assim. Coloquei a cama de um lado, o lençol do outro e fiz uma mesa de bar com computador, som… E comecei a compor, tocar, sem querer agradar ninguém. Queria fazer um som meu. Ficava sempre me perguntando: “o que é que eu gosto?”. E aí, começou a sair as músicas do álbum. Chamei os caras dos Los Brasileiros —que são da banda Cine, loucura, né? [risos]. E aí eles foram para Floripa. Eu não quis ir para um estúdio fazer o disco.

Você acha que não ter ido para um estúdio influenciou muito o resultado do disco? 

Eu queria que eles fossem para esse meu cafofo para entrar no meu mundo. E a gente fazer como era lá atrás. Me lembrou muito o meu começo. E as músicas foram saindo, então foi ainda mais legal o processo de fazer os sons. Influenciou muito. É muito louco o lugar que você está e como a música vai sair. Você fazer uma música no inverno, outra no verão… influencia. E lá estava muito sol, estava calor. Então, as músicas são pra cima. Tem a parte farra [do disco]. 

Eu li você dizer que encontrou mais graça em fazer músicas solares. Acha que viver só momentos reclusos influenciaram para isso?

Então, eu fiz as músicas imaginando o ao vivo. Enquanto eu fazia, eu pulava no estúdio, como se a galera estivesse pulando no show no tempo certo. Eu pensava: “putz, nessa hora, tem que ter um blackout no show”. Foi tudo pensado para o ao vivo, para a estrada, para o sair. O conceito inteiro de banda orgânica, mas sem deixar de lado os beats, e as coisas que eu estou fazendo na minha carreira solo. Acho que influenciou muito. 

Na verdade, quando eu estava me sentindo mais triste, lá atrás, era terapêutico fazer som. Quando eu estava bem, eu ia fazer outra coisa. Eu ia sair para tomar uma, ia para a praia, sei lá. Tudo menos tocar. Eu associava isso como uma coisa triste. Mas aquela coisa sofrida, o que é romântico, poético. Esse triste que estou falando. 

Mas, depois da pandemia, principalmente aquela coisa de “a gente era feliz e não sabia”, fazer som nessas horas era tudo o que tinha, porque não dava para sair. Então, acabava fazendo música para cima mesmo, almejando tocar em festivais. Intensamente tinha o apelido de festival, porque eu “brisava” em tocar ela nesses lugares. Eu quis fazer uma música com essa vibe, tipo o Lolla[palooza], o Rock in Rio, um pôr do sol… E, por incrível que pareça, o Vitor Kley escolheu essa música para fazer e a gente vai tocar ela no Rock in Rio, no palco Sunset, e no horário que é o pôr do sol. Tomara que esteja sol [risos]. 

Desentendimentos políticos e superexposição das redes

Ainda falando sobre o ato de compor, as músicas têm discursos muito atuais, né, falam sobre política, cancelamento… Me conta um pouco mais sobre a faixa Polarizado?

Como a gente teve uma fase pós-apocalíptica, voltamos a falar com muitas pessoas, né? Teve aquele momento de briga, principalmente política. Do cara que votou no Bolsonaro, o outro que votou no Lula. Ninguém se fala mais, o pai e o filho… E eu percebi que, depois dessa primeira porrada da pandemia, depois que a gente passou a conviver mais com ela e entender os protocolos, muita gente voltou a se falar, a tentar conversar. 

Com a minha família, foi mais ou menos isso, também. E aí, eu comecei a pensar em coisas nesse sentido. Quando eu estou em um show, antes de eu falar em quem eu votei ou não, eu vou cantar uma música com uma pessoa que pensa às vezes diferente de mim. É muito louco isso. A minha parada desse som é que, no final, ela tem uma parte que vira uma balada, tipo uma rave mesmo. A ideia é apagar a luz para que ninguém se veja e ninguém possa julgar ninguém. E aí começo a falar para despolarizar, entendeu? Quero fazer isso no show, inclusive, falar algo e deixar rolar essa parte. 

