Fotos: Divulgação / Arte: Tangerina
Sabe Game of Thrones, Família Soprano, Mad Men e outras séries imperdíveis da HBO que você nunca viu porque não tinha TV a cabo? Agora elas estão ao alcance de um clique
Talvez você não saiba, mas as séries disponíveis na HBO Max são algumas das melhores séries já produzidas. E graças em grande medida ao canal a cabo HBO, que já é sinônimo de TV de qualidade há um bom tempo. Porém, mesmo com todo esse reconhecimento, ratificado por inúmeros Emmy, algumas de suas produções mais famosas ainda não são tão vistas no Brasil quanto alguns hits da Netflix, por exemplo.
Mas isso está mudando. Principalmente depois do lançamento da HBO Max, serviço de streaming da gigante Warner Media que engloba praticamente todo o valioso catálogo da HBO e da Warner, incluindo os filmes do DCU, o universo de super-heróis da DC Comics.
Com interface e preços bem mais convidativos que os da antiga HBO GO, a plataforma gerou buzz suficiente pra despertar no público brasileiro a curiosidade sobre muitas dessas produções já celebradas pela crítica. E isso se traduz na ótima receptividade do serviço por aqui em relação ao número de novos assinantes.
Pensando nisso, fizemos um tipo de mapa do tesouro pra você ir direto ao que interessa dentro do rico catálogo de séries e minisséries da HBO Max.
Prepare-se para muitas maratonas!
A morte é parte do dia a dia da família Fischer na série A Sete Palmos
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Criada por Alan Ball pouco depois de conquistar o Oscar de melhor roteiro por Beleza Americana (1999), a série conta a história dos irmãos Nate (Peter Krause), David (Michael C. Hall) e Claire Fisher (Lauren Ambrose) que, após a morte do pai, precisa ajudar sua mãe, Ruth (Frances Conroy), a lidar com a perda do marido e tocar o negócio da família, uma funerária. Embora possa parecer difícil imaginar algum tipo de entretenimento vindo de uma trama centrada em um necrotério, a série é muito mais do que sua sinopse sugere. Por meio da humanidade de seus personagens, tanto a problemática família Fisher quanto as pessoas que gravitam em suas existências, aprendemos mais sobre a vida encarando a morte.
Dois pelo preço de um: Se é histórias sobre famílias disfuncionais que você quer, talvez curta Big Love.
Presta atenção, freguesia: No incrível roteiro de Alan Ball e seus diálogos precisos.
Trailer de Alguém em Algum Lugar
Bridget Everett é gente como a gente tentando amadurecer aos 40 e poucos
Uma pequena série sobre pessoas comuns em uma pequena cidade no interior do Kansas não parece algo lá muito tentador. Mas, acredite, Alguém em Algum Lugar vai te conquistar porque mostra a história de gente como a gente. Pessoas que fogem totalmente do padrão hollywoodiano. Que às vezes riem de si mesmas, choram, desapontam alguém, fazem um amigo inesperado… E Bridget Everett incorpora esse espírito de uma forma tão contagiante. Na trama, ela é Sam, uma mulher nos seus quarenta e poucos anos que encontra num grupo de estranhos que não se encaixam na restrita comunidade local uma motivação para buscar a felicidade.
Dois pelo preço de um: High Maintenance tem a mesma vibe humanista. Também, dois de seus roteiristas, Hannah Bos e Paul Thureen são os criadores de Alguém em Algum Lugar.
Presta atenção, freguesia: Na química incrível entre Bridget Everett e Jeff Hiller. É um deleite toda vez que seus personagens Sam e Joel interagem entre si.
Trailer de Band of Brothers
Minissérie conta a história de um pelotão de paraquedistas na Segunda Guerra Mundial
Co-produzida por Steven Spielberg poucos anos depois do lançamento de O Resgate do Soldado Ryan (1998), a minissérie conta a história da Companhia Easy, um pelotão de paraquedistas americanos, do treinamento ao desembarque nas praias da Normandia, batalha crucial para a vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial.
Dois pelo preço de um: Veja também The Pacific, que funciona como um belo complemento a Band of Brothers.
Presta atenção, freguesia: No ótimo elenco e na produção de nível cinematográfico que ainda impressiona mesmo 20 anos após seu lançamento.
Barry (Bill Hader) é um solitário matador de aluguel que sonha em ser ator
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Claro que por ser uma série capitaneada pelo comediante Bill Hader o humor está muito presente em Barry. Principalmente na figura do impagável mafioso checheno NoHo Hank (Anthony Carrigan). Mas à medida que avançamos na história do matador de aluguel que quer largar sua triste e solitária vida de crimes para seguir uma carreira de ator em Los Angeles, a trama passa a entrar em territórios bem mais profundos e tristes, com boas pitadas de violência que sempre surpreendem o espectador.
Dois pelo preço de um: Para quem curte uma violência com histórias de fundo moral, tente ver também The Righteous Gemstones.
Presta atenção, freguesia: Em Bill Hader, que surpreende positivamente em um papel muitas vezes dramático.
