Divulgação/Netflix
O renomado diretor de Hollywood acha insultante que o julgamento seja feito pelo lucro dos filmes e não pela qualidade das tramas
Martin Scorsese tem muita moral em Hollywood. Cineasta por trás de clássicos do cinema como Taxi Driver: Motorista de Táxi (1976) e Os Bons Companheiros (1990), o norte-americano de 79 anos é bastante vocal sobre a indústria cinematográfica. Após meses atípicos para a comunidade artística, o diretor compartilhou sua opinião sobre a obsessão por bilheterias.
Desde o final de agosto, os principais lançamentos do cinema estão com dificuldade de emplacar grandes bilheterias, como Amsterdam. Apesar do elenco de peso e da produção milionária, o novo filme de David O. Russell fracassou em sua estreia neste final de semana.
Durante a New York Film Festival, Martin Scorsese não teve papas na língua para criticar a obsessão da própria indústria cinematográfica com a arrecadação de cada produção. “Desde os anos 1980, o foco está nos números de bilheteria. É meio nojento”, disse o diretor no palco do evento. “O custo de um filme é uma coisa. Entenda que um filme custa uma certa quantia, eles esperam pelo menos receber o valor de volta.”
De acordo com o renomado diretor de Hollywood, os executivos não ligam para a qualidade das tramas. “A ênfase agora está em números, custo, fim de semana de estreia, quanto ele fez nos EUA, quanto ele fez na Inglaterra, quanto fez na Ásia, quanto ganhou no mundo inteiro, quantos espectadores teve. Como cineasta e como pessoa que não consegue imaginar a vida sem cinema, eu sempre acho isso realmente um insulto.”
No momento, Scorsese está trabalhando como produtor executivo de Devil in the White. Mas, para azar do cineasta, o projeto não está caminhando como o planejado. Após o protagonista Keanu Reeves abandonar a atração, a série de Leonardo DiCaprio também perdeu o diretor Todd Field.
Devil in the White City é baseada no livro homônimo de Erik Larson. A trama conta a história de Daniel H. Burnham, um arquiteto exigente mas visionário, que corre para deixar sua marca na história com a Feira Mundial de Chicago de 1893, e do Dr. H. H. Holmes, o primeiro serial killer moderno e o homem por trás do famoso Castelo do Assassinato, construído à sombra da Feira.
Sem diretor nem protagonistas definidos, a nova série original da Hulu não tem previsão de estreia.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É o foca da equipe e cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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