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Lisa Kudrow sentada em sofá em cena de Friends

Reprodução/NBC

Racismo

Atriz comenta falta de negros em Friends: ‘Você escreve o que sabe’

Lisa Kudrow, a Phoebe, explicou como vivência dos criadores da série contribuiu para os problemas de diversidade na produção

Lucas Almeida
Lucas Almeida

Lisa Kudrow voltou a falar sobre a falta de diversidade no elenco de Friends (1994-2004), especialmente de atores não brancos. Em entrevista ao The Daily Beast, a atriz que interpretou Phoebe Buffay explicou como a vivência dos criadores da série, David Crane e Marta Kauffman, acabou afetando o resultado da produção.

Ela citou que a dupla frequentou a Universidade de Brandeis, em Boston, como exemplo de privilégio. “Bem, eu sinto que foi um show criado por duas pessoas que foram para Brandeis e escreveram sobre suas vidas depois da faculdade”, disse ela. “E para séries, especialmente para uma comédia guiada por personagens, você escreve o que sabe. Eles não têm o direito de escrever histórias sobre as experiências de uma pessoa não branca.”

Durante a entrevista, Lisa Kudrow ainda aproveitou para falar sobre como o a falta de diversidade era percebida durante as gravações. “Acho que, naquela época, o grande problema que eu estava vendo era: ‘Onde está o aprendizado?’”, complementou.

A atriz já tinha falado sobre o assunto em 2020. Ao imaginar como seria uma nova versão de Friends, ela afirmou ao The Sunday Times: “Bem, não seria um elenco todo branco, com certeza”.

De acordo com a Variety, Aisha Tyler foi a atriz negra que mais teve destaque na série composta por seis protagonistas brancos. Ela apareceu em apenas nove dos mais de 200 episódios da produção como a Dra. Charlie Wheeler, que teve breves relacionamentos com Ross (David Schwimmer) e Joey (Matt LeBlanc).

Criadora de Friends comenta

Os problemas envolvendo racismo, transfobia, gordofobia e outros tipos de preconceito em Friends passaram a ganhar novas discussões nos últimos anos. A própria criadora da produção, Marta Kauffman, revelou que fez uma doação de US$ 4 milhões para o incentivo de estudos da cultura africana e afroamericana na Universidade de Brandeis, como tentativa de retratação.

“Tenho trabalhado bastante para me tornar uma aliada, alguém que é contra o racismo. E essa foi a maneira que encontrei de participar da discussão sob a perspectiva de uma mulher branca”, disse ela, em um comunicado divulgado em junho.

Para o Los Angeles Times, Marta ainda mostrou como os aprendizados recentes mudaram a sua ética no trabalho. “Quero ter certeza de agora em diante de que, em cada produção que eu faça, eu esteja consciente em contratar pessoas e buscar ativamente jovens escritores não brancos. Quero saber que vou agir de forma diferente a partir de agora. E, então, me sentirei aliviada”, explicou.

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Lucas Almeida

Lucas Almeida

Repórter. Passou pela MTV Brasil e Veja.com. É fã de um pop triste e não deixa de ouvir todos os lançamentos musicais da semana.

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