Divulgação/Jorge Bispo
Pela primeira vez em oito edições, Coala terá três dias de duração, com mais de 30 atrações entre ídolos da MPB e nomes da vanguarda nacional
Passado o frenesi do Rock in Rio, voltamos aos shows e festivais de música brasileira. O Coala Festival, já grandioso em seus anos pré-pandemia, chega agora à oitava e maior edição em São Paulo. Pela primeira vez, o evento terá três dias de programação —16, 17 e 18 de setembro—, com mais de 30 atrações entre artistas, bandas e DJs.
O Coala Festival segue em sua casa tradicional, o Memorial da América Latina, que comporta cerca de 14 mil pessoas por dia. Nas edições de 2017, 2018 e 2019 o evento deu sold out. Para este ano, um lote extra foi liberado com ingressos avulsos para os três dias, enquanto o passaporte, chamado de “passe coalático”, está esgotado.
Os preços são R$ 540 (inteira), R$ 325 (ingresso solidário) e R$ 270 (meia), e os ingressos podem ser comprados na plataforma Total Acesso.
A Tangerina fez uma difícil seleção de nove shows imperdíveis do Coala Festival, três de cada dia. O line-up, que mistura grandes ídolos da música brasileira com expoentes da vanguarda, traz ótimas opções além destas, mas dá para ter um gostinho do que vem por aí.
Ah, e caso você não consiga ir ao festival, haverá transmissão mundial de todos os shows pelo YouTube do festival.
As gêmeas paulistanas são as grandes sensações do hip-hop nacional, atualmente. Elas fizeram uma participação especial no show de Ludmilla, no último Rock in Rio, e foram indicadas ao prêmio norte-americano BET Hip Hop Awards nesta semana. Tasha & Tracie vão disputar na categoria melhor flow internacional, e no Coala Festival o público vai poder conhecer e apreciar esses flows ao vivo.
O show em família com o qual Gilberto Gil está celebrando seus 80 anos é, de longe, um dos mais imperdíveis deste ano. Mesmo que você já tenha visto um, a sensação de testemunhar um gigante da MPB em plena forma, feliz por estar no palco com seus entes queridos, se renova a cada experiência. No Coala Festival, é bom se programar para chegar cedo.
Por falar em gigante, o hitmaker alagoano Djavan segue sua peregrinação por festivais jovens em 2022. Assim como Gil, ele também se apresentou no Rock in Rio, mas no palco Mundo, e desfilou hits em profusão. Os mesmos sucessos, como Flor de Lis, Oceano, Lilás e Se…, estarão com ele e sua afiada banda ao encerrar a primeira noite de Coala Festival.
Programe-se para chegar cedo ao festival no sábado e aproveitar o sol depois de uma semana chuvosa em São Paulo. E o show de Ana Frango Elétrico é um ótimo motivo (assim como o de Rachel Reis, às 13h30). Ana é o grande nome da música de vanguarda carioca, atualmente, e une canções pop com esquisitices e experimentações de uma maneira deliciosa. Prepare-se para dançar com a gigantesca banda que acompanha Ana no palco e rir de suas letras psicodélicas.
Formado pelo produtor CESRV e os MCs Fleezus e Febem, o Brime traz uma releitura brasileira do grime, subgênero que explodiu na periferia britânica ao unir rap e punk. O projeto, lançado em 2020, é considerado o grande marco do grime nacional e incorpora elementos do funk. Se você é mais ligado ao rap do que à MPB, a dobradinha Brime (17h) e o rapper carioca BK´ (17h35) promete ser matadora.
Uma das maiores cantoras do Brasil (se não a maior), Gal Costa será acompanhada no Coala Festival por seus “gatinhos”. É assim que ela se referiu ao carioca Rubel, quando cantaram juntos no Rock the Mountain, e deve valer também para o paulistano Tim Bernardes. Incensados compositores da nova geração, eles gravaram releituras com Gal Costa no álbum Nenhuma Dor (2021), lançado pela baiana na pandemia. Tim cantou com ela Baby, enquanto Rubel ficou com Coração Vagabundo.
Duas grandes vozes da nova geração carioca se encontram pela primeira vez oficialmente em um palco graças ao Coala Festival. Filho de Cássia Eller (1962-2001), Chico Chico tem um trabalho autoral cheio de personalidade, conduzido por uma voz de timbre particular, que gera inevitáveis comparação com a mãe. Potiguar radicada no Rio, Juliana foi revelada pelo trio Pietá e lançou seu primeiro disco solo, Nordeste Ficção, em 2021 —um dos melhores daquele ano. Juntos, eles devem cantar diferentes brasis. Vale antecipar o almoço para não perder.
Revelado pelo Los Hermanos, o músico que reside em Los Angeles está passando uma temporada no Brasil para promover seu segundo disco solo, Drama (2021). Entre alegrias e sentimentos menos solares, o repertório cantado em português, inglês, francês e espanhol inclui também canções do primeiro álbum, Cavalo (2013), uma do grupo Little Joy (Envolver) e talvez alguma surpresa para os carentes fãs de LH. No show solo que fez em São Paulo, na quarta-feira (14), Amarante cantou O Vento, faixa do último disco da banda, 4 (2005). Ah, e Tuyo, canção que ele fez para a abertura da série Narcos, da Netflix, também deve pintar.
Intérprete maior da MPB, a baiana Maria Bethânia encerra o Coala em 2022 fazendo algo inusitado em sua carreira recente: um show em festival. Talvez seja por isso que o domingo tenha se tornado o dia mais disputado desta edição. Normalmente, a perfeccionista Bethânia e seus excelentes músicos se apresentam em casas de show com ingressos mais caros, para um público mais velho, sentado em mesas. Agora, ela vai encarar outro perfil de espetáculo, que já promete ser histórico.
Luccas Oliveira
Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.
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