NO PALCO

Leslie Odom Jr. e Lin-Manuel Miranda em Hamilton

Divulgação/Disney+

HÁ SETE ANOS

Hamilton: Rap mudou a Broadway, lançou astros e faturou R$ 4 bilhões

Maior fenômeno do teatro musical neste milênio, Hamilton tem ingressos que custam quase R$ 3 mil e criou promessas de Hollywood

Luciano Guaraldo

Principal fenômeno do teatro musical neste milênio, o espetáculo Hamilton fez sua estreia oficial na Broadway em 6 de agosto de 2015, há exatos sete anos. De lá para cá, já arrecadou US$ 752 milhões (aproximadamente R$ 4 bilhões, na cotação atual) apenas nas bilheterias de Nova York, transformou boa parte de seu elenco em astros de Hollywood e ainda mudou os palcos para sempre ao misturar História e rap de um jeito que nunca tinha sido feito.

Hamilton saiu da mente criativa de Lin-Manuel Miranda, ator que já tinha chamado a atenção dos amantes de teatro em 2008 com In the Heights. A primeira produção, apesar de levar o prêmio Tony de melhor musical, não fez muito barulho fora da comunidade, mas foi o suficiente para o compositor e dramaturgo ganhar o respeito de seus pares.

No mesmo ano, ele leu uma biografia de Alexander Hamilton (1755-1804), um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos. Inspirado pelo livro, Lin-Manuel Miranda escreveu um rap sobre o político e não demorou para perceber que havia material para produzir um espetáculo inteiro. Ele passou sete anos trabalhando no texto e nas músicas, até que Hamilton finalmente estreou no circuito off-Broadway em janeiro de 2015.

Elogiada pela crítica e com sessões esgotadas, a peça se mudou para a Broadway em julho em apresentações de prévia até fazer sua estreia oficial em 6 de agosto. O sucesso de manteve no novo teatro, e Hamilton bateu o recorde de indicações de um musical ao Tony Awards: foram 16 no total –mas, por ter mais de um ator indicado em duas categorias diferentes, o espetáculo só poderia levar 13 troféus. Venceu 11.

Até hoje, Hamilton está entre os ingressos mais disputados do teatro mundial. No site oficial, as entradas custam a partir de US$ 149 (R$ 778) –e isso para os piores lugares do Richard Rodgers Theatre! Por um assento nas primeiras fileiras, a plateia pode desembolsar até US$ 550 (R$ 2,8 mil). No Natal de 2018, a produção chegou a faturar mais de US$ 4 milhões (R$ 20 milhões) em uma semana.

Trampolim para o sucesso

Phillipa Soo, Renée Elise Goldsberry e Jasmine Cephas Jones em Hamilton

Phillipa Soo, Renée Elise Goldsberry e Jasmine Cephas Jones em Hamilton

Divulgação/Disney+

O sucesso de Hamilton fez Hollywood virar seus olhares para os atores do musical. Dentre os nomes do elenco, o mais conhecido até então era Jonathan Groff, que já tinha participado de Glee (2009-2015). Mas todos os outros também chamaram a atenção, a começar pelo próprio Lin-Manuel Miranda.

Enquanto ainda desenvolvia o espetáculo, o compositor fechou com a Disney para escrever as músicas de Moana (2016). A canção How Far I’ll Go rendeu a ele uma indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro. Ele também compôs para Star Wars: O Despertar da Força (2015) e A Ascenção de Skywalker (2019) e atuou em O Retorno de Mary Poppins (2018), para o qual também fez algumas canções.

Ah, e se você ficou com We Don’t Talk About Bruno entalada na cabeça em algum momento do último ano, pode culpar Lin-Manuel Miranda também! Ele foi o responsável por toda a trilha da animação Encanto (2021) e recebeu outra indicação ao Oscar por seu trabalho na bela Dos Oruguitas.

Achou pouco? O artista multitalentoso também fez sua estreia na direção de um longa em Tick, Tick… Boom! (2021), musical da Netflix indicado a dois Oscars e que rendeu um Globo de Ouro para Andrew Garfield. E ele ainda vai escrever novas canções para o live-action de A Pequena Sereia que a Disney prepara para o ano que vem.

Mas outros atores de Hamilton também migraram para o cinema e a TV após o sucesso do musical. Confira a lista:

  • Leslie Odom Jr. (Aaron Burr) foi indicado a dois Oscars por seu trabalho em Uma Noite em Miami… (2020) e vai atuar em Glass Onion, a continuação de Entre Facas e Segredos;
  • Phillipa Soo (Eliza Schuyler) atuou nas séries Dopesick (2021) e Iluminadas (2022) e dublou a animação A Caminho da Lua (2020) na Netflix;
  • Daveed Diggs (Marquês de Lafayette/Thomas Jefferson) atualmente é o protagonista de série Expresso da Amanhã, dublou o Ciborgue na animação DC Liga dos Superpets e vai reencontrar Lin-Manuel Miranda em A Pequena Sereia. Ele será o caranguejo Sebastião na adaptação;
  • Renée Elise Goldsberry (Angelica Schuyler) teve um papel importante nas duas temporadas de Altered Carbon (2018-2020) e atualmente é uma das protagonistas da divertida série Girls5Eva. Ela também estará em Mulher-Hulk: Defensora de Heróis;
  • Christopher Jackson (George Washington) logo conseguiu um papel no drama Bull (2016-2022) e, recentemente, esteve em And Just Like That…, spin-off de Sex and the City (1998-2004);
  • Anthony Ramos (John Laurens/Philip Hamilton) fez Nasce uma Estrela (2018) com Lady Gaga, protagonizou Em um Bairro de Nova York (2021) e estará no próximo filme de Transformers e na série Coração de Ferro, da Marvel;
  • Okieriete Onaodowan (Hercules Mulligan/James Madison) participou de Um Lugar Silencioso – Parte 2 (2020) e também fez parte do elenco principal de Station 19, spin-off de Grey’s Anatomy;
  • Jasmine Cephas Jones (Peggy Schuyler/Maria Reynolds) atuou no premiado História de um Casamento (2019) e é protagonista da série Blindspotting. Ela ainda ganhou um Emmy por seu trabalho em #FreeRayshawn.

E não dá para falar do elenco de Hamilton sem citar Ariana DeBose. A atual queridinha de Hollywood, ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante por Amor, Sublime Amor (2021), era do chamado ensemble do espetáculo –ou seja, ela não tinha um personagem de destaque, mas ajudava no coro e nas cenas de dança.

É possível ver a atriz em seus primórdios na apresentação de Hamilton disponível no Disney+. Seu próximo grande projeto é o filme de Kraven, o Caçador, situado no universo do Homem-Aranha. A estreia está prevista para 12 de janeiro de 2023.

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Luciano Guaraldo

Editor-chefe da Tangerina. Antes, foi editor do Notícias da TV, onde atuou durante cinco anos. Também passou por Diário de São Paulo e Rede BOM DIA de jornais.

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