De Buffy a Eu, a Patroa e as Crianças: 5 séries que merecem revival

A chegada dos anos 2010 marcou uma nova era em Hollywood. Embora muitos títulos inéditos tenham conquistado um lugar no coração do público, como Game of Thrones (2011-2019) e Breaking Bad (2008-2013), a indústria viu o crescimento de um movimento que se tornou mais popular a cada ano: a produção de revivals e reboots de várias séries que tinham alcançado sucesso em décadas passadas.

Desde 2008, quando 90210 (2008-2013) trouxe de volta o universo teen que havia feito história em Barrados no Baile (1990-2000), os produtores norte-americanos perceberam que a nostalgia era lucrativa. Misturar personagens icônicos com rostos novatos deixou de ser exceção e virou regra nos anos seguintes.

Hits como Fuller House (2016-2020), Gilmore Girls (2000-2007; 2016) e Arquivo X (1993-2002; 2016-2018) deram vida nova a franquias que pareciam esgotadas. Quando não é possível resgatar uma série com o elenco original, surgem títulos que servem como reboot ou sequências, casos de How I Met Your Father (continuação espiritual de How I Met Your Mother) e Bel-Air (nova versão de Um Maluco no Pedaço).

Com tantos títulos históricos ganhando revivals nos Estados Unidos, a Tangerina preparou uma lista de cinco séries que poderiam ganhar vida nova e mergulhar os fãs em uma boa nostalgia:

Buffy: A Caça-Vampiros

Exibida entre 1997 e 2003, Buffy: A Caça-Vampiros foi um marco na cultura pop. A série sobre uma adolescente que enfrenta vampiros e outras criaturas da noite fez de Sarah Michelle Gellar um ícone entre os jovens e é até hoje citada como um dos pilares para o sucesso de histórias de fantasia na TV.

Passados quase 20 anos do fim da série, Sarah já afirmou diversas vezes que não tem interesse em retornar ao papel de Buffy. A atriz de 45 anos pontua que a trama da série, que colocava uma jovem para encarar monstros, era uma metáfora sobre enfrentar problemas da juventude. Retornar a este mundo tanto depois depois, para ela, não faria sentido.

Sem a sua principal estrela, a franquia seria repaginada. Em 2018, a Fox anunciou estava desenvolvendo um reboot com um elenco totalmente renovado e uma atriz negra no papel da caça-vampiros. Após anos sem novidades, o projeto foi oficialmente engavetado em agosto deste ano, conforme revelado pela produtora executiva Gail Berman em entrevista ao podcast TV Top 5.

A desistência, no entanto, não inviabilizaria o retorno da franquia. Após o fim da série original, o criador Joss Whedon continuou a história de Buffy nos quadrinhos. A caça-vampiros continuou defendendo o mundo de forças sobrenaturais em histórias descritas como a oitava e a nona temporadas, além de uma nova HQ ainda em publicação servindo como um recomeço para a personagem.

Se os atores do elenco original estão velhos demais para sair lutando contra monstros, uma alternativa seria produzir uma série animada de Buffy com as vozes de Sarah Michelle Gellar, David Boreanaz (Angel), Alyson Hannigan (Willow), James Marsters (Spike) e vários outros retornando.

Eu, a Patroa e as Crianças

Sitcom que agitava a tarde dos brasileiros nos anos 2000, Eu, a Patroa e as Crianças (2001-2005) é sempre citada nas redes sociais como uma das melhores comédias de sua geração. A história de Michael Kyle (Damon Wayans) e sua família disfuncional alegrou jovens e adultos durante cinco temporadas, até ser cancelada por conta da baixa audiência nos EUA.

O fim da série na quinta temporada deixou um gancho interessante. Jay (Tisha Campbell) revelou para Michael que estava grávida de um quarto filho logo após pedir para o patriarca fazer uma vasectomia. A chegada de um novo bebê criaria uma nova dinâmica para a família, mas os executivos da rede ABC entenderam que a atração precisava encerrar a sua trajetória.

Um revival de Eu, a Patroa e as Crianças poderia mostrar Michael e Jay enfrentando novamente as dificuldade de ter um filho adolescente em casa. Como Junior (George Gore 2º) também tinha acabado de ser pai, a dinâmica da família com duas novas crianças traria novamente a atmosfera que fez da série original um sucesso.

