FILMES E SÉRIES

Chris Hemsworth

Divulgação/Marvel Studios

CRÍTICA

Thor: Amor e Trovão é a redenção de Chris Hemsworth na pele do herói

Quarto filme solo do deus nórdico estreia nos cinemas do Brasil nesta quinta-feira (7) e marca retorno de Natalie Portman à franquia

André Zuliani

Quando Chris Hemsworth estreou na pele de Thor Odinson, em um já longínquo 2011, seu nome era praticamente desconhecido do público; seu personagem, uma incógnita nos cinemas. Apesar do sucesso de Homem de Ferro (2008) e do início da construção do Universo Compartilhado da Marvel, nada assegurava que uma história solo do Deus do Trovão protagonizada por um ator desconhecido renderia milhões.

Onze anos depois, Hemsworth é o primeiro astro da Marvel a estrelar a ganhar um quarto filme solo e Thor, entre tropeços e acertos, se tornou um dos personagens mais queridos de todo o MCU. É justamente por causa desta estrada tortuosa enfrentada pela franquia que Thor: Amor e Trovão significa a redenção para o ator na pele do herói.

Alguns poderiam falar que ela havia chegado com o sucesso de Thor: Ragnarok (2017) e a entrada de Taika Waititi como diretor, ou talvez com o arco enfrentado pelo Deus do Trovão em Vingadores: Guerra Infinita (2018) e Vingadores: Ultimato (2019). Mas é com Amor e Trovão que o personagem consolida o novo tom da narrativa e faz as pazes com o passado para, enfim, olhar para o futuro.

Para seguir em frente, a franquia faz um aceno ao que já viveu. O retorno de Natalie Portman como Jane Foster, ex-namorada do autointitulado Vingador mais forte, injeta uma dose de amor necessária não apenas para justificar o título do filme, mas também para comprovar o amadurecimento de Thor e abraçar a sua humanidade.

Thor: Amor e Trovão - Natalie Portman e Chris Hemsworth

Natalie Portman e Chris Hemsworth

Divulgação

Em Thor: Amor e Trovão, o arco de Jane é o mesmo dos quadrinhos de Jason Aaron que inspiraram o longa. Doutora reconhecida no meio científico, ela descobre que está com câncer no estágio quatro –o mais perigoso de todos. Com a quimioterapia surtindo pouco efeito, ela segue o conselho de Darcy (Kat Dennings, em curta participação) e apela para a “carta mágica”: a ciência de Asgard e a sua antiga ligação com Thor.

Como revelado antes mesmo do início das filmagens começarem, Jane assume a identidade da Poderosa Thor após se tornar capaz de empunhar o Mjolnir. Com os mesmos poderes do Deus do Trovão, ela se une ao ex-namorado quando o surgimento de um novo vilão ameaça a existência de todos os deuses do universo.

O antagonista da vez é Gorr, o Carniceiro dos Deuses (Christian Bale). Antigo devoto de divindades, ele abandona a fé depois que sua filha e todo o seu povo são mortos. Ele percebe que o deus a quem tanto louvavam nunca se importou com eles. Tomado pelo ódio, ganha o poder de dizimar a todos ao encontrar a Necroespada, item milenar e com força descomunal.

No filme, o Gorr de Bale ganha uma roupagem menos sinistra do que a sua contraparte dos quadrinhos. Apesar de sua missão continuar sendo matar todos os deuses existentes, o personagem é humanizado e menos sombrio, sem que a carnificina praticada por ele em diversas galáxias seja o principal motor de sua narrativa.

Christian Bale

Christian Bale em Thor: Amor e Trovão

Divulgação/Marvel Studios

Esta “simplificação” nas histórias de Gorr e Jane Foster acabam por ser a parte negativa de Thor: Amor e Trovão. De certa maneira, o longa de Taika Waititi é a maior aventura com o selo Disney entre todos os filmes do personagem. Explicações enxutas são jogadas na tela sem grandes desenvolvimentos, fazendo com o que o espectador apenas “aceite” que há uma nova Thor ou que o vilão vivido por Bale é o Thanos da vez. Até mesmo a pequena e aguardada participação dos Guardiões da Galáxia passa quase despercebida.

Embora mantenha o excelente humor de Waititi, que se aproveita da aura mitológica de Thor para ridicularizar o personagem, e de se tratar de uma história que atravessa os limites de galáxias, não há urgência em Amor e Trovão. Não há batalhas inesquecíveis ou sequências de ação de tirar o fôlego. Aqui, o importante é o sentimento e a jornada de redescobrimento do herói após tantas perdas.

Não há dúvidas de que a parceria entre Chris Hemsworth e Taika Waititi levou Thor a alcançar uma posição mais confortável entre todas as franquias da Marvel. Após Amor e Trovão, ainda é incerto qual será o futuro do herói dentro do MCU, mas a mudança de rota proposta pelo diretor colocou o Deus do Trovão no caminho certo para se tornar inesquecível.

Natalie Portman, Tessa Thompson e Chris Hemsworth em cena de Thor: Amor e Trovão

Thor: Amor e Trovão

Trailer legendado

Thor: Amor e Trovão cartaz

Thor: Amor e Trovão

Ação/Aventura
12

Direção

Taika Waititi

Produção

Marvel Studios

Onde assistir

Cinemas

Elenco

Chris Hemsworth
Natalie Portman
Tessa Thompson
Christian Bale
Taika Waititi
Russell Crowe
Jaimie Alexander
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André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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