Quando você pensou nesses feitos do show, já estava pensando em partes técnicas? Ou você só foi pirando e depois a galera que se vire? [risos]

Exatamente isso [risos]. A galera se vira, né? A primeira música do álbum é a primeira música do show. O apelido dela era Twitter, porque eu escrevi: “já cansei de apagar o fogo” e aí geral começou a interagir. Aí continuei fazendo uma música. Coloquei o nome de Twitter, para não esquecer. Acabou que não teve um nome melhor. Eu sempre imaginei como a primeira do show. Ela tem uma levada meio Red Hot [Chili Peppers] e depois um refrão que vai meio para um The Weeknd. Se é que isso é possível [risos]. 

Para aproveitar o que você falou de Twitter, você compôs AONDE É O CÉU, que tem os versos “É tão fácil cancelar / Mas só o espelho vai julgar”. Me conta um pouquinho sobre a sua relação com a internet? Acha que com o passar do tempo, ela precisou mudar? Como você encara essas fragilidades das redes? 

Todo mundo precisa colocar algum sentimento para fora. E a falta, às vezes, de um amigo para dividir alguma frustração gera essa exposição nas redes. Alguém escolhe “um cancelado da vez” para escrever alguma coisa, por achar que tem que dar uma opinião o tempo inteiro, sobre um assunto que talvez a pessoa já tenha sido cancelada o bastante. É que nem chutar uma pessoa que já está no chão. Você não precisa fazer isso. Então, a internet virou muito isso.

As redes sociais dizem muito mais sobre a pessoa que está falando. Igual quando você vai em um psicólogo e ele só fica quieto. Você vai e ele só fica te ouvindo. Você está de frente para uma rede social, você fica falando e aí a galera tem que lembrar de ler o que escreveu. Porque, quando passa uns três, quatro dias, você vai ler e fica: “nossa, eu vomitei umas coisas aqui. Como será que eu estava me sentindo?”. 

Eu vejo muito isso nas redes. Mas acho que ninguém percebe. E o lance de AONDE É O CÉU foi justamente um papo desse com um amigo irredutível, falando de uma pessoa que ele nem conhece. E aí eu falei: “já que você sabe de tudo, me fala onde fica o céu. Mapeia aí o caminho, como faz para chegar lá, porque provavelmente eu não vou”. E eu gostei dessa frase. Aí acabou a discussão, fui para o estúdio e comecei a escrever. 

Novos rumos da indústria

Voltando para uns anos atrás, mas ainda falando de internet. Antes, os processos de conhecer músicos estava muito ligado a curadoria, né? A gente via a MTV e tudo mais. Agora, fica difícil escolher quem você vai ouvir. Como é tentar manter essa visibilidade em tempos de TikTok e grandes plataformas? 

É muito louco. Vejo que eu tenho, por um lado, uma sorte de “já existir”. Quer dizer, de já ter uma carreira, de ser relevante. Se eu lançar algo, muita gente que já me acompanhava lá atrás, com a banda, vai querer ouvir. Ficou mais democrático, o que é ótimo, só que, sei lá, eu estava vendo, que são uns 50 mil lançamentos a cada sexta-feira. É muita coisa. Então, como você vai se destacar nesse meio? Se eu fosse mais novo, eu estaria mais preocupado com isso. Porque é uma loucura. Eu acho que eu tenho que fazer o máximo de coisas que não vão passar por cima da minha essência. 

Tem as trends do TikTok, que é o que faz os sons ficarem famosos hoje. Daqui a pouco, vai ser outra coisa. Então, eu sei que eu posso até surfar nessa onda, mas eu não vou passar por cima de mim. Eu penso muito nos meus ídolos. Tipo assim, será que o Chorão faria isso, sabe? [risos]. Mas eu também não vou deixar de fazer, eu posso fazer de uma forma que tenha a ver comigo. Até porque, na minha opinião, é a carreira a longo prazo. Você ter a coragem de não fazer e falar não, isso também é importante. Porque é uma coisa que fica. É importante também não aparecer o tempo todo. Acho que tem que estar nos momentos certos. Tipo, agora é a hora de eu dar a cara a tapa. Eu estou lançando álbum. Acho que eu posso fazer uma trend de 🙁 Uma Bad, Uma Farra :). Eu em uma farra, depois eu de ressaca, por que isso é a minha vida. Coisas assim eu consigo fazer. 