Trailer de Big Little Lies
Série retrata o mundo de segredos e mentiras de uma comunidade abastada
A produção, baseada no livro homônimo da escritora australiana Liane Moriarty, foi formatada como uma minissérie compacta. Mas a própria autora entrou na briga por mais uma temporada e o improvável aconteceu. Porém, se você ainda não viu a primeira, é melhor saber apenas que a história gira em torno da relação entre três mulheres da rica região de Monterrey, na Califórnia. Tudo começa quando a jovem mãe solo Jane (Shailene Woodley) foge de um passado sombrio e é acolhida pela controladora Madeline (Reese Witherspoon) e sua amiga Celeste (Nicole Kidman), que sofre calada com a violência de seu marido, Perry (Alexander Skarsgård). Ainda complementam a trama Zoe Kravitz como a misteriosa Bonnie Carlson e Laura Dern como a poderosa empresária Renata Klein. Todas essas mulheres acabam cúmplices de um assassinato e precisam manter as aparências para que seu mundo não desmorone. Toda contada em flashbacks, algo que dá um clima de mistério constante, a produção foi um dos maiores sucessos da HBO em 2017.
Dois pelo preço de um: Segredos sinistros também são a grande atração de The Undoing, provavelmente você vá gostar.
Presta atenção, freguesia: Na direção de Jean-Marc Vallée e Andrea Arnold, na fotografia de Yves Bélanger e Jim Frohna, e no elenco, principalmente Reese Witherspoon, Nicole Kidman, Shailene Woodley, Zoë Kravitz e especialmente Laura Dern.
Trailer de Chernobyl
O maior desastre nuclear da história ganha uma minissérie a altura
Os mais exigentes com dados históricos podem reclamar de alguns pontos da trama que fogem do que realmente aconteceu naquela noite de 26 de abril de 1986, quando o reator nuclear nº 4 da Usina Nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, explodiu, causando o maior desastre nuclear da história. Até porque trata-se de uma obra baseada em fatos reais, não de um documentário. Mesmo assim, a minissérie conquistou crítica e público retratando histórias menos conhecidas do desastre, incluindo os esforços dos bombeiros que foram os primeiros a responder no local, voluntários e equipes de mineiros que cavaram um túnel sob o reator. E expondo manobras políticas que podem ter contribuído para a tragédia.
Dois pelo preço de um: Curte dramas históricos como Chernobyl? Band of Brothers também pode ser uma boa.
Presta atenção, freguesia: No design de produção super caprichado e no trio de atores Jared Harris, Stellan Skarsgård e Emily Watson.
Trailer de Curb Your Enthusiasm
Larry David não perde nunca a piada para tirar um sarro das celebridades de Hollywood
Após o sucesso de Seinfeld, série em que é um dos criadores, o comediante Larry David resolveu tirar um sarro da própria fama e do mundo das celebridades de Hollywood. Interpretando uma versão ridícula de si mesmo, David se mete em inúmeras confusões e brigas com artistas famosos. A maioria também interpretando versões deturpadas de suas personas famosas. O grande barato é que a série consegue se equilibrar no fio da navalha do que é “aceitável” no politicamente incorreto, sem nunca passar do limite, apesar de muitas vezes ficar bem perto de ultrapassá-lo.
Dois pelo preço de um: Para quem gosta de Curb Your Enthusiasm, Entourage tem uma vibe até bem parecida e questiona a fama e a vaidade do mundo de hoje.
Presta atenção, freguesia: Nas inúmeras participações especiais de artistas famosos interpretando versões ridículas de si mesmos.
Trailer de Euphoria
Acha a adolescência um período complicado? Espere só depois de ver Euphoria
Séries sobre adolescência existem aos montes, mas poucas retratam o real espírito dos personagens que retratam. Euphoria – versão americana de uma pequena produção israelense – é uma delas. Assim como qualquer adolescente, a série não tem medo de arriscar ao retratar, com rara beleza, honestidade e profundidade, a angustiante experiência de crescer em uma era dominada pela cultura das redes sociais. A trama conta o dia a dia de um grupo de adolescentes em um típico subúrbio de classe média americano. Rue (Zendaya), a narradora da história, tem problemas com drogas, mas passa a trama tentando vencer o vício. É quando conhece Jules (Hunter Schafer), uma garota trans que acabou de se mudar para a cidade e por quem se apaixona. Além da história delas, também acompanhamos a de Cat (Barbie Ferreira), uma garota que descobre na pornografia uma forma de empoderamento, a do casal Nate (Jacob Elordi) e Maddy (Alexa Demie), que vive uma relação tóxica, a do jovem traficante Fezco (Angus Cloud), entre outras.
Dois pelo preço de um: Ainda na pegada de como adolescentes enxergam o mundo, veja também Generation.
Presta atenção, freguesia: No talentosíssimo e representativo elenco de jovens atores muito promissores, como Zendaya, Hunter Schafer e da atriz de ascendência brasileira Barbie Ferreira. E na trilha sonora, que é incrível.
James Gandolfini (centro) é Tony Soprano, o anti-herói que mudou de vez os rumos da TV nos EUA
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O dia 10 de janeiro de 1999 inaugurou uma nova era para as séries dramáticas na TV. Foi nessa data que estreou Família Soprano, produção da HBO que consolidou o que hoje chamamos de “era de ouro da televisão”. Foi a partir da série criada por David Chase que a TV americana alcançou um status inédito até então, dando peso a um veículo que antes era considerado inferior ao cinema. Tudo mudou com o anti-herói Tony Soprano (James Gandolfini), um mafioso de Nova Jersey prestes a se tornar chefão que precisa da ajuda de uma psicóloga para tratar seus cada vez mais constantes ataques de pânico. Recheada de personagens multidimensionais, simbolismos, humor e violência, Família Soprano conquista o coração do espectador mostrando uma face desconhecida da máfia: a do cotidiano suburbano.
