Divulgação/25 Birdman
Depois de cravar seu nome no trap, músico apresentou faceta romântica em Little Love; à Tangerina, ele fala sobre carreira e namoro com Bella Campos
MC Cabelinho está em um momento 100% romance. Em Vai na Fé, novela das sete da Globo, ele contracena com Bella Campos, sua namorada na vida real. Na música, tem trabalhado o disco Little Love, lançado em dezembro do ano passado e que foi inspirado em experiências amorosas anteriores do funkeiro. As canções serviram para exorcizar tudo o que ele sentiu nos outros relacionamentos. “Sei que nem tudo são flores”, filosofa.
“Eu comecei a escrever Little Love depois de terminar meu último namoro, em dezembro de 2021. Fiquei solteiro durante um bom tempo, uns nove meses, e no decorrer desse período me envolvi com outras pessoas, fui vivendo e escrevendo. Acabei desabafando, jogando tudo para fora. Mesmo que um relacionamento não seja perfeito, não deixa de ser uma vivência e um aprendizado para o que virá depois”, explica Cabelinho em conversa exclusiva com a Tangerina.
Apesar de não abandonar o funk carioca e o trap que o consagraram em Little Hair (2021), o músico quis apresentar uma nova faceta para o seu público em Little Love. “Um lado mais emocional, entende? Foi proposital falar tudo o que eu disse [no álbum], até porque não dá para ficar fazendo a mesma coisa em todos os discos. Outros artistas da mesma vertente estavam falando quase as mesmas coisas que eu. Optei pela love song porque era um bagulho que ninguém [do trap] estava fazendo”, justifica o cantor.
A aposta era arriscada, mas deu certo. Pelos números registrados por Little Love, o músico –cujo nome de batismo é Victor Hugo Oliveira do Nascimento— alcançou um público muito maior do que com seus trabalhos anteriores. “Atingiu mais pessoas nas plataformas, com certeza. E nos shows eu fico muito surpreso, porque o disco ainda tem pouco tempo [completa dois meses nesta segunda], mas já estão cantando todas as músicas. É uma satisfação muito grande ver todo mundo cantando sua parada.”
O artista também tem feito boas parcerias na cena musical –ele chegou a ser citado por Caetano Veloso na faixa Meu Coco. No disco mais recente, conta com feats de nomes como Ludmilla, Gloria Groove, Baco Exu do Blues e Delacruz. “Eu vou escrevendo a música e, no decorrer do processo, imagino um artista remando comigo. Tem umas que escrevo e falo: ‘Não, essa é solo’. Little Love fui pensando em quem ficaria legal comigo, deu no que deu. Mas acho que se eu fosse compor pensando no feat, não sairia com a mesma energia.”
MC Cabelinho vive Hugo na novela Vai na Fé
Manoella Mello/TV Globo
Apesar da agenda corrida com a carreira musical, Cabelinho ainda encontra tempo para gravar novela. Ele está no ar como o Hugo de Vai na Fé depois de ter interpretado o Farula em Amor de Mãe (2019). “Nunca planejei ser ator, mas as oportunidades foram aparecendo, eu mergulhei e deu certo. Estou conseguindo conciliar porque lancei o álbum faz pouco tempo, então não preciso estar no estúdio o tempo todo. Os fãs ainda estão absorvendo o produto, não tem pressa para lançar outro (risos)”.
A trama da Globo ainda o deixa mais próximo de Bella Campos, que vive a Jenifer na história de Rosane Svartman. O romance da vida real chamou a atenção da imprensa, a ponto de uma brincadeira entre os dois ter virado notícia: ele pediu a Muda de Pantanal (2022) em casamento durante uma festa, sem imaginar que a piada seria levada a sério pelos fãs e pela imprensa. “Eu nunca namorei uma pessoa famosa antes, estou aprendendo a lidar com tudo isso. Mas eu estava só improvisando um pagode, não era um pedido de verdade”, desconversa.
Cria das comunidades do Rio de Janeiro, Victor Hugo usa seus holofotes para ajudar outros jovens. “Quero levantar os moleques que são cria do morro comigo, que dependem de mim. Eu não tive um Cabelinho para me ajudar lá atrás, abri a mata do meu jeito. Hoje, fico feliz de poder ajudar outros moleques, porque todo mundo merece um lugar ao sol. Se eu posso, ajudo, porque tenho certeza de que eles vão brilhar muito.”
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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