Divulgação/Warner Bros.
Problemas envolvendo Ezra Miller fora dos estúdios forçam a nova direção da Warner a reconsiderarem os rumos para o Flash e o universo da DC
O filme solo do Flash só vai ser lançado daqui a um ano, em 22 de junho de 2023, mas o futuro do velocista já virou uma dor de cabeça para a Warner Bros. Discovery. É que Ezra Miller, intérprete de Barry Allen, não tem apresentado um comportamento exemplar longe das gravações. Assim, a empresa trabalha com duas opções: demitir o ator ou “esconder” o longa com um lançamento direto na HBO Max e aceitar um prejuízo de US$ 200 milhões (mais de R$ 1 bilhão).
Segundo o site Deadline, que publicou um grande dossiê sobre o que acontecerá com The Flash, o lançamento do filme será o primeiro grande desafio de David Zaslav, que assumiu o comando da Warner após a fusão com a Discovery e tem cortado custos para maximizar lucros.
Zaslav já deixou claro que as propriedades da DC Comics estão entre suas prioridades e que ele planeja fortalecer o universo compartilhado de Superman, Batman, Mulher-Maravilha e outros grandes heróis –seguindo os passos daquilo que a Marvel tem feito com muito sucesso, e que a Warner não conseguiu construir de maneira coesa até o momento.
O CEO também demonstrou que não tem medo de interromper projetos para os quais não vê potencial: ele já cancelou o filme dos Supergêmeos, que seria estrelado por K.J. Apa (o Archie de Riverdale) e lançado diretamente na HBO Max.
De acordo com o Deadline, a Warner chegou a oferecer ajuda para Ezra Miller, mas os problemas envolvendo o astro não param. Ele já foi acusado de dopar e ameaçar menores de idade, foi gravado enforcando uma mulher e a empurrando ao chão na Islândia, e acabou preso duas vezes no Havaí por agressão.
Assim, David Zaslav precisa tomar uma decisão –e logo– sobre o que fazer com o filme do Flash e, ainda mais importante, sobre o futuro de Ezra Miller na Warner. A torcida nos corredores da empresa é para que o ator se comporte pelos próximos 12 meses para que a poeira abaixe. Mas isso, dado o seu histórico, parece improvável.
Uma opção seria lançar o filme sem o alarde que ele merece, cancelar a turnê de divulgação pelo mundo e, assim poupar Miller e a equipe de perguntas constrangedoras. Outra seria colocar The Flash na HBO Max, sem passar pelos cinemas, e assumir o prejuízo pelo orçamento bilionário do longa na expectativa de que a plataforma ganhe assinantes. De todo jeito, o ator dificilmente voltará para um segundo filme do velocista.
Vale lembrar que a Warner Bros. já tomou decisão similar quando os casos de violência doméstica envolvendo Johnny Depp vieram à tona: ele foi substituído por Mads Mikkelsen no terceiro filme da franquia Animais Fantásticos. A saga de Newt Scamander (Eddie Redmayne), aliás, também conta com Ezra Miller, que vive o misterioso Credence Barebone.
Luciano Guaraldo
Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.
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