MÚSICA

Johnny Depp e Jeff Beck na divulgação do cover de Isolation

Divulgação

Com Jeff Beck

‘Exibição maçante de autopiedade’: Jornal detona álbum de Johnny Depp

18, disco colaborativo com o ídolo Jeff Beck, traz 13 faixas, duas delas compostas por Depp

Luccas Oliveira
Luccas Oliveira

Visto como o retorno triunfal de Johnny Depp à música, o álbum 18 tem sido detonado pela crítica. O trabalho chega às plataformas de streaming nesta sexta-feira (15) e marca ainda a parceria do ex-astro de Hollywood com o guitarrista Jeff Beck, seu ídolo.

Dois dos maiores jornais da Inglaterra, The Guardian e The Independent avaliaram o disco de Johnny Depp com apenas duas estrelas —de um total de cinco. Para o primeiro, 18 é “uma exibição maçante de autopiedade colossal”.

“Os covers superficiais deste álbum colaborativo servem para mostrar o quão ruim é a composição de Depp, enquanto ele reclama sobre o quão horrível é ser ele”, escreveu o crítico Michael Hann, do Guardian.

Mark Beaumont, do Independent, também atacou a falta de habilidade de Johnny Depp enquanto compositor. Mas foi além. “[A faixa] This is a Song For Miss Hedy Lamarr, que faz referência à atriz alemã da década de 1930 que foi ‘cancelada’ por conta de cenas de nudez que ela não aprovou, é simplesmente horrível, um rock suave que só serve para expor as habilidades de composição de jardim de infância de Depp”, avaliou.

Um dos maiores guitarristas do rock, Jeff Beck é amigo de longa data de Johnny Depp e tem “comprado a briga” do ator nestes últimos meses conturbados.

O álbum 18, inclusive, foi anunciado oficialmente em junho, durante um show de Beck no qual Depp subiu ao palco para fazer uma participação. A apresentação na Inglaterra ocorreu um dia depois do resultado do julgamento que envolveu o ator e a ex-mulher, Amber Heard, que foi positivo a ele.

“Eu conheci esse cara há cinco anos e nós nunca paramos de rir desde então. Nós até fizemos um álbum. Não sei como isso aconteceu. Vai sair em julho”, declarou Beck, à época.

18 conta com 13 faixas, todas cantadas por Johnny Depp. Os vocais de entonação baixa, aliás, renderam um dos poucos elogios ao artista —o Guardian classificou como um “barítono gentil e sem rodeios”. Apenas duas canções são autorais: Sad Motherfuckin’ Parade e This is a Song For Miss Hedy Lamarr.

Ao longo do álbum, além de cantar, Depp se reveza entre guitarra, baixo, violão, percussão e bateria. Apesar dos esforços, o resultado não agradou aos especialistas.

“É difícil imaginar o nível de intoxicação e/ou autoilusão que convence alguém de que um disco tão fraco seria uma grande declaração de retorno”, escreveu o Independent. “Podemos apenas presumir que, tendo ouvido o disco, Depp sabia que sua carreira musical havia terminado de qualquer maneira, então, que diabos!”.

Ainda não foi confirmado se Johnny Depp e Jeff Beck farão shows para promover 18. O músico e ator, porém, já tem datas confirmadas com sua banda, o Hollywood Vampires, para o meio de 2023.

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Luccas Oliveira

Luccas Oliveira

Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.

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