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Premiado e consagrado, o astro fez filmes da Marvel, mas definitivamente sua carreira não se resumia a isso
Morto por causas naturais neste domingo (13), segundo mensagem publicada pela família, o ator americano William Hurt teve uma prolífica carreira nos cinemas. Os fãs mais jovens, claro, podem se lembrar dele imediatamente pelo papel do general Thunderbolt Ross, desafeto e principal antagonista de Bruce Banner em O Incrível Hulk (2008), e depois como o maior defensor do registro dos super-heróis dentro do MCU (Universo Cinematográfico Marvel, na sigla em inglês), aparecendo em produções como Capitão América: Guerra Civil (2016), Vingadores: Guerra Infinita (2018), Vingadores: Ultimato (2019) e, mais recentemente, Viúva Negra (2021). Havia até especulações sobre como seria sua aparição na vindoura série Invasão Secreta.
Mas Hurt tem mais de uma centena de créditos em sua filmografia, entre produções para as telonas e participações em séries. E nunca parou. Tanto é que seu último papel foi na fantasia A Filha do Rei, lançada este ano, sobre a busca do rei Luís 14 (Pierce Brosnan) por imortalidade. Hurt interpreta aqui o padre jesuíta François d’Aix de La Chaise, principal confessor do monarca francês.
Para que você possa homenagear o ator, a gente aqui da Tangerina separou cinco grandes películas nas quais Hurt brilha.
O Beijo da Mulher-Aranha de 1985, de Hector Babenco, rendeu um Oscar de melhor ator a Hurt
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A produção rendeu a William Hurt o único Oscar de sua carreira. Na película, ele interpreta Luis Molina, um homossexual mantido preso durante a ditadura brasileira, acusado de pedofilia. Na mesma cela, está Valentin Arregui (Raul Julia), um revolucionário de um grupo de esquerda. E grande parte da trama se passa nas histórias trocadas entre eles. Baseado no livro de Manuel Puig, tem direção do saudoso cineasta Hector Babenco, o argentino mais brasileiro de todos os tempos. No elenco, diversos brasileiros como Sônia Braga, José Lewgoy, Milton Gonçalves, Nuno Leal Maia e Herson Capri.
Filhos do Silêncio de 1986, coloca Hurt como um professor de Oratória que se apaixona pela zeladora, uma mulher surda.
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Belíssimo drama baseado numa peça de Mark Medoff, traz William Hurt vivendo James, o novo professor de oratória de uma escola para surdos. Logo ele se apaixona pela zeladora, uma mulher surda (a jovem Marlee Matlin, em seu primeiro papel no cinema). No entanto, os conflitos ideológicos entre os dois a respeito de fala e surdez criam uma inesperada tensão no relacionamento do casal. Embora Hurt tenha sido indicado ao Oscar por este filme, a película entrou para a história por ter garantido o prêmio de melhor atriz para Matlin, a única mulher surda a ganhar a estatueta até o momento.
Nos Bastidores da Notícia de 1987, mostra dois repórteres de televisão rivais.
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Nesta competente sátira do telejornalismo americano, ele interpreta Tom Grunick, o âncora bonitão e galanteador por quem a produtora Jane Craig (Holly Hunter) se apaixona. O grande problema é que ele representa tudo que esta mulher obcecada por trabalho mais odeia na profissão. Vivendo puramente de seu carisma, Tom não escreve os textos que lê e, na grande maioria das vezes, sequer entende dos temas que apresenta no programa. Enquanto isso, o talentoso porém tímido repórter Aaron Altman (Albert Brooks) observa tudo quase em silêncio, apaixonado em segredo pela colega de trabalho.
Em A Praga de 1992, Hurt é um doutor enviado para uma cidade devastada por uma doença
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Inspirado na obra de Albert Camus, o filme fala sobre uma cidade da América do Sul que é devastada pela chegada de uma praga. Em meio às muitas tentativas de abandonar o local, o dr. Bernard Rieux (Hurt) manda sua esposa para longe e faz o melhor para ajudar a cuidar das vítimas. E então, em uma trama que nos parece assustadoramente atual, conforme a sensação de isolamento e desesperança cresce, descobrimos o quanto essa situação tem diferentes significados para o médico, para os jornalistas, para os líderes religiosos… E Rieux começa então a questionar seus próprios valores.
Apesar do pouco tempo de tela, Hurt é um coadjuvante marcante em Marcas da Violência, de 2005
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Mais um filme baseado em quadrinhos para a carreira de Hurt, mas este sem super-heróis ou uniformes coloridos. Na adaptação do diretor David Cronenberg para uma HQ adulta do finado selo Vertigo (da DC Comics), um homem (vivido por Viggo Mortensen) é forçado a encarar seu passado manchado de sangue depois de receber mais atenção do que gostaria e ter sua vida secreta de pacato pai de família enfim descoberta por seu irmão -no caso, um brutal mafioso vivido por William Hurt. Foi inclusive a última indicação do intérprete ao Oscar, na categoria de melhor ator coadjuvante.
Gabi Franco
Editora de filmes e séries na Tangerina, Gabi Franco é criadora do Minas Nerds, jornalista, cineasta, mãe de gente, pet e planta. Ex- HBO, MTV, Folha, Globo… É marvete, mas até tem amigos DCnautas.
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