Dois pelo preço de um: Se seu negócio são histórias de máfia, Boardwalk Empire vai agradar.
Presta atenção, freguesia: No roteiro absurdo de David Chase e seus colaboradores, como Matthew Weiner, que depois criaria Mad Men; e no elenco afiadíssimo. Principalmente James Gandolfini e Edie Falco como Tony e Carmela Soprano.
Jemaine Clement e Bret McKenzie formam a melhor pior banda do mundo em Flight of the Conchords
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Desde 2007, quando lançaram a série Flight of the Conchords, a dupla dinâmica de atores/roteiristas/diretores Jemaine Clement e Taika Waititi quer mostrar ao mundo que a Nova Zelândia tem muito mais a oferecer do que apenas hobbits, elfos, orcs e ovelhas. Nela, dois amigos neozelandeses, Jemaine e Bret (Clement e Bret McKenzie), passam pelos mais variados perrengues em Nova York tentando emplacar a sua banda: o Flight of the Conchords. Com uma base de fãs que se resume a uma pessoa e shows em lugares inusitados como um elevador, eles transformam suas experiências em músicas hilárias.
Dois pelo preço de um: Outra série dos mesmos criadores e com um tipo de humor parecido é Wellington Paranormal.
Presta atenção, freguesia: Nas canções de Jemaine Clement e Bret McKenzie.
Trailer de Game of Thrones
Daenerys (Emilia Clarke) e seus dragões na fantasia que parou o mundo em 2019
Maior sucesso comercial da história da HBO, Game of Thrones é um fenômeno pop que parou o mundo quando seu último episódio foi transmitido, no dia 19 de maio de 2019. E mesmo que sua temporada final tenha sido uma decepção para a maioria de seus fãs, a produção baseada na série de livros — ainda inacabada — de George R. R. Martin, segue sendo uma referência no gênero fantasia. A trama é complexa, apinhada de personagens, mas basicamente conta as intrigas de poder que explodem após a morte do rei Robert Baratheon (Mark Addy), envolvendo clãs poderosos do reino de Westeros. E a série vai ganhar um derivado, dessa vez no Prime Video: House of the Dragon (A Casa do Dragão, em português), que se passa 200 anos antes da Guerra dos Tronos, chega em agosto de 2021.
Dois pelo preço de um: Para seguir no clima da fantasia baseado em livros, vá também de His Dark Materials.
Presta atenção, freguesia: Na produção absurdamente detalhista de um imenso mundo de fantasia totalmente crível e não se apegue muito a personagens. Quem avisa, amigo é.
Trailer de Girls
Sexualidade, fracassos, privilégios... Um guia ácido de como ser jovem em NY
Inicialmente rotulada de “Sex and the City da geração millenial, quebrada e sem glamour”, Girls, na verdade, está menos próxima da série estrelada por Sarah Jessica Parker do que de filmes indie sobre amadurecimento, justamente o universo de onde a criadora da série, Lena Dunham despontou, com o longa Tiny Furniture (2010). Dunham também interpreta a protagonista, sua alter ego Hannah, uma jovem aspirante a escritora, moradora do Brooklyn, em Nova York, que precisa se virar para pagar as contas depois que os pais decidem cortar sua mesada. Ao lado das amigas Marnie (Allison Williams), Jessa (Jemima Kirke) e Shoshanna (Zosia Mamet), e do namorado Adam (Adam Driver), Hannah explora questões relacionadas a independência financeira, aceitação do corpo, sexualidade, fracassos, talento e privilégios de uma forma crua, que ainda não era tão comum quando a série estreou, em 2012. A produção sofreu críticas ao longo das seis temporadas pela falta de diversidade, mas o ótimo elenco, a trama muito apoiada em personagens multifacetados e complexos e o humor ácido (que hoje poderia ser chamado de cringe) ainda valem a maratona. [texto por Natalia Engler]
Dois pelo preço de um: Se você curtiu a pegada intimista e profunda de Girls, também vai gostar de Insecure – e vice-versa.
Presta atenção, freguesia: No elenco, que revelou talentos da nova geração como Adam Driver (o Kylo Ren da nova trilogia de Star Wars) e Allison Williams (a namorada assustadora de Corra!).
Trailer de Hacks
A veterana Jean Smart comanda o show nessa divertida e tocante comédia
A ótima Jean Smart (que também brilha em Watchmen e Mare of Eastown) é a grande estrela dessa comédia que nos faz rir e refletir sobre os desafios de ser uma mulher no show business. ainda mais quando sua personagem, a veterana comediante Deborah Vance, acaba aceitando contratar Ava (Hannah Einbinder) como roteirista, uma comediante bem mais jovem e com quem acaba batendo de frente em um conflito de gerações que transita entre o amor, o ódio e a sororidade.
Dois pelo preço de um: Gostou da pegada “famosas desprovidas de glamour” de Hacks? Vai provavelmente gostar de Starstruck.
Presta atenção, freguesia: Nos diálogos rápidos e ácidos da batalha de gerações entre Smart e Einbinder, que vai te fazer rir muitas vezes, mas também refletir bastante.
