FILMES E SÉRIES

Buzz em cena de Lightyear

Divulgação/Pixar

NÃO DECOLOU

Lightyear: Disney+ prejudicou animação nos cinemas?

Lightyear não conseguiu superar Jurassic World: Domínio nas bilheterias norte-americanas. E o Disney+ pode ser culpado pelo fracasso

Luciano Guaraldo

Lançada na última semana, a animação Lightyear ficou bem longe do sucesso que a Disney e a Pixar esperavam nas bilheterias. A decepção foi tamanha que, nos Estados Unidos e em boa parte do mundo, o longa arrecadou menos em seu fim de semana de estreia do que Jurassic World: Domínio, que entrou em cartaz na semana anterior –no Brasil, a aventura final dos dinossauros entrou em cartaz ainda antes, mas quase arrecadou o mesmo tanto que o spin-off de Toy Story nos últimos quatro dias.

E o Disney+ pode ter culpa no fracasso. Explica-se: os últimos três lançamentos da Pixar não foram exibidos no cinema e tiveram suas estreias diretamente na plataforma. Foi assim com Soul (2020), Luca (2021) e Red: Crescer É uma Fera (2022). Até Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica (2020), que estreou antes de a pandemia virar uma crise mundial, teve sua migração para o streaming acelerada.

“A Disney ‘treinou’ muitos pais a esperarem que os filmes da Pixar estejam disponíveis em casa. Eu me pergunto o quanto Lightyear pagou por isso”, especulou Shawn Robbins, analista chefe da Box Office Pro, em conversa com a Variety.

Outro problema com Lightyear é explicar a maneira como a trama se relaciona com os quatro filmes de Toy Story. Spoiler: não diretamente. A nova animação é um filme de aventura que mostra uma missão de Buzz Lightyear (voz original de Chris Evans, dublado por Marcos Mion na versão brasileira). Andy, o menino de Toy Story, assistiu ao filme e gostou tanto que pediu um boneco do astronauta para sua mãe.

Só que essa conexão não ficou tão clara pelos comerciais e trailers do longa. Até atores famosos criticaram o fato de Chris Evans ter substituído Tim Allen como a voz oficial de Buzz, sem entender que, na verdade, o astronauta e o boneco dele são personagens diferentes. “A campanha de marketing só fez a ligação com os brinquedos de Andy no último minuto. E a Disney estava promovendo Lightyear há um bom tempo”, apontou Robbins.

Vale ressaltar que um fracasso para a Disney seria considerado um case de sucesso para outras distribuidoras. A animação arrecadou US$ 51 milhões (R$ 264 milhões) apenas em um fim de semana nos Estados Unidos. No mundo todo, já passou dos US$ 85 milhões (R$ 440 milhões), o que a torna a vigésima maior bilheteria do ano até o momento. Só no Brasil, Lightyear fez R$ 12 milhões.

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QUEM FEZ

Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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