The West Wing

Um dos melhores dramas políticos da história da TV norte-americana, The West Wing (1999-2006) mostrava os bastidores do poder na Casa Branca e as pessoas responsáveis por trabalhar no governo liderado pelo presidente Josiah Bartlet (Martin Sheen).

Ao longo de sete temporadas, os fãs acompanharam Bartlet e sua equipe lidando com os mais diversos conflitos políticos. Um revival de The West Wing nos dias atuais mostraria como a missão de presidir os Estados Unidos se tornou um desafio ainda maior após a polarização potencializada pelo governo de Donald Trump.

Em crise identitária, os Estados Unidos vivem atualmente momentos de tensão nos quais questões raciais, sociais e de gênero continuam dividindo a população. Ver um elenco novo misturado com rostos da série original teria um apelo enorme caso os produtores entendessem que um revival de The West Wing ainda tem espaço na nova década.

Nova York Contra o Crime

Um dos dramas mais importantes da história da TV norte-americana, Nova York Contra o Crime (1993-2005) desafiou o conservadorismo no fim do século passado e quebrou barreiras ao exibir sexo e nudez em pleno horário nobre. A série acompanhava a rotina de um distrito policial em Manhattan e mostrava os personagens combatendo o crime e se aventurando em atividades ilícitas.

Como no caso de Buffy, um reboot da série estava em desenvolvimento e acabou engavetado. A atração seria estrelada por Fabien Frankel (o Criston Cole de House of the Dragon) como Theo Sipowicz, filho do protagonista da original, Andy Sipowicz (Dennis Franz). O novato tentaria se provar como policial ao entrar no mesmo departamento do pai para investigar o seu assassinato.

Em 2019, Karey Burke, presidente da rede ABC Entertainment, contou ao Deadline que o projeto não tinha sido aprovado, mas que mantinha conversas para que ele fosse repaginado. “Há conversas sobre continuar, mas possivelmente em uma versão diferente”, explicou.

Desde então, nenhuma novidade sobre o revival foi anunciada pela ABC. Um retorno a este universo para explorar os crimes e as atividades policiais de Manhattan nos dias atuais teria bastante apelo, levanto em conta que franquias como Law & Order e One Chicago continuam extremamente populares nos Estados Unidos.

A polaridade que engoliu a população e que renderia um retorno de The West Wing também serve para Nova York Contra o Crime. Em uma sociedade tão plural como a da cidade que nunca dorme, ver os personagens enfrentando questões sociais e raciais tão em alta certamente chamaria a atenção.

The O.C.

Hit teen dos anos 2000, The O.C. (2003-2007) é até hoje lembrada como uma das principais séries adolescentes do século 21. A trama sobre Ryan Atwood (Ben McKenzie), garoto pobre e rebelde que era adotado por uma família rica de Orange County, condado nobre de Los Angeles, foi um fenômeno de audiência no início de sua trajetória e transformou os atores em verdadeiros astros de Hollywood.

Apesar da queda de audiência e da morte da protagonista Marissa Cooper (Mischa Barton) terem levado a série ao cancelamento, The O.C. ainda é muito citada nas redes sociais como uma produção que merecia um revival.

O espaço para o retorno da franquia existe. No último episódio, que contou com um salto no tempo para mostrar o futuro dos personagens, Ryan encontrou um garoto com dificuldades que lhe fez lembrar de seu encontro com a família Cohen. Após hesitar por um instante, ele ofereceu ajuda ao menino, indicando que iria fazer o mesmo que Sandy (Peter Gallagher), Kirsten (Kelly Rowan) e Seth (Adam Brody) haviam feito por ele anos antes.

Com tantos personagens marcantes como Summer Roberts (Rachel Bilson) e Julie Cooper (Melinda Clarke), The O.C. teria apelo o bastante da nostalgia dos fãs para ganhar vida nova. Quem aí não gostaria de ver como seriam os filhos de Seth e Summer, que se casaram no episódio final?

E aí, entre títulos como Buffy e The O.C., qual série você traria de volta em um revival?