A era de ‘jurado’ na TV

Nesse meio tempo, entre transições, carreira solo… Você também foi jurado de reality shows de música. Como é estar nessa posição de direcionar alguém musicalmente? O que muda? 

É muito difícil, é muita responsa. Eu levo muito a sério, me apego muito e aí eu sofro para dormir. Eu sou um sonhador, né? No The Voice, que eu fui assistente [do Lulu Santos], você não via a pessoa. No The X Factor, você já via a pessoa, entrevistava antes dela cantar. Mas você não sabia nada da história dela. Então, por exemplo, a pessoa ia lá, cantava, e eu falava: “pô, legal. Mas hoje não, né?”. [risos]. Só que, no programa, tinha a história da pessoa. Ela, sei lá, há uma semana tentando chegar em São Paulo, sem dormir. E aí chega eu e falo: “hoje não”. Primeiro que a galera queria me matar, os pais, a família… Meu Deus, é uma responsa. Mas eu preciso julgar só aquele momento, aquela hora, ali mesmo. 

E aí depois que as pessoas vão para o segundo estágio, você vai tentando direcionar. Tipo, “ah, acho que você é mais Fábio Junior e menos Bon Jovi”. [risos]. É outra situação também. Tem coisas que eu sempre sonhei, que não foram do jeito que eu quis, mas eu fui mudando, fui aprendendo. Então, as pessoas tinham que estar dispostas a isso. Às vezes, a pessoa já vinha com a ideia na cabeça: “eu quero isso e acabou”. Mas foi uma experiência bem legal. 

Você acha que essas experiências contribuíram para você pensar [no ato de fazer música] de outro jeito? 

Eu acho que fiquei com saudade de fazer um disco, só. [risos]. Porque é muito complicado, cara, ser jurado. Eu só fiquei: “deixa eu fazer álbum, show…” [risos].  porque o bagulho é de outro mundo, mesmo. Mas é muito legal ver uma pessoa crescer. Eu gosto. Independentemente de um cara ser jurado ou mentor de alguém, ele tem que ter uma classe, uma responsa, porque você pode cantar muito na sua casa, mas subir num palco assim, dar a cara a tapa, ali, no momento de cantar uma música que não é sua… O que me ajudou é ser mais aberto a ouvir as ideias dos outros. 

Pensando no “contribuir com outras pessoas”, você esteve rodeado de boas parcerias ao longo da carreira. O que foi a coisa mais importante que você aprendeu sobre música, até hoje? 

Nossa! [suspiro]. É ouvir música. Porque fazendo música, tocando, fazendo show, uma hora você para de ouvir música. Foi assim comigo, pelo menos. E aí, nesses últimos tempos que parei para compor, eu ouvi tanta coisa legal, que me inspira e tal, me traz novos caminhos. Me forçar a ouvir coisas novas, me atualizar, sem ter amarras. Porque entra uma questão de personalidade, que, na minha opinião, as pessoas confundem. Para muitas, personalidade é você fazer a mesma coisa. E eu sempre acho que personalidade é você ser você em lugares diferentes. Então, você pode fazer coisas diferentes, mas você tem que ser você. Acho que é isso que a música me traz de melhor: eu conseguir transitar em outros lugares, ouvir outras coisas, mas trazer para mim.

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Antes de ser repórter da Tangerina, Nicolle Cabral passou por Rolling Stone, Revista Noize e Monkeybuzz. Nas horas vagas, banca a masterchef para os amigos, testa maquiagens e cantarola hits do TikTok.

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