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Cineasta vencedor de dois Oscars terá de abrir a carteira para indenizar a assessora Haleigh Breest, que alegou abuso em 2013
O diretor e roteirista Paul Haggis, vencedor de dois Oscars por Crash – No Limite (2004), foi condenado nesta quinta-feira (10) a pagar US$ 7,5 milhões (R$ 40 milhões) de indenização à assessora Haleigh Breest, que o acusou de tê-la estuprado em 2013. Ele não pode ser preso pois o julgamento não aconteceu na esfera criminal.
Haggis e seus advogados não quiseram comentar a decisão do júri. Haleigh disse que estava “muito grata”, e sua advogada, Zoe Salzman, afirmou que a equipe estava satisfeita com o resultado do processo. A terapeuta Catherine Baker-Pitts, que tratou a assessora entre 2017 e 2019 e depôs a seu favor, falou que “a Justiça foi feita” e parabenizou sua antiga cliente por ter “saído da zona de conforto e confiado no sistema”, de acordo com o Deadline.
Segundo a acusação de Haleigh Breest, Paul Haggis a levou para seu apartamento após a estreia de um filme e a forçado a fazer sexo oral nele. Ele também teria inserido seus dedos na mulher contra a vontade dela, que dizia não e pedia para ele parar. O depoimento dela durou quatro dias. O cineasta, por sua vez, disse que os dois passaram a noite toda flertando e que a relação tinha sido consensual.
Outras quatro mulheres também foram ao tribunal para depor contra o diretor, acusando-o de abuso sexual (ou de tentativa de estupro) em incidentes ocorridos entre 1996 e 2015. Outro advogado de Haleigh, Ilann Maazel, chamou Paul Haggis de um psicopata que teria planejado minuciosamente o ataque contra sua cliente, assim como havia feito com as outras quatro.
Em junho deste ano, Paul Haggis foi detido na Itália acusado de abusar sexualmente de uma mulher. Ela alegou que o diretor teria a forçado a fazer sexo sem consentimento com ele ao longo de dois dias. Depois, ele teria a largado no aeroporto de Brindisi logo pela manhã, “apesar de suas condições psicológicas e físicas precárias”. O cineasta alegou que a relação tinha sido consensual e que ele errou, mas não a estuprou.
O caso acabou arquivado porque, segundo a Justiça italiana, não havia motivos para prosseguir com uma investigação sobre as alegações. “Depois de ver as evidências e ouvir os argumentos de ambos os lados, o Tribunal Distrital de Lecce rejeitou por unanimidade o apelo de um promotor para restabelecer a prisão domiciliar de Haggis”, disse o advogado italiano de Haggis, Michele Laforgia, em comunicado emitido à imprensa.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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