Divulgação/HBO
Spin-off de Game of Thrones (2011-2019) estreou mundialmente neste domingo (21) com uma sequência que chamou a atenção pela violência
Três anos após o fim de Game of Thrones (2011-2019), House of the Dragon estreou no domingo (21) para matar a saudade dos fãs da franquia. Assim como na série original, o primeiro episódio contou com cenas chocantes, que deixaram o público de cabelos em pé.
Uma destas sequências foi o parto de Aemma Arryn (Sian Brooke), rainha de Westeros e mulher do rei Viserys Targaryen (Paddy Considine). O nascimento da criança era importantíssimo para o monarca, que sonhava em ter um filho homem para ser o herdeiro do trono de ferro.
[Cuidado: spoilers de House of the Dragon abaixo]
Visceral e violento, o parto de Aemma acabou em tragédia. Apesar de ver o seu herdeiro nascer, Viserys perdeu a mulher e o filho na sequência. A brutalidade das cenas, no entanto, chamou a atenção do público.
Em entrevista à revista Hollywood Reporter, Miguel Sapochnik, coshowrunner e responsável pela direção do primeiro episódio, explicou a decisão de retratar o parto de maneira chocante. Para ele, a cena é um retrato da realidade das mulheres no mundo medieval.
“Aemma diz: ‘A cama infantil é nosso campo de batalha’. Sentimos que era uma maneira interessante de explorar o fato de que, para uma mulher nos tempos medievais, dar à luz era violência. É tão perigoso quanto parece. Você tem 50% de chance de conseguir, e muitas mulheres não conseguiram”, disse Sapochnik.
“Se tivesse escolha, o pai escolheria a criança em vez da mãe, e uma cesárea a mataria. Era uma parte extremamente violenta da vida. Nós temos vários nascimentos na série e basicamente decidimos dar a eles temas diferentes e explorá-los de diferentes perspectivas, da mesma forma que fiz para um monte de batalhas em Game of Thrones. Eu tentei colocar uma espinha dorsal diferente em cada uma, então não estava apenas fazendo a mesma coisa, pois eu não acho que colocar um monte de violência na tela faz bem ao mundo.”
A cena do parto configura o conflito central da série sobre a questão da sucessão do rei. No fim do piloto, após a morte do filho recém-nascido, Viserys escolhe sua filha Rhaenyra Targaryen (Milly Alcock na versão adolescente) como herdeira em vez de seu irmão, Daemon (Matt Smith).
À publicação, Considine comentou a decisão de seu personagem de optar pela filha e quebrar a tradição de ter sempre um homem como herdeiro do trono de ferro. Segundo o ator, Viserys conhece bem o caráter de seu irmão.
“Ele entende absolutamente que Daemon não pode ser rei e é isso. Ele não tem temperamento. Daemon queimaria tudo. Ele é muito volátil. ‘Minha próxima escolha real é minha filha e estou fazendo uma grande aposta porque ela é mulher. Mas acredito que há algo dentro dela, que ela tem o melhor de sua mãe’, que foi o amor da vida de Viserys”, explicou o ator.
“Ele sente instintivamente que pode confiar nela e que ela ouviria o suficiente para entender o que é preciso para ser um governante daquele reino. É quase como dar um fardo ao seu filho e saber que na superfície parece um presente, mas é uma maldição. É como se eu estivesse te dando algo que vai ser a coisa mais difícil que você vai ter que fazer em sua vida. Estou sobrecarregando você com toda essa merda. Ela é a única em quem ele acredita e pode confiar.”
A primeira temporada de House of the Dragon terá 10 episódios. A HBO exibe a série semanalmente, sempre aos domingos, às 22h (horário de Brasília).
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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