Divulgação/Hate Flash
Ingresso 100% digital, BRT próprio e ano eleitoral são algumas das novidades que vão impactar a experiência do público
Estamos oficialmente na semana do Rock in Rio 2022. Depois de três anos, o festival volta a ser realizado na Cidade do Rock instalada no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O espaço espera receber mais de 700 mil pessoas em sete dias: 2, 3, 4, 8, 9, 10 e 11 de setembro.
A organização do Rock in Rio anuncia que vai levar cerca de 250 shows, 670 artistas e 500 horas de entretenimento para o público. Os headliners desta edição são, na ordem, Iron Maiden, Post Malone, Justin Bieber, Guns N´ Roses, Green Day, Coldplay e Dua Lipa.
Como era de se esperar, esta edição trouxe novidades, algumas delas importantes até para quem já foi ao Rock in Rio em edições passadas. Para facilitar sua vida, a Tangerina lista algumas das principais mudanças que vão impactar a Cidade do Rock nas próximas duas semanas.
Pela primeira vez, o festival não usará mais pulseiras nem bilhetes físicos como ingresso. Ele será 100% virtual e está disponível para consulta em seu Histórico de Compras, no site da Ingresso.com.
O ingresso deve ser baixado para as carteiras digitais do seu smartphone, de acordo com seus sistemas operacionais (Android e iOS). É só clicar na opção “salvar no smartphone” e seguir as instruções.
O usuário não poderá levar o bilhete impresso ou apresentar um print do ingresso para entrar no festival, então, para evitar qualquer dificuldade com rede nos portões do evento, vale sair de casa com o ingresso devidamente salva no smartphone. Ao baixar antecipadamente, ele estará disponível no celular mesmo se a internet móvel cair.
Opção mais usada nas últimas edições do Rock in Rio, o BRT não fará serviço para o festival em 2022. A mudança promete causar confusão entre aqueles que deixarem para decidir como ir ao festival em cima da hora. A organização lançou o Rock Express, serviço com ônibus articulados que usarão o corredor expresso do BRT, com saídas de 10 em 10 minutos.
Os bilhetes são vendidos a R$ 22 (ida e volta). A venda já foi aberta, e seria feita pela exclusivamente pela internet, o que poderia atrapalhar ainda mais o público menos informado. Agora, o Rock in Rio já diz que haverá opção de venda nos terminais de embarque.
Na ida para o Rock in Rio, o embarque será feito pelos terminais Jardim Oceânico (integrado ao MetrôRio) e Alvorada (ponto final de diversas linhas de ônibus) e o desembarque no Terminal Olímpico da Cidade do Rock. Na volta, o trajeto é o inverso.
Outra questão que o público deve ficar atento: os bilhetes do Rock Express não têm integração com os serviços de Bilhete Único. Ou seja, quem precisar fazer integração com o metrô ou ônibus comuns deve pagar as passagens separadamente.
Boa adição à Cidade do Rock da última edição, o palco Supernova traz shows curtos de nomes quentes que surgiram na música brasileira. O sucesso de 2019 fez com que algumas performances superlotassem e, num espaço reduzido, muitos fãs acabaram ficando de fora.
Palco Supernova no Rock in Rio
Por isso, agora, o Supernova passa para um local maior, no caminho para a New Dance Order, o palco de música eletrônica. O espaço foi instalado logo após a Rota 85. Por lá, vão se apresentar nomes como Priscilla Alcantara, Whindersson Nunes (com seu projeto de trap Lil Whind), Jovem Dionisio, MC Poze do Rodo e muito mais.
Espaço que muda de temática a cada edição, a Rock Street escolheu o Mediterrâneo para celebrar em 2022. No anúncio, o festival destrinchou a ideia. “Itália, França, Grécia, Espanha e, com uma leve licença poética, Portugal, que, apesar de não ser banhado pelo Mar Mediterrâneo, foi a porta de entrada do Rock in Rio para a internacionalização da marca. Esses serão os países homenageados na rua mais badalada e instagramável da Cidade do Rock, a Rock Street”.
O espaço terá cinco casas, uma para cada país, performances de rua, um palco e quiosques que celebram a culinário da região. No line-up, nomes como Terra Celta, Orquestra Mundana Refugi (composta por músicos brasileiros, imigrantes e refugiados da Palestina, Irã, Guiné, Congo, Turquia, Cuba, China e Síria) e Mariel & Crème de la Crème.
Recentemente, um comunicado enviado pelo Rock in Rio lembrou que esta será a primeira edição do festival em ano eleitoral. Às vésperas do primeiro turno, a organização tenta amenizar os ânimos e evitar ser palco de possíveis infrações em leis vigentes neste período.
O festival disse: “Em função disso, a organização decidiu que não será autorizada a presença de nenhum candidato a estas eleições em seus palcos. E, recomenda que, todas as empresas, instituições e artistas envolvidos com o evento tenham conhecimento da Lei eleitoral”.
Por isso, o pastor Henrique Vieira, candidato a deputado federal pelo PSOL-RJ, não vai mais participar do show que Emicida fará no palco Sunset em 4 de setembro.
No aplicativo oficial do Rock in Rio, além de acompanhar o horário das atrações de cada dia e serviços da Cidade do Rock, será possível agendar horários para os brinquedos do local e solicitar auxílio para pessoas com deficiência (PcD).
Os usuários poderão acionar a equipe de apoio do Rock in Rio para qualquer eventualidade que ocorrer dentro da área do festival, como um pneu da cadeira de rodas furado e auxílio a deficientes visuais, de acordo com a organização.
Para esta edição, cinco brinquedos serão espalhados pelo festival: Roda-Gigante, Tirolesa, Megadrop (também conhecido como elevador), Montanha-Russa e Discovery. O último é uma novidade fabricada na Itália. Ele eleva 40 passageiros em movimentos circulares horários e anti-horários, em dois eixos, atingindo 20 metros de altura.
O Rock in Rio também traz novidades para quem gosta de musicais. Dois novos espetáculos audiovisuais estarão na programação desta edição. Um deles é o Uirapuru, musical de 25 minutos que tem produção de Charles Möeller e Claudio Botelho, dupla consagrada no meio. A criação é do próprio Roberto Medina, fundador do festival, com direção musical de Zé Ricardo, curador do palco Sunset.
“Em o ‘Uirapuru’, o público pode aguardar muita tecnologia e sonoplastia similar aos musicais da Broadway para abraçar a mágica lenda de um pássaro”, diz o festival, que vai utilizar a mesma arena que recebeu o espetáculo argentino Fuerza Bruta na edição de 2019.
Ele terá uma cachoeira artificial de 40 metros de extensão e cerca de 200 mil litros de água (reutilizável) utilizados por hora e trilha gravada pela orquestra de Heliópolis, de São Paulo.
Aparelhagem de navio no espaço Nave
Divulgação/Nave
Enquanto isso, o espetáculo NAVE vai ocupar a Arena 3 com sessões que combinam experiências audiovisuais, momentos musicais e performance. A ideia é fazer uma grande celebração às diversas amazônias. Todos os artistas do line-up serão da Amazônia, entre eles Fafá de Belém, Mestre Solano, Roberta Carvalho, Aíla e Victor Xamã.
Os shows presenciais acontecerão nos dias 2, 3, 4, 10 e 11 e os shows virtuais, com conteúdo audiovisual que será projetado na arena olímpica, nos dias 8 e 9 de setembro.
Luccas Oliveira
Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.
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