Globo/divulgação
Produtor de Que Rabão revela que Anitta pediu a música para ela assim que ouviu a gravação: 'Na mesma hora, ela começou a escrever'
Entrevistado desta quarta-feira (15) do Conversa com Bial, na TV Globo, o produtor Papatinho contou bastidores inéditos da criação de Que Rabão. A música, única faixa em português do disco Versions of Me, é uma parceria póstuma entre Anitta e o ícone do funk Mr. Catra (1968-2018). Completam o time da gravação o MC Kevin O Chris, o rapper norte-americano YG e o próprio Papatinho.
O produtor revelou que foi visitar Catra no hospital. Lá, o funkeiro revelou ao amigo a vontade de gravar um trap —especialidade de Papatinho. Tempos depois da morte de Catra, por complicações de um câncer no estômago, alguns de seus 32 filhos procuraram o produtor e pediram para “fazer alguma coisa com as vozes do pai”.
Como fã, Papatinho sabia que talvez aquela seria a única oportunidade de fazer uma música de Mr. Catra, mesmo que póstuma.
“Achava que as vozes dele viriam limpinhas, mas na verdade não foi. Elas chegaram com áudio de WhatsApp, e a partir dali fui recortando, juntando as frases para fazer sentido”, disse Papatinho. “Mas sabia que tinha que colocar outros artistas para completar a música.”
É aí que Anitta entra na história. Papatinho contou que um dia ela estava no estúdio dele, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, e ouviu o esboço de música quando foi gravar uma outra canção.
“Ela apertou meu braço bem forte e disse ‘deixa essa música comigo, por favor’. E, na mesma hora, começou a escrever, no estúdio mesmo”, lembrou o músico revelado pelo grupo de hip-hop carioca ConeCrew Diretoria.
“Foi muito legal que ela teve a sensibilidade de alternar as vozes dele com a dela, e trazer mais o Catra vivo, como se ele estivesse no estúdio. Acabou que as vozes do Catra no aplicativo viraram uma música com a Anitta, Kevin O Chris, e YG, um artista internacional”, completou Papatinho.
Papatinho divide a conversa com Pedro Bial com o amigo L7NNON. O dono do hit Desenrola, Bate, Joga de Ladin, que explodiu no TikTok, aproveitou para falar sobre a vida antes de triunfar no rap, quando ainda queria ser skatista.
“Eu andava de skate, mas sempre gostei de ficar rimando, e os amigos que rimavam comigo me perguntavam o porquê de eu não fazer música. Aí, um dia, eu tentei fazer uma música, gravei e quando vi o pessoal estava me convidando para participar de outros projetos”, relatou.
Luccas Oliveira
Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.
Ver mais conteúdos de Luccas OliveiraTangerina é um lugar aberto para troca de ideias. Por isso, pra gente é super importante que os comentários sejam respeitosos. Comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, com palavrões, que incitam a violência, discurso de ódio ou contenham links vão ser deletados.
Ainda não tem uma conta?