FILMES E SÉRIES

Sylvester Stallone em Tulsa King

Divulgação/Paramount+

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Tulsa King: Stallone esbanja carisma em nova série do Paramount+

Atração do streaming marca a estreia do astro de 76 anos em produções para a televisão depois de cinco décadas de carreira

André Zuliani

Em seu primeiro papel fixo na TV em mais de cinco décadas de carreira, Sylvester Stallone não poderia estar em melhor forma. Aos 76 anos, o astro de franquias como Rocky e Rambo esbanja carisma em Tulsa King, série do Paramount+ que estreia no Brasil neste domingo (25).

Na trama, Stallone interpreta Dwight Manfredi, gângster que deixa a prisão após cumprir pena de 25 anos por assumir a culpa de um assassinato que não cometeu. Depois de duas décadas e meia no cárcere, o mafioso tenta retornar ao posto de um dos chefões do crime de Nova York.

Mas os desejos de Manfredi vão por água abaixo quando ele reencontra Pete Invernizzi (A.C. Peterson), ex-chefão da máfia pelo qual ele se dispôs a ir para a prisão. O mandachuva da vez é o filho de Pete, Charles (Domenick Lombardozzi), que lhe dá uma única opção: Dwight será transferido para Tulsa, em Oklahoma (EUA), e usará a cidade para recomeçar do zero.

Sylvester Stallone e Jay Will

Dwight (Sylvester Stallone) e Tyson (Jay Will)

Divulgação/Paramount+

Contra a sua vontade, Dwight aceita o novo papel na máfia e se muda para Tulsa. O problema é que os 25 anos na prisão lhe tiraram qualquer noção de desenvolvimento e mudanças da sociedade, e ele chega à nova cidade com a mentalidade de um perfeito “tiozão”.

Colocar Stallone no papel de um mafioso ultrapassado que não entende o quanto ficou para trás em comparação com o resto das pessoas pode ser descrito como a ideia quase perfeita. Cocriada por Taylor Sheridan, mente por trás da franquia Yellowstone, Tulsa King traz um equilíbrio entre humor e drama que faz da série uma das melhores estreias deste segundo semestre de 2022.

Diferentemente de Yellowstone, na qual Sheridan trabalha a masculinidade de seus personagens como se aspirasse a uma atmosfera dos anos 1980, Tulsa King usa a realidade ultrapassada de Dwight como sátira. O protagonista de Stallone não é o machão que busca diminuir mulheres e minorias, mas sua falta de compreensão com a legalização da maconha e outros avanços sociais –para que usar cartão de crédito em vez de dinheiro em espécie?– torna a experiência de assistir à série ainda mais deliciosa.

Martin Starr e Garrett Hedlund em cena de Tulsa King

Martin Starr e Garrett Hedlund em cena de Tulsa King

Divulgação/Paramount+

Para tentar construir o próprio império em Tulsa, o mafioso convoca um time peculiar de ajudantes. O afrontoso motorista Tyson (Jay Will) enxerga em Dwight uma oportunidade rápida para enriquecer em vez de ir para a faculdade –para o desgosto de seu pai. Já o comerciante Bodhi (Martin Starr) se vê obrigado a formar uma parceria com o veterano, mesmo que sua loja de maconha esteja dentro da lei de Oklahoma.

Para apimentar ainda a situação de Dwight, o mafioso se envolve com Stacy Beale (Andrea Savage), agente da polícia local que dorme com ele antes de saber sobre o seu currículo. O drama de Tulsa King ganha ainda mais força ao explorar a relação do protagonista com sua filha, Tina (Tatiana Zappardino), que ficou 18 anos sem falar com o pai por decisão dele.

Tulsa King pode não ser um drama do nível de séries como Breaking Bad (2008-2013) ou Família Soprano (1999-2007), nem Dwight Manfredi é um personagem do escalão de Rocky Balboa. Contudo, a atração do Paramount+ tem nos absurdos de seu universo um de seus maiores trunfos. Some-se isso ao carisma inigualável de Stallone e você ganha um título quase imperdível para os próximos meses.

Sylvester Stallone em Tulsa King

Tulsa King - 1ª temporada

Trailer legendado oficial

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QUEM FEZ

André Zuliani

Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.

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