Trailer de High Maintenance
Série mistura pequenos e deliciosos contos sobre pessoas comuns na multifacetada NY
Essa joia escondida no catálogo do HBO Max não tem nem uma trama central. A série, criada pelo então casal Katja Blichfeld e Ben Sinclair -que também atua como o protagonista -é basicamente formada por pequenas crônicas de Nova York que podem ser muito engraçadas, emocionantes ou mesmo surreais. A única coisa que elas têm em comum é girar em torno de um simpático fornecedor de maconha bem hipster.
Dois pelo preço de um: Quer ver mais shows retratando Nova York de um jeito diferente? Então não perca também How To with John Wilson.
Presta atenção, freguesia: Além de ser perfeita para ver a hora que você quiser, já que os episódios basicamente não seguem uma ordem cronológica, a série traz uma trilha deliciosa cheia de descobertas que eventualmente vão entrar na sua playlist.
Curta as aventuras mais surreais possíveis no fofo mundo pós-apocalíptica do garoto Finn e seu cachorro mágico Jake
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Hora de Aventura pode parecer uma animação bobinha e super colorida para crianças, mas experimente ver um episódio e você vai perceber que ela é bem mais complexa e estranha do que o esperado. Nela, o garoto Finn e o cachorro Jake — que tem o poder de assumir diversas formas e tamanhos — vivem aventuras malucas por diversas realidades paralelas de um mundo pós-apocalíptico lisérgico.
Dois pelo preço de um: Sacou que Hora de Aventura pode não ser nada infantil? Fique ligado em Apenas Um Show também.
Presta atenção, freguesia: Nas camadas por baixo das histórias aparentemente inocentes que refletem sobre muitos assuntos bem profundos.
Trailer de I Know This Much Is True
Mark Ruffalo entrega tudo o que tem como os gêmeos Birdsey nesse drama pesado
Reconhecida com o Emmy de melhor ator de minissérie em 2020, a atuação de Mark Ruffalo como os irmãos Dominick e Thomas Birdsey é a força motriz dessa produção baseada no livro homônimo de Wally Lamb. Nela, nós acompanhamos a delicada – em mais de um sentido – relação dos gêmeos Birdsey, já que um deles, Thomas, sofre de esquizofrenia.
Dois pelo preço de um: Se mesmo depois de tanta tristeza você ainda quiser mais, Olive Kitteridge é uma excelente pedida.
Presta atenção, freguesia: Na atuação monstruosa de Mark Ruffalo.
Trailer de I May Destroy You
Michaela Coel é a gênia por trás dessa minissérie inclassificável que vai te surpreender
Criada, escrita, protagonizada e até co-dirigida por Michaela Coel, a minissérie semi-autobiográfica conta a história de Arabella Essiedu, uma escritora londrina de ascendência ganesa que ficou famosa no Twitter. Enquanto escreve seu segundo livro, decide dar uma relaxada e vai à uma balada com um amigo. Mas lá ela passa por uma violência brutal: é drogada e abusada sexualmente. Confusa e sem saber direito o que aconteceu, passa por diferentes fases do trauma ao lado de seus melhores amigos, a atriz Terry Pratchard (Weruche Opia) e Kwame (Paapa Essiedu). Às vezes engraçada, outras bem pesada, I May Destroy You coloca o dedo na ferida da questão do consentimento/abuso sexual e do racismo de um jeito assustadoramente natural que desconcerta o espectador.
Dois pelo preço de um: Difícil comparar I May Destroy You com qualquer outra coisa, mas se você curtiu, é bem possível que goste de We Are Who We Are.
Presta atenção, freguesia: No incrível talento de Michaela Coel, que, além de atuar como a protagonista da minissérie, assina o roteiro e dirige alguns episódios. Ela é um fenômeno.
Trailer de I'll be Gone in the Dark
Uma minissérie de true crime que não se acanha em criticar a fascinação pelo true crime
Baseada no best-seller da escritora Michelle McNamara, I’ll Be Gone In The Dark: One Woman’s Obsessive Search for the Golden State Killer, a minissérie documental retrata a obsessiva investigação de McNamara sobre um estuprador/serial killer que ficou conhecido como o Assassino de Golden State, responsável por 50 invasões residenciais seguidas de estupros e outros 12 assassinatos entre o final dos anos 1970 e início dos anos 1980, na Califórnia.
Dois pelo preço de um: Outra série documental bem detalhista e sombria é The Vow.
Presta atenção, freguesia: No fato de que a história é “narrada” pela autora, que morreu em 2016 ainda muito jovem, aos 46 anos, pouco antes do lançamento do livro.
Trailer de Insecure
Issa Rae quebrou todas as paredes ao retratar as inseguranças de jovens mulheres negras
Série que catapultou a carreira da atriz e roteirista Issa Rae, Insecure trata com muito humor, e quebra da quarta parede, as inseguranças de jovens mulheres negras personificadas nas amigas Issa (Issa Rae) e Molly (Yvonne Orji), que chegando perto dos 30 anos, estão incertas sobre o futuro de seus relacionamentos ou de suas carreiras profissionais.
Dois pelo preço de um: Quer se aprofundar ainda mais nas questões levantadas por Insecure? I May Destroy You é para você.
Presta atenção, freguesia: Na inventividade e criatividade de Issa Rae, que chegou até a escrever o roteiro de alguns episódios.
