Divulgação/Lucasfilm
Aos 91 anos, James Earl Jones liberou gravações que havia feito como vilão da franquia para que inteligência artificial crie novas falas
Dono de uma das vozes mais icônicas da indústria do entretenimento, o ator James Earl Jones decidiu se aposentar aos 91 anos. Por isso, novos projetos de Star Wars que contem com Darth Vader usarão uma inteligência artificial para recriar o som potente e ameaçador. A série Obi-Wan Kenobi (2022) já se utilizou desse recurso.
Antes de convocar um “robô” para substituir James Earl Jones, a Lucasfilm checou com o ator se ele estaria de acordo. E o veterano aceitou ceder os direitos de tudo o que já havia gravado como Darth Vader para ser analisado pela inteligência artificial –que, com base nesse histórico, consegue construir novas falas nunca antes feitas.
Matthew Wood, supervisor de edição de som de vários projetos de Star Wars (e responsável pela voz do general Grievous), contou à revista Vanity Fair que o processo de reconstrução vocal exige bastante material de apoio. “Para um personagem como Darth Vader, que pode ter umas 50 falas na série, a gente usa cerca de 10 mil arquivos.”
Essas gravações históricas foram enviadas para a Reespecher, uma start-up ucraniana que encarou até mesmo a guerra com a Rússia para continuar produzindo as novas falas de Darth Vader. Segundo Wood, a empresa tem um elemento que a diferencia de outras que trabalham com inteligência artificial: o resultado final soa humano, e não robótico –irônico, já que o vilão de Star Wars é parte máquina.
A Reespecher também trabalhou com a Lucasfilm para criar falas de um jovem Luke Skywalker em O Livro de Boba Fett (2021). O intérprete do jedi, Mark Hamill, continua na ativa, mas sua voz aos 70 anos não tem mais a jovialidade daquela do rapaz de 26 que estrelou o Episódio 4: Uma Nova Esperança (1977).
Recentemente, Star Wars também passou a criar os rostos de personagens com efeitos especiais. Foi assim que o Grão-Moff Tarkin apareceu Rogue One (2016) 22 anos depois da morte de seu intérprete, Peter Cushing (1913-1994). Com personagens e vozes gerados por computador, será que em breve a Lucasfilm não precisará mais de atores para rodar seus filmes?
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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