Divulgação/Heloísa Bortz
Voz da protagonista de A Bela e a Fera, Giulia Nadruz encara outra história clássica e baseada em um amor complicado nos palcos de São Paulo
Giulia Nadruz tem enfeitiçado o público cinco noites por semana com sua interpretação de Maria, a heroína trágica do musical West Side Story. Em seu caldeirão, a atriz usa doses iguais de leveza e força para compor os dois atos da personagem, que se transforma de mocinha inocente em força da natureza diante da plateia a cada apresentação. E ela também coloca um bocado de referências de outras montagens da história, sucesso nos palcos e no cinema.
Ao contrário de muitos atores que dão vida a personagens icônicos, Giulia não se importa de assistir a adaptações anteriores dos espetáculos que estrela. Para West Side Story, isso virou lição de casa. “Adoro fazer trabalho de pesquisa, me enche de inspiração. Gosto de ver as montagens. Assisto para me trazer algumas sensações que eu possa aproveitar. Eu pesquiso de tantas fontes diferentes, li o romance, fui pesquisar Shakespeare”, explica ela em conversa exclusiva com a Tangerina. “Foram tantas referências que busquei, botei tudo no meu caldeirão de atriz e levei para um lugar orgânico dentro de mim.”
“Eu jamais vou copiar nada de ninguém, porque a cópia nunca é interessante. Você precisa encontrar um lugar muito verdadeiro, trazer honestidade pra humanizar a personagem. Tem que passar tudo pelo nosso filtro, pelo nosso corpo, pela nossa energia, para trazer essa honestidade. Mas em algum lugar todas essas referências ficaram dentro de mim. E aí, na hora de levantar a personagem, vem tudo de um lugar orgânico. Não é pra copiar a maneira como a Rachel Zegler piscou no filme, sabe? Mas para honrar todas essas atrizes, porque eu carrego um pouco dessa ancestralidade”, justifica.
West Side Story, que no Brasil ganhou o nome Amor, Sublime Amor em suas duas adaptações para o cinema, conta uma versão de Romeu e Julieta levada para a Nova York dos anos 1950. Tony (Beto Sargentelli), integrante de uma gangue de rapazes brancos, se apaixona por Maria (Giulia Nadruz), irmã do líder do grupo rival, formado por jovens de Porto Rico.
Para Giulia, Maria é o papel dos sonhos. “Antes da pandemia, eu fiz a Christine em O Fantasma da Ópera e pensei: ‘É o meu ápice, para onde eu vou agora?’. E aí veio West Side Story! É uma peça que tem uma força musical, dramática, coreográfica, a obra-prima do teatro musical mundial! Não é todo dia que você trabalha com um material de tamanha qualidade. Nem todo trabalho é dos sonhos, às vezes você só faz algo para pagar as contas (risos). Mas esse realmente é muito especial. Agora, sim, acho que cheguei no auge da minha carreira“, conta a atriz, aos risos.
A personagem dos sonhos, porém, está longe de ser uma moleza. “Eu me dediquei muito para conseguir e, mesmo em cartaz, continuo me dedicando. Todos os dias eu me deparo com a responsabilidade do papel, com a dificuldade que ele apresenta vocal e cenicamente. Tem notas agudíssimas, é cheio de nuances, desafiador, mistura delicadeza e suavidade com intensidade. Hoje, depois de 13 anos de carreira e 20 musicais, eu me considero pronta para encarar esse desafio que é a Maria.”
Além de atuar em musicais, Giulia Nadruz também é dubladora
Arquivo pessoal
E, como se a maratona de levar West Side Story aos palcos já não exigisse muito de seu elenco, Giulia Nadruz também é dubladora. Entre suas personagens, ninguém menos do que Bela (Emma Watson), de A Bela e a Fera (2017). Apesar de serem modalidades bem diferentes de trabalho, a dublagem e a atuação em musicais são artes que se complementam e que ajudam a atriz a se tornar uma profissional mais completa.
“A dublagem me trouxe algo muito positivo, que é a necessidade de precisar passar toda a emoção e a intenção única e exclusivamente pela voz. Eu não tenho o recurso da mímica facial ou corporal para transmitir o que desejo. Aprendi a contar tudo com a voz, o que me trouxe um domínio da minha atuação. E o meu trabalho de atriz faz toda a diferença na dublagem também, porque lá não tem muita liberdade criativa mas tem uma verdade muito grande”, compara.
West Side Story fica em cartaz no Theatro São Pedro (R. Barra Funda, 171), em São Paulo, apenas até este domingo (7). O espetáculo tem sessões terça, quinta, sexta e sábado às 20h, e domingo às 17h. Os ingressos estão à venda na bilheteria digital do teatro!
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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