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Da'Jour Jones em Players

Divulgação/Paramount+

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Players: Série é Gambito da Rainha para o mundo de League of Legends

Com formato de documentário, série ficcional Players mostra bastidores de uma equipe de gamers profissionais que entra em conflito

Luciano Guaraldo

O universo do eSports movimentou mais de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) em prêmios apenas em 2021, mas muita gente ainda pensa que videogame é coisa de quem não tem nada melhor para fazer. A opinião desse público deve mudar depois de assistir a Players, série ficcional do Paramount+ que mostra os bastidores de uma equipe de League of Legends. E você nem precisa ser gamer para entender a história da produção!

“A gente se inspirou em O Gambito da Rainha [2020], a série da Netflix sobre xadrez. Eles nunca simplificaram as jogadas, é uma produção muito bem pesquisada, mas você não precisa conhecer o xadrez, saber o que é um gambito da rainha ou uma defesa siciliana para entender a história”, conta Tony Yacenda, que criou Players em parceria com Dan Perrault, à Tangerina. “A série era sobre os personagens, sobre suas relações. E a nossa também é assim.”

Players é apresentada como um documentário, com depoimentos dos personagens para a câmera –algo na linha de The Office (2005-2013) e Modern Family (2009-2020). Mas o formato documental teve outra influência: Arremesso Final (2020), produção sobre Michael Jordan que aproveitava gravações antigas do astro do basquete para mostrar como ele chegou ao auge no Chicago Bulls na temporada de 1997-1998.

É com base nas voltas ao passado para explorar o presente que a série conta a história da equipe Fugitive Gaming, que surgiu como uma promessa de League of Legends mas nunca conseguiu ganhar o campeonato mundial. A situação parece mudar com a chegada do novato Organizm (Da’Jour Jones), revelação de apenas 17 anos que faz sucesso como streamer de suas partidas online.

Mas o astro do time, Creamcheese (Misha Brooks), sofre para lidar com o novo contratado ao mesmo tempo em que sabe que sua carreira está chegando ao fim. E o técnico, Kyle (Ely Henry), amigo de faculdade do veterano, tem de acalmar os ânimos e conciliar os desejos do dono da Fugitive com o que ele considera melhor para o time. Tudo isso, claro, com muitas piadas costuradas.

“Tem algo muito engraçado no formato de documentários, que é colocar esses personagens ciente de que estão sendo gravados e achando que vão parecer descolados nas gravações, sendo que na verdade a intenção das câmeras é meio que ridicularizá-los. A diferença é que, ao contrário do Michael Scott [de The Office], os personagens não são iludidos. Eles realmente estão entre os melhores do mundo em um universo supercompetitivo”, explica Tony Yacenda.

Ely Henry e Misha Brooks em cena de Players

Amizade de Kyle (Ely Henry) e Creamchesse (Misha Brooks) é a alma de Players

Divulgação/Paramount+

Para Dan Perrault, Players pode ser apreciada principalmente por quem nunca viu um torneio de League of Legends na vida. “Esse era o nosso objetivo. Temos personagens muito emotivos na série, então você consegue perceber o que eles sentem um pelos outros e por si mesmos mesmo no meio de todo aquele linguajar especializado. E você ainda pode aprender algo sobre eSports, sobre o mundo dos jogadores profissionais e as subculturas à sua volta”, valoriza.

Os próprios criadores admitem que não eram exatamente fissurados em eSports quando desenvolveram a ideia da série. Mas, convidados para acompanhar um campeonato em Las Vegas, eles se encantaram por aquele universo. “Eu fiquei fascinado com a escala do evento. Conheci jogadores, ex-jogadores, comentaristas, cosplayers. E percebi que era muito similar aos esportes tradicionais, apesar de ser ao mesmo tempo tão diferente”, lembra Perrault.

Mas, se você acompanha League of Legends, a série também tem algo para te prender. “Players é, em sua essência, uma carta de amor ao esporte. Mesmo que façamos piadas às custas do Creamcheese, precisamos que o público esteja interessado na Fugitive Gaming. Nunca podemos brincar com o que está em jogo, que é a possibilidade de ganhar o campeonato mundial. O público precisa acreditar que isso é muito importante. E tem de torcer por essa equipe, como torceu pelos Dillon Panthers [da série Friday Night Lights]. A diferença é que essa meta é cercada por uns personagens mais bobos e por algumas piadas”, completa Tony.

Players faz parte do catálogo do Paramount+. Os quatro episódios iniciais da primeira temporada já estão disponíveis no streaming.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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