Trailer de It's a Sin
Bela e triste minissérie sobre um grupo de amigos durante o auge da epidemia da AIDS
Os versos da música It’s a Sin, do duo britânico Pet Shop Boys, não poderiam traduzir de forma mais precisa o sentimento de culpa perpetrado na comunidade LGBTQIA+. Certamente fruto do preconceito e ignorância que se tornaram ainda mais profundos e dolorosos em um período entre as décadas de 1980 e 90, no auge da epidemia da AIDS. Tanto que o título da canção foi pego emprestado por Russell T. Davies para dar nome a essa excelente minissérie que conta a história de um grupo de amigos gays que dividem um apartamento em Londres nesse período e têm de lidar com diversos dramas em decorrência da epidemia.
Dois pelo preço de um: Curtiu o roteiro provocativo de Russell T. Davies? Então não perca Years and Years.
Presta atenção, freguesia: No ótimo elenco e, principalmente, no roteiro sempre muito sólido de Russell T. Davies.
Trailer de Lovecraft Country
Série mostra que o racismo é muito mais assustador do que qualquer monstro
Transportar as histórias do escritor americano H.P.Lovecraft (1890 – 1937) para as telas é um desafio dos mais complexos. Por mais que sua obra tenha grande influência em outras mídias além da literatura, traduzir em imagens seu “terror cósmico” (ou lovecraftiano), em que a ameaça é algo além da compreensão humana, pode comprometer seriamente tais produções. Esse não é o caso de Lovecraft Country. O motivo para que a série seja bem sucedida nessa tarefa é não cair no erro de materializar essa ameaça incompreensiva para nossas capacidades limitadas de temer algo físico. Aqui, o monstro é o racismo. Assim, temos como protagonista Atticus Freeman, (Jonathan Majors) um jovem rapaz negro veterano da Guerra da Coreia muito fã de literatura pulp, especialmente Lovecraft. Ao retornar à sua Chicago natal, no verão de 1954, ele se junta ao seu tio George e à sua amiga Leti (Jurnee Smollett) para buscar seu pai desaparecido em uma pequena cidade no sul segregacionista.
Dois pelo preço de um: Outra série que discute de forma bem profunda e criativa a questão do conflito racial nos EUA é a excelente Watchmen.
Presta atenção, freguesia: Na ótima transposição do livro de Matt Ruff para a tela, e no excelente Michael K Williams em um dos últimos papéis de sua vida.
Trailer de Mare of Easttown
Kate Winslet brilha nessa minissérie que é bem diferente do que aparenta ser
Muito mais que uma simples história sobre “quem matou quem”, a minissérie estrelada por Kate Winslet. Aqui ela vive uma policial de uma pequena cidade da Pensilvânia que investiga o assassinato de uma garota, mas a série foca muito mais nos traumas pessoais de seus personagens do que no crime em si. Principalmente nos da protagonista. Os desdobramentos da investigação funcionam como uma espinha dorsal da trama, mas seus principais assuntos são a maternidade, a sororidade e o perdão.
Dois pelo preço de um: Sharp Objects faria uma bela maratona dupla com Mare of Easttown.
Presta atenção, freguesia: Em uma das melhores atuações da carreira de Kate Winslet.
Trailer de Olive Kitteridge
Frances McDormand dá show nessa minissérie que dominou o Emmy em 2015
Baseada no livro homônimo vencedor do prêmio Pulitzer de ficção em 2009, a minissérie conta a história de uma professora de matemática do ensino médio chamada Olive Kitteridge (Frances McDormand) e sua complicada relação com seu marido, o farmacêutico Henry (Richard Jenkins), e seu filho Christopher (John Gallagher Jr.). A produção foi a maior vencedora do Emmy 2015, abocanhando os prêmios de melhor minissérie, melhor direção, melhor atriz (McDormand), melhor roteiro e melhor atriz coadjuvante (Regina King).
Dois pelo preço de um: Curtiu a atuação catártica de Frances McDormand? Então não deixe de ver Mark Ruffalo em I Know This Much Is True.
Presta atenção, freguesia: Como o próprio Emmy indicou, tudo nessa minissérie é de primeira. Roteiro, direção e elenco.
Kevin McKidd, James Purefoy e Lyndsey Marshal como Lucius Vorenus, Marco Antônio e Cleópatra em cena de Roma
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Mesmo com uma ótima recepção de crítica e público, a superprodução histórica da HBO era tão cara para ser produzida que não passou da segunda temporada. Uma pena, porque retratava a turbulenta transição de república para império romano comandado por César de uma maneira fantástica. É nesse período de expansão territorial e guerras civis que seguimos o próprio Júlio César ascendendo ao poder e os ex-centuriões Lucius Vorenus e Titus Pullo, que têm de se adaptar à vida civil depois de retornar da famosa campanha de anexação da Gália (hoje, França).
Dois pelo preço de um: Que ir ainda mais longe na história do Império Romano? Romulus trata da fundação de Roma.
Presta atenção, freguesia: Na reprodução da uma Roma imponente e realista que dá uma atenção absurda aos detalhes.
Trailer de Sharp Objects
Thriller criminal denso e pesado é baseado no best-seller de Gillian Flynn
Dirigida pelo canadense Jean-Marc Vallée logo após a primeira temporada da bem-sucedida Big Little Lies, Sharp Objects é um thriller criminal denso e pesado baseado no best-seller de Gillian Flynn, também autora de Garota Exemplar. Na trama, Amy Adams é Camille Preaker, uma jornalista recém-saída de uma internação em um hospital psiquiátrico que retorna à sua pequena cidade natal para cobrir os assassinatos de duas meninas pré-adolescentes.
