(Foto: Divulgação/Marvel Studios)
Uma virada capaz de transformar o maior estúdio de heróis do planeta em referência positiva novamente
Nos últimos anos, a Marvel foi alvo de uma das maiores ondas de críticas desde que consolidou seu domínio em Hollywood. Filmes como Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania (2023) e As Marvels (2023) escancararam uma realidade que já vinha sendo discutida: a pressa na pós-produção, o abuso de prazos sobrecarregando equipes de efeitos visuais e a sensação de que os blockbusters da marca estavam saindo do forno inacabados. A má fase levantou dúvidas até sobre a força do estúdio.
Em meio a esse cenário, Vingadores: Doomsday surgiu envolto em rumores de bagunça, suposto improviso no roteiro e desconfiança generalizada. Para muitos fãs, o projeto soava como mais um produto apressado que poderia reforçar a crise criativa da Marvel. Mas a trajetória recente do longa aponta para uma guinada que pode mudar completamente a narrativa.
O filme já passou por suas turbulências nos bastidores, mas agora se encontra em um estágio raro para os padrões do estúdio: terá mais de um ano inteiro dedicado à pós-produção. Essa folga no calendário é um sinal de que o estúdio finalmente aprendeu com os tropeços do passado — dando tempo para lapidar efeitos visuais, narrativas e conexões com o restante do MCU (Universo Cinematográfico da Marvel).
Esse cuidado extra chama atenção justamente porque os últimos títulos da franquia Vingadores sempre carregaram o peso de serem os maiores crossovers da cultura pop. Se em Ultimato (2019) a estratégia foi entregar um fechamento épico para a saga do Infinito, Doomsday chega com a missão de renovar o fôlego da marca e recuperar a confiança do público.
Além disso, o filme servirá como vitrine para personagens que se tornaram peças centrais na nova fase da Marvel. O tempo estendido de pós-produção permite alinhar melhor essas introduções e garantir que a grandiosidade do encontro entre heróis não se perca em meio a pressa ou cortes apressados. É um contraste gritante com os problemas de CGI e montagem que minaram a reputação recente do estúdio.
Para os profissionais da indústria, o caso de Vingadores: Doomsday pode até sinalizar uma mudança de cultura dentro da Marvel. Depois de anos de denúncias sobre jornadas desumanas impostas a equipes de efeitos, a decisão de priorizar qualidade em vez de cronograma mostra que o estúdio entendeu a gravidade da situação.
Se a aposta der certo, Doomsday não será apenas mais um evento de bilheteria: pode simbolizar o fim da era mais criticada da Marvel e o início de um novo ciclo. Uma virada capaz de transformar o maior estúdio de heróis do planeta em referência positiva novamente — tanto para fãs quanto para a indústria.
Victor Cierro
Repórter da Tangerina, Victor Cierro é viciado em quadrinhos e cultura pop e decidiu que seria jornalista aos 9 anos. É cria da casa: antes da Tangerina, estagiou no Notícias da TV, escrevendo sobre filmes e séries.
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