Divulgação/Jacqueline Landvik
Cantora britânica conta que chorou durante a apresentação da brasileira no festival Coachella e explica planos para encontro no Brasil
Atração confirmada do Primavera Sound em São Paulo, Shygirl adianta planos de parceria com Pabllo Vittar. A cantora ficou amiga da brasileira e já discutiu o feat por mensagem, mas está esperando o momento certo. “Espero que a gente tenha tempo quando eu estiver no Brasil, porque não gosto de fazer tudo pela internet, quero curtir o processo”, adianta ela.
A britânica de 29 anos teve a chance de assistir ao show de Pabllo Vittar durante o Coachella. A reação foi surpreendente. “Eu me enchi de lágrimas. Isso não acontece normalmente. Fiquei mexida, porque senti que era um momento tão especial e ela estava 100% presente”, elogia Shygirl em conversa com a Tangerina. “Acho que o público vai curtir uma parceria se tivermos tempo. Pode não ser tão em breve quanto as pessoas querem, mas tenho certeza que vai acontecer.”
O cantora está confirmada para 5 de novembro no Primavera Sound, mesma data de Arctic Monkeys e Björk. Essa será a primeira viagem dela ao país. “Sinto que eu e o Brasil temos muito em comum. Existe um hedonismo e uma sensualidade que associo ao Brasil. e mal posso esperar para experimentar com as pessoas ao vivo”, explica Shygirl. “Estou pronta para ser inspirada pelo que o Brasil tem a oferecer.”
Antes do festival, Shygirl se prepara para o lançamento do seu primeiro álbum de estúdio. Com 12 faixas, Nymph tem previsão de ser divulgado em 30 de setembro. O projeto sucede os EPs Cruel Practice (2018) e Alias (2020). “O meu selo tinha falado de fazer uma mixtape, mas eu disse que queria um álbum, queria me desafiar”, relembra. “Para mim, esse álbum tem uma certa confiança silenciosa. Queria assegurar que eu tenho espaço como musicista, que eu pessoalmente acho que ninguém mais ocupa.”
Ouça Coochie (a bedtime story), de Shygirl
Música integra o primeiro álbum da cantora, Nymph
Conhecida como uma “It-Girl de Londres“, Shygirl costumava escrever músicas durante as viagens de ônibus e metrô pela cidade, influenciada pelo ambiente urbano. Durante a pandemia, encontrou uma nova criatividade ao compor Alias (2020) todo dentro de casa. Para o primeiro álbum, ela viveu uma nova realidade.
“Em junho, eu estava fazendo três shows por semana, além de entrevistas com a imprensa e trabalhando em videoclipes. Às vezes, é exaustivo, mas eu meio que gosto dos extremos”, conta. Os prazos apertados do novo projeto revelaram uma nova fonte de inspiração. “Se tenho pouco tempo para trabalhar em algo, tem que significar alguma coisa para mim. Não pode ser superficial, porque estou usando toda a minha energia para fazer ser real.”
Nymph repete parcerias com artistas que se tornaram amigos de Shygirl, incluindo a cantora e DJ venezuelana Arca, o produtor Mura Masa e o norte-americano BloodPop (que apareceu no último álbum de Beyoncé). “Através dos músicos com quem eu trabalho, encontrei quem eu sou e uma confirmação em o que eu tenho a oferecer”, explica sobre a fidelidade na escolha de parceiros.
As amizades então presentes desde o início da carreira de Shygirl, cujo nome de nascença é Blane Muise. Ela começou a fazer canções por diversão junto com o irlandês Sega Bodega em 2016. Desde o começo, os lançamentos aconteceram pelo selo Nuxxe, criado pela dupla com a francesa Coucou Chloe. A paixão pela música foi o que impulsionou que ela começasse a pegar alguns trabalhos como DJ. Dois anos depois, largou o trabalho em uma agência de design para seguir o novo sonho.
Desde então, Shygirl ganhou maior reconhecimento no cenário internacional com algumas parcerias, como Papi Bones, lançada por FKA Twigs. Agora, a cantora comemora o amadurecimento na profissão. “Eu não amava fazer shows no começo. Não me dava vida. Sentia que era algo que precisava ser feito, algo para o outro”, relembra. “Quando eu comecei a ajustar minha performance para o que queria ver, aproveitei mais. Está sendo legal ver o meu crescimento. É como quando você começa a ir na academia e vê os resultados. Se torna meio que viciante.”
Lucas Almeida
Repórter. Passou pela MTV Brasil e Veja.com. É fã de um pop triste e não deixa de ouvir todos os lançamentos musicais da semana.
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