Cinco revelações bombásticas do livro de memórias de Matthew Perry

O livro Friends, Lovers, and the Big Terrible Thing chegou às livrarias dos Estados Unidos no último dia 1º trazendo mais revelações e polêmicas sobre a agitada vida de Matthew Perry, intérprete de Chandler Bing em Friends (1994-2004). Depois de já ter revelado seu problema com drogas durante as gravações da série, feito comentários estranhos sobre Keanu Reeves e admitido sua paixão por Jennifer Aniston, o ator ainda tem muito a dizer. 

Como o próprio título do livro já sugere, a biografia discute seu tempo em uma das maiores sitcoms da história, seus encontros e desencontros com outras celebridades, os momentos difíceis de quando começava a lutar contra seus vícios e todas as oportunidades perdidas por causa de seu problema com as drogas. 

Já que o livro ainda não tem previsão de lançamento no Brasil, a Tangerina reuniu algumas das principais revelações –além daquelas que já haviam sido divulgadas– que vão te deixar com ainda mais vontade de ler sobre a vida do ator que marcou uma geração. 

Dinheiro em Friends

Vamos começar falando de algo que todo mundo gosta: dinheiro. Durante o livro, Matthew Perry é bastante aberto sobre suas finanças e chega a detalhar seus ganhos e seus gastos durante várias partes de sua vida. 

Em 1994, quando lhe foi oferecido o papel de Chandler Bing em Friends, Matthew Perry já havia gravado o episódio piloto da série LAX 2194, que acabou sendo cancelada antes mesmo de ser produzida. Na época, Perry recebeu US$ 22,5 mil (cerca de R$ 116 mil, na cotação atual) por aquele único episódio. Mais tarde, ele iria ganhar mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões na cotação atual) em uma única semana graças a David Schwimmer. 

Matthew Perry escreve que o intérprete de Ross em Friends era um excelente negociador, que estava em uma posição para conseguir mais dinheiro do que qualquer um do elenco, mas tinha mais interesse em fazer com que todos conseguissem a mesma quantia e ainda saíssem com os bolsos cheios. 

“Na oitava temporada, estávamos fazendo US$ 1 milhão por episódio; na décima temporada, fazíamos ainda mais. Estávamos ganhando mais de US$ 1 milhão em um episódio e ainda pedimos para fazer menos capítulos. Idiotas, todos nós. Temos a bondade de David e a sua astúcia para os negócios a agradecer pelo que nos estavam oferecendo. Eu te devo cerca de US$ 30 milhões [R$ 165 milhões], David.” 

Perdeu o papel em Não Olhe Para Cima

Perry conta no livro que faria uma participação em Não Olhe Para Cima (2021), da Netflix, aquele que poderia ter sido o maior filme do qual já participou. O ator deveria interpretar um jornalista republicano que apareceria em três cenas com Meryl Streep, que no filme vivia a presidente dos Estados Unidos.  

No entanto, na época das gravações do longa, Perry estava internado em um centro de reabilitação na Suíça onde os médicos receitaram hidrocodona (opioide para dor) depois de o ator reclamar de dor no estômago. Os médicos também decidiram tratar a dor colocando “um tipo de dispositivo médico estranho” em suas costas. Matthew Perry passou a noite antes da cirurgia tomando hidrocodona e, na manhã seguinte, quando os médicos apareceram para administrar o anestésico na sala de cirurgia, seu coração parou. 

“Eles me deram a injeção às 11h da manhã”, escreveu. “Eu acordei 11 horas depois em um outro hospital. Aparentemente, o anestésico fez meu coração parar. Durante cinco minutos. Não foi um ataque cardíaco –eu não morri– mas nada estava batendo. Eles disseram que um suíço robusto realmente não queria que o cara de Friends morresse em sua mesa de cirurgia, e então ele começou a fazer ressuscitação em mim durante cinco minutos, batendo e pressionando meu peito. Se eu não fosse de Friends, ele teria parado depois de três minutos? Friends salvou a minha vida? Porque ele pode ter salvo minha vida, mas também quebrou oito das minhas costelas.” 

Passada a crise médica, Matthew Perry entrou em contato com a produção de Não Olhe Para Cima, mas só conseguiu gravar uma única cena –que acabou sendo cortada na edição. 

Pegador

Em diversos capítulos do livro, Perry menciona seus problemas de abandono que resultaram em uma longa lista de relacionamentos acabados –por decisão dele. Ele encerrava o romance antes que a parceira tivesse a chance de deixá-lo. Foi o caso de Julia Roberts, com quem teve um curto relacionamento entre 1996 e 1997 –os dois trocavam flertes via fax antes de começarem a sair. “Namorar Julia Roberts foi demais para mim. Eu sempre tive a certeza de que ela iria terminar comigo”, escreve o ator. 

Ele relembra um encontro que teve com Cameron Diaz no qual, segundo ele, a atriz ficou muito “chapada” e acidentalmente o socou na cara. Perry ainda conta que, mesmo antes da estreia de Friends, aleatoriamente “deu uns pegas” em Gwyneth Paltrow dentro de um armário em Williamstown, Massachusetts. E, durante as filmagens de E Agora, Meu Amor? (1997), Salma Hayek também propôs que os dois “ficassem de conchinha” no intuito de criar uma conexão entre seus personagens. Mas as revelações não param por aí!

Ele ainda escreveu sobre o crush que tinha em Valerie Bertinelli, que na época era casada com o guitarrista Eddie Van Halen, e chegou a afirmar que eles tiveram uma “longa e elaborada sessão de amassos” após o marido da atriz cair no sono depois de “desfrutar além da conta de um vinho”. Perry diz que ela agiu como se nada tivesse acontecido depois do ocorrido. 

Aposta com Bruce Willis

Matthew Perry e Bruce Willis se tornaram bons amigos durante as filmagens de Meu Vizinho Mafioso (2000). No entanto, Willis não tinha certeza se o filme faria muito sucesso, enquanto Perry estava convencido de que seria um hit. Os dois fizeram uma aposta: se o longa fosse de fato um fenômeno, Bruce teria que fazer uma participação especial em Friends. O resultado da aposta você confere no episódio 21 da sexta temporada da série, Aquele em que Ross Conhece o Pai de Elizabeth.

A Serviço de Sara

Com o fim da quinta temporada de Friends, o elenco e a equipe da série –primeiro Jennifer Aniston e depois os outros– decidiram confrontar Matthew Perry sobre o que estava acontecendo com ele. Eles queriam ajudá-lo, e ele precisava de ajuda. Perry, então, decidiu que precisava fugir e fazer um filme. 

A Serviço de Sara (2002) estava sendo rodado em Dallas e, durante as gravações, ele estava usando metadona (para ajudar no seu vício em Vicodin), Xanax, cocaína e bebendo um litro de vodca por dia. Ele teve de dublar todos os seus diálogos posteriormente, porque sua voz estava mole e indecifrável na filmagem original.  

Matthew Perry precisou se internar em um centro de detox, e a produção do filme teve de ser interrompida. Ele foi processado por conta desse transtorno e precisou pagar US$ 650 mil (R$ 3 milhões na cotação atual) ao estúdio. “Foi um preço pequeno para salvar a minha vida”, escreveu. As gravações de Friends também foram adiadas durante esse período.