Dois pelo preço de um: Murder on Middle Beach é uma minissérie documental, mas tem o mesmo clima denso de Sharp Objects.
Presta atenção, freguesia: Na sempre ótima Amy Adams.
Trailer de Silicon Valley
O mundo das startups do Vale do Silício nunca foi tão ridículo e engraçado
Uma grande zueira com o mundo das startups do Vale do Silício, Silicon Valley é uma mistura de The Office com Pequenas Empresas Grandes Negócios que abusa da ironia e tem na figura engraçadíssima de T.J. Miller, uma de suas grandes atrações. A série é parcialmente inspirada nas próprias experiências de um de seus criadores, Mike Judge (mente por trás das animações Beavis e Butt-Head e O Rei do Pedaço), como engenheiro de software no Vale do Silício no final dos anos 1980. Na trama, um grupo de jovens nerds brilhantes, mas com poucas habilidades sociais, trabalha em uma startup sob a “mentoria” de Erlich (T.J. Miller), um milionário que os deixa morar em sua casa de graça. Desde que ele ganhe 10% dos lucros de seus projetos.
Dois pelo preço de um: Para seguir com as risadas, veja também, Vice Principals.
Presta atenção, freguesia: Nas costumeiras ironias de Mike Judge e no impagável T.J. Miller.
Trailer de Station Eleven
Drama apocalíptico cheio de camadas emociona com poesia intertemporal
Station Eleven estreou no finalzinho de 2021 sem chamar lá muita atenção. Não se assuste com a temática de pandemia mortal, algo que pode ser bem traumático no momento, mas isso foi só uma coincidência, já que ela é baseada em um livro de 2014. Aqui, seguimos uma série de personagens em linhas do tempo que variam entre antes, durante e 20 anos depois de uma pandemia que dizimou boa parte da humanidade. No começo ela pode parecer truncada demais, mas tenha paciência. Station Eleven vai te recompensar com momentos simplesmente sublimes.
Dois pelo preço de um: Se você, como nós, viu e adorou Station Eleven e ainda não viu The Leftovers, corre lá e dê o play agora.
Presta atenção, freguesia: Em como muitas das histórias que parecem desconexas vão se encaixando de um jeito que vai te prender na frente da tela.
Trailer de Succession
Para quem curte histórias recheadas de intrigas, humor cringe e personagens detestáveis
Um tipo de A Grande Família do mal, Succession retrata a vida dos Roy, um núcleo familiar que gira em torno do magnata das comunicações Logan Roy (Brian Cox), um homem sem o menor caráter que vive em um eterno jogo de poder com seus quatro filhos. O mais velho, Connor (Alan Ruck) parece ser um completo babaca. Kendall (Jeremy Strong) parece estar à frente da corrida para destronar o pai, mas a esperta Shiv (Sarah Snook) corre pelas beiradas. Enquanto Roman (Kieran Culkin) parece o menos qualificado, demonstra ser o único com o “instinto assassino” do pai. O problema é que Logan está sempre dez passos à frente dos seus filhos. Um prato cheio para quem curte uma história recheada de intrigas, humor cringe e personagens detestáveis.
Dois pelo preço de um: Você também vai curtir os podres do mundinho corporativo em Industry.
Presta atenção, freguesia: No elenco de primeiríssima que brilha em diálogos deliciosamente perversos e um tema que vai atrapalhar seu sono de tanto que gruda na sua cabeça.
Robert Durst é o pivô de uma história que parece bizarra demais para ser verdade, mas é tudo real
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À primeira vista, a história retratada nessa minissérie documental pode parecer bizarra demais para ser verdade -mas, acredite, é tudo verdade. O caso começa quando pedaços de um corpo esquartejado são encontrados boiando em sacos plásticos na costa do Texas. Após uma rápida investigação, a polícia logo aponta o principal suspeito, um sujeito bem esquisito chamado Robert Durst. A questão é que Durst é um multimilionário de Nova York com uma vida pregressa cheia de casos duvidosos. E o mais incrível de tudo é que, ao assistir um filme baseado no desaparecimento de sua ex-esposa, em que ele é provavelmente o culpado, Durst procura o diretor Andrew Jarecki para dar a sua versão da história.
Dois pelo preço de um: The Lady and the Dale – Uma Mentira Sobre Rodas
é outra minissérie documental com uma história tão surreal quanto a de The Jinx.
Presta atenção, freguesia: Em como a vida real pode ser muito mais absurda que a mais maluca das ficções.
Trailer de The Leftovers
Carregado de simbolismos religiosos, série se transformou em um dos grandes cults da HBO
Um dos principais roteiristas de Lost, Damon Lindelof aprendeu com os erros de seu trabalho anterior. Em The Leftovers, ao invés de prometer explicar as coisas, ele simplesmente deixou o público tirar suas próprias conclusões sobre sua trama carregada de símbolos religiosos. A série se passa alguns anos depois de um evento que ficou conhecido como ‘partida repentina’, onde 2% da população mundial simplesmente desapareceu. Seria o tal arrebatamento? Lindelof não deixa isso claro. Vamos aos poucos descobrindo mais sobre esse mundo pós partida pelos olhos do policial Kevin (Justin Theroux), que acha que está ficando louco como seu pai, da traumatizada Nora (Carrie Coon) e do pastor descrente Matt (Christopher Eccleston).
