Divulgação/Netflix/The WB
Everwood teve 89 episódios divididos entre quatro temporadas e foi sucesso no início dos anos 2000
Destaque da Netflix nos últimos anos, Virgin River conquistou os assinantes da plataforma com histórias típicas de novelas brasileiras. Dramas românticos e intrigas familiares situadas em belíssimas paisagens de uma cidade pequena movimentam a trama dos personagens. O que muitos não sabem é que, há 20 anos, a série que lançou a carreira de Chris Pratt já fazia tudo isso.
Hit teen do início dos anos 2000, Everwood (2002-2006) era um dramalhão novelesco que, por coincidência ou não, compartilhava muitas das características que fizeram Virgin River um fenômeno no streaming. Criada por Greg Berlanti, lendário produtor que se tornou um dos pilares do Arrowverse, a série comemora nesta sexta-feira (16) os 20 anos de sua estreia nos Estados Unidos.
Além de lançar a carreira de Chris Pratt, o drama tinha como protagonista outro destaque do MCU (Universo Cinematográfico Marvel): Emily VanCamp. Intérprete de Sharon Carter nos filmes dos Vingadores, ela deu vida a Amy Abbott, principal personagem feminina em Everwood.
O elenco da série dos anos 2000 também contava com Treat Williams, Gregory Smith, Tom Amandes, Merrilyn Gann, John Beasley, Debra Mooney, Stephanie Niznik (1967-2019) e Vivien Cardone. Foram 89 episódios divididos entre quatro temporadas, e Everwood deixou uma legião de fãs órfãos quando foi cancelada, em 2006.
O elenco principal de Everwood
Divulgação/The WB
Exibida no país norte-americano na extinta rede The WB, Everwood tinha como base uma trama muito parecida com a dos livros escritos por Robyn Carr que inspiraram Virgin River. Mas qual a semelhança entre duas? A Tangerina explica.
Everwood conta a história de Andy Brown (Treat Williams), médico que decide se mudar para uma pequena cidade no interior dos Estados Unidos após sua família vivenciar uma tragédia: a morte de sua mulher. Para aqueles que já não se lembram, este é o mesmo motivo que leva Mel Monroe (Alexandra Brickenridge), que ficou viúva, a trocar Los Angeles por Virgin River logo no início do primeiro episódio.
Apesar de serem produzidas para públicos diferentes –Virgin River é popular entre os adultos, enquanto Everwood priorizava dramas adolescentes–, as semelhanças entre as duas atrações não param por aí. Principalmente no que diz respeito às novas vidas de seus protagonistas após a mudança de cidade.
Na série da Netflix, Mel enfrenta dificuldades para se estabelecer profissionalmente na nova comunidade. Contratada como assistente de Vernon “Doc” Mullins (Tim Matheson), ela encara a resistência do médico veterano de Virgin River e troca farpas constantemente com o novo chefe em quase toda a primeira temporada.
No caso de Everwood, a vida de Andy não foi diferente no início. Por ser uma cidade minúscula, toda a população contava com apenas um médico de confiança: Harold Abbott (Tom Amandes), herdeiro de uma família devota à medicina. A chegada do protagonista logo cria um clima de rivalidade entre os dois, um obstáculo que só viria a ser superado após muitas brigas –tal como Mel e Doc em Virgin River.
Ephram (Gregory Smith) e Amy (Emily VanCamp)
Para os fãs de um bom romance, Virgin River sempre teve como carro-chefe a história de um casal considerado perfeito desde o primeiro episódio. Ao chegar na cidade, Mel conhece Jack (Martin Henderson), dono do bar local e solteirão mais cobiçado da região. Os dois logos se aproximam e formam o clássico casal romântico pelo qual o público torce.
Há 20 anos, os fãs de Everwood também tinha um casal preferido para chamar de seu. O par mais popular da série era formado por Ephram (Gregory Smith) e Amy (Emily), que se conheceram no colégio e passaram por muitas desventuras até finalmente se aproximarem. Já o protagonista Andy logo se apaixonou por Nina Feeney (Stephanie), a mulher de um paciente seu que enfrentava um câncer em estágio terminal –como sempre, desgraça pouca é bobagem neste tipo de atração.
Se a série veterana se destacou com um casal para cada público, Virgin River não fica para trás. Além de Jack e Mel, a produção da Netflix também investiu no par romântico adolescente protagonizado por Ricky (Grayson Maxwell Gurnsey) e Lizzie (Sarah Dugdale). Embora sem o mesmo carisma de Ephram e Amy, os dois têm lá a sua parcela de fãs para justificar as tantas idas e vindas da narrativa.
Doc (Tom Matheson) e Hope (Annette O'Tootle)
Divulgação/Netflix
Não é só de romances e troca-troca de casais que vive um bom novelão. Tanto Everwood quanto Virgin River contam com personagens veteranos que servem como conselheiros dos mais novos e, claro, alívio cômico entre uma situação e outra.
Duas décadas atrás, o casal de idosos Irv Harper (John Beasley) e Edna Harper (Debra Mooney) até enfrentava seus dramas dentro do relacionamento, mas a principal função de ambos era ser a voz da sabedoria na cabeça de Andy, Ephram, Amy e companhia. Já os moradores de Virgin River contam com Doc, Hope (Annette O’Toole) e a rabugenta Connie (Nicola Cavendish) para assumir esta dinâmica.
Na época de exibição, Everwood nunca conquistou o mesmo destaque que séries como Dawson’s Creek (1998-2003), The O.C. (2003-2007) e One Tree Hill (2003-2012). Duas décadas depois, os fãs das histórias de Andy e sua família podem dormir sossegados: Virgin River honra os mandamentos de um bom novelão e divide com fenômenos como Stranger Things, Cobra Kai e The Crown um lugarzinho no topo da preferência dos assinantes da Netflix.
André Zuliani
Repórter de séries e filmes. Viciado em cultura pop, acompanha o mundo do entretenimento desde 2013. Tem pós-graduação em Jornalismo Digital pela ESPM e foi redator do Omelete.
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