Dois pelo preço de um: Curtiu The Leftovers e ainda está nessa vibe de filosofar sobre vida e morte? Veja A Sete Palmos.
Presta atenção, freguesia: A última temporada é absolutamente espetacular.
John Turturro e Riz Ahmed em cena do intenso drama judicial The Night of
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Se você procura uma história densa para assistir, a minissérie The Night of é uma bela pedida. Depois de “pegar emprestado” o taxi de seu pai e aproveitar uma noite de drogas e sexo com uma passageira acidental, o jovem Naz (Riz Ahmed) é acusado e preso por assassinato. Desesperado, ele conta apenas com a ajuda de um advogado de porta de cadeia, John Stone (John Turturro), para ajudá-lo. À princípio ele parece não ter competência para isso, mas o caso desperta uma sede de justiça que Stone nunca havia provado em toda sua carreira medíocre.
Dois pelo preço de um: Top of the Lake é mais esquisita que The Night of, mas é tão tensa quanto.
Presta atenção, freguesia: Na atuação absurda de John Turturro. Uma das melhores de sua carreira. E olha que ele é um excelente ator.
Ricky Gervais (centro) e companhia na versão original de The Office
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Muita gente que adora a versão americana de The Office ainda não viu a original inglesa. Foi com ela, no papel de David Brent, o chefe mais ridículo e sem noção do universo, que o comediante Ricky Gervais, um dos criadores da produção da BBC, ficou famoso fora dos limites do Reino Unido. Você tem vergonha alheia toda vez que Steve Carell aparece na tela como Michael Scott no remake americano? Experimente só ver o David Brent de Gervais. Outro ator que foi revelado para o resto do mundo nesta série foi Martin Freeman, que brilhou ao lado de Benedict Cumberbatch em Sherlock (2010–2017) e no como o protagonista da trilogia O Hobbit. A trama é bem simples: o dia a dia de um escritório de uma empresa de papel retratado na forma de um documentário.
Dois pelo preço de um: Não resistiu ao humor cringe de The Office? Vá de Veep.
Presta atenção, freguesia: Ricky Gervais quebra tudo com o personagem mais detestável e fascinante de sua carreira.
Trailer de The White Lotus
Tiração de sarro mordaz que diverte e desperta a raiva do espectador na mesma medida
Todas as facetas do privilégio branco em um só pacote, The White Lotus é uma tiração de sarro mordaz que diverte e desperta a raiva do espectador na mesma medida. Nela, um grupo de turistas -entre eles uma família, um casal em lua de mel e uma mulher de meia-idade solteira que ainda sofre com a perda da mãe- se hospedam em um resort paradisíaco no Havaí. Praticamente um BBB que virou série.
Dois pelo preço de um: Ainda com vontade de esganar o povo de The White Lotus? Experimente ver Succession.
Presta atenção, freguesia: Jennifer Coolidge simplesmente rouba o show como a deslocada Tanya McQuoid.
O saudoso Michael K Williams como Omar Little, um dos personagens mais marcantes de The Wire
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Considerada uma das séries fundamentais dos anos 2000 na TV americana junto com Oz e Família Soprano, The Wire retrata de forma realista a economia que gira em torno do tráfico de drogas em todas as esferas. Desde a boca de fumo até as conexões políticas. Por meio de uma força tarefa policial com poucos recursos, cada uma das cinco temporadas foca em um desses braços. Na primeira, o grupo de policiais tenta prender um influente traficante de uma área de Baltimore. Na segunda, conhecemos mais a fundo a área do porto da cidade e os carregamentos de drogas. Na terceira, os impactos sociais de todo o esquema. Na quarta, como as drogas influenciam nos rumos da política. E na quinta, o papel da mídia nessa estrutura suja. Uma obra-prima que além de tudo isso, apresenta personagens inesquecíveis.
Dois pelo preço de um: Gosta desse tipo de abordagem? Show Me A Hero é outro trabalho excelente e pouco visto de David Simon.
Presta atenção, freguesia: Como em toda série da dupla David Simon/Ed Burns, os diálogos são o ponto alto dessa série. E olha que há vários outros pontos altos. Um deles é Michael Kenneth Williams, que ficou conhecido para sempre como o inesquecível Omar Little.
Elisabeth Moss e Alice Englert na série dirigida por Jane Campion antes do sucesso de Ataque dos Cães
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Antes de voltar a ser celebrada como a incrível cineasta que é com o filme O Ataque dos Cães (2021), Jane Campion se arriscou na TV e entregou uma excelente e esquisita série passada em sua terra natal: a Nova Zelândia. Nela, Elisabeth Moss interpreta Robin Griffin, uma policial que fica obcecada com o caso do desaparecimento de uma garota de 12 anos que estava grávida.
Dois pelo preço de um: Crimes e bizarrices é a sua praia mesmo? Não perca True Detective.
Presta atenção, freguesia: Na direção sempre muito inventiva de Jane Campion e em mais uma interpretação matadora de Elisabeth Moss.
Cena musical de Nova Orleans é uma das facetas da riqueza cultural e questões sociais que fazem a história de Treme
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Criada por David Simon, um dos caras por trás de The Wire, um dos maiores marcos da TV americana, Treme segue uma série de personagens tentando reconstruir suas vidas após a passagem do furacão Katrina, que devastou a cidade de Nova Orleans em agosto de 2005. Entre eles, um músico de rua viciado em drogas, um trombonista que acaba virando professor para pagar as contas, um DJ local que tenta a todo custo manter a rica história de Nova Orleans viva, uma chef que retorna À sua cidade natal para reencontrar suas raízes, uma advogada investigando um caso de desaparecimento durante a passagem do furacão e o líder de um bloco do carnaval da cidade, o tradicional Mardi Gras.
Dois pelo preço de um: Outra obra de David Simon que apresenta uma miríade de personagens e pode agradar é The Deuce.
Presta atenção, freguesia: Vai soar repetitivo, mas não há como resistir aos diálogos criados por David Simon. Além, claro, de uma trilha incrível, mas isso é mais do que esperado de uma série que traz muito da cena musical de Nova Orleans.
Trailer de Veep
Julia Louis-Dreyfus arrasa nessa sátira engraçadíssima sobre os bastidores do poder
Depois de brilhar -e ficar marcada pelo papel de Elaine em Seinfeld- Julia Louis-Dreyfus conseguiu ainda mais projeção (e prêmios!) como a eterna vice-presidente dos EUA Selina Meyer nessa sátira engraçadíssima sobre os bastidores do poder. Selina e sua equipe vivem de contornar crises e evitar mal-entendidos enquanto lidam com suas próprias ambições. Governar que é bom, nada.
Dois pelo preço de um: Não deixe a peteca da comédia cair e emende com Silicon Valley.
Presta atenção, freguesia: No elenco, que é ótimo. Especialmente em Julia Louis-Dreyfus, que sempre dá um show em tudo o que faz.
Trailer de Veneno
Nada é o que parece ser na minissérie sobre Cristina “La Veneno” Ortiz, e isso é ótimo
A minissérie espanhola criada por Javier Ambrossi e Javier Calvo é um retrato nada convencional sobre a vida de Cristina “La Veneno” Ortiz, uma mulher trans que durante um período da década de 1990 foi uma superestrela da cultura pop na Espanha. O material para contar essa história foi retirado do livro ¡Digo! Ni Puta ni Santa. Las Memorias de La Veneno, da escritora Valeria Vegas, também uma mulher trans que lançou a obra poucos meses antes da morte de Cristina, no final de 2016. Saltando entre as décadas de 1960 e 70 (quando Cristina estava crescendo), 1990 (seus anos de luta nas ruas e estrelato) e 2000 (quando conheceu Vegas), a minissérie usa de muito lirismo para nos apresentar a Veneno, que tende a exagerar e -muitas vezes- distorcer fatos. Porém, com uma honestidade cativante na forma de relatar seus causos.
Dois pelo preço de um: Se você gostou de Veneno, é impossível não curtir It’s a Sin.
Presta atenção, freguesia: No belo roteiro e direção de Javier Ambrossi e Javier Calvo, nas atuações de Jedet Sánchez, Daniela Santiago e Isabel Torres como versões de fases distintas de Cristina La Veneno.
Trailer de Watchmen
Minissérie consegue o feito de adaptar Alan Moore sem ser uma adaptação direta
Lidar com o universo criado pelo gênio dos quadrinhos Alan Moore não é tarefa fácil. Ainda mais quando se trata de sua obra prima. Algo no qual Zack Snyder falhou miseravelmente quando lançou o filme Watchmen, em 2009. Mas, ao contrário de seu antecessor, Damon Lindelof (de Lost e The Leftovers) optou por contar uma história atual, que se passa no mundo de Watchmen, com novos personagens e um enfoque grande em uma ferida americana que ainda sangra: o conflito racial. É claro que encontraremos alguns personagens icônicos da HQ de Moore, mas quem comanda o show é Regina King na pele da policial Angela Abar, ou Sister Night, que investiga a morte de seu amigo e chefe de polícia Judd Crawford (Don Johnson).
Dois pelo preço de um: Lovecraft Country é uma bela opção de maratona dupla com Watchmen.
Presta atenção, freguesia: Em dois episódios espetaculares: o sexto, que conta a origem do Justiça Encapuzada; e no oitavo, focado no Doutor Manhattan.
Trailer de Years and Years
Série prevê um futuro bem possível de crises políticas, sociais, climáticas e culturais
Série inglesa que ganhou distribuição nos Estados Unidos via HBO, Years and Years é um tipo de mistura de This is Us com Black Mirror. Dividida em apenas seis episódios, a trama conta os dramas da família Lyons, de 2019 a 2035, período de ascensão da extrema direita no mundo. No Reino Unido, esse movimento é liderado por Viv Rook, interpretada pela excelente Emma Thompson. A série prevê um futuro bem possível -e nada agradável- de crises políticas, sociais, climáticas e até culturais.
Dois pelo preço de um: Quer mais distopia? Se liga só em Station Eleven.
Presta atenção, freguesia: Nas prováveis e assustadoras previsões do futuro que a série faz.
Rafael Argemon
Rafael Argemon é criador do perfil O Cara da Locadora no Instagram e também assina uma coluna com o mesmo nome na Tangerina, onde indica as pérolas escondidas nas plataformas de streaming. Cinéfilo e maratonador de séries profissional, passou por Estadão, R7, UOL, Time Out e Huffpost. Apaixonado por pugs, sagu e jogos do Mario.
Ver mais conteúdos de Rafael ArgemonTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
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