MÚSICA

Melhores músicas de abril: Harry Styles puxa a lista com As It Was

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Lista

Para ouvir já: De Anitta a Harry Styles, as melhores músicas de abril

A Tangerina espremeu os lançamentos do mês e trouxe só as imperdíveis para você. Lista tem ainda Elza Soares, N.I.N.A, Megan Thee Stallion, Felipe Amorim e mais

O editor de música da Tangerina, Luccas Oliveira, e Nicolle Cabral, repórter de música
Luccas Oliveira e Nicolle Cabral

Pronto para atualizar sua playlist de melhores músicas com as novidades de abril? O mês teve Carnaval fora de época, álbum novo da Anitta, single de Harry Styles, discos de Camila Cabello e Chili Peppers… Foi intenso, sem dúvidas, mas também com muita música nova e boa chegando às plataformas de streaming.

Caso você tenha aquela sensação de que deixou passar alguma coisa, pode ficar tranquile. A equipe de música da Tangerina espremeu as melhores músicas de abril para você na lista abaixo. Compartilhe com os amigos! São 20 faixas, dez internacionais e dez nacionais.

Ah, e se você gosta de novidades musicais, a coluna Fresquinhas! deveria estar no seu radar. Toda sexta-feira, Dora Guerra seleciona o que merece (ou não) seu play.

Melhores músicas internacionais – abril de 2022

Harry Styles – As It Was

As It Was é o primeiro lançamento de Harry para seu novo álbum, Harry’s House. O britânico segue apostando —e acertando— numa vibe nostálgica. Neste caso, a canção vai para um caminho de synthpop, como se o A-Ha ganhasse um banho de loja (ou de carisma).

Harry Styles em cena do clipe As It Was

Assista ao clipe de As It Was

É a primeira inédita de Harry Styles desde Fine Line (2019)

É tudo muito gostosinho em As It Was. Especialmente a forma que Harry Styles entrega os versos com a tranquilidade de quem nunca se preocupa com os boletos no fim do mês. O fato é que os fãs amaram. A música dominou as paradas de sucesso no mundo em abril. (Luccas Oliveira)

Toro Y Moi – The Medium

Sim, tem uma faixa instrumental na lista de melhores músicas de abril. The Medium abre o novo disco de Toro Y Moi, MAHAL, lançado na última sexta-feira do mês. Pode soar arriscado começar um álbum com uma música sem letra, ainda mais sendo a função desta captar a atenção do ouvinte, Mas dê play nesta que você vai entender.

The Medium serve como o cartão de visitas perfeito para Mahal, dando o protagonismo para os efeitos de guitarra e uma batida repetitiva, mas grudenta. É quase como se o talentoso músico norte-americano abrisse a porta do carro e te convidasse: “vem comigo que vai valer a pena”. (Luccas Oliveira)

Megan Thee Stallion – Plan B

Eu adoro todas as Megans que aparecem por aí: a bem pop e divertida, a que faz clipes sensacionais como Thot Shit, a que toca piano com a bunda e por aí vai. Mas de todas elas, a mais talentosa e autêntica é a que aparece em Plan B.

Nessa música –brevemente cantada no Coachella, no final de semana passado– tudo denuncia anos 90: o sample (que é de Freek’n’You – Jodeci, faixa de 1995) e o flow, inclusos. O refrão tá lá pra cumprir papel, mas o principal é verso, verso, verso. Um belo de um “diss” pra quem quer que seja o coitado que inspirou a música, aliás. No conjunto, Plan B é facilmente uma das melhores faixas lançadas por Megan nos últimos anos. E dura menos de 3 minutos, o que te obriga a ouvir de novo, de novo e de novo. (Dora Guerra)

Angel Olsen – Big Time

Desde My Woman (2016), a cantora e compositora norte-americana tem provado que raramente erra em suas criações. Claro que você tem que gostar do estilo de difícil definição de sua música: é meio que um dream-pop obscuro, em que nada é óbvio, felicidade e melancolia se misturam e por aí vai. Agora, ela se prepara para lançar o quarto disco em seis anos, e a faixa-título, Big Time, aponta para um caminho diferente.

A capa é solar, ao contrário das anteriores, que queriam te estimular a vestir um casaco. A melodia e vocal de Olsen flertam com o country, algo novo em sua música, enquanto ela canta sobre perder e amar, e amar perdendo. Os sentimentos chegam ao ouvinte com uma sensibilidade e um apuro que tornam difícil não se comover.

Chlöe – Treat Me

Desde o lançamento de Have Mercy, Chlöe tem demandado atenção total. Na dupla com sua irmã Halle, ambas esbarram na sensualidade mas permanecem no território do R&B sugestivo, que mescla o popzão com o conceitual; sozinha, Chlöe é mais pé na porta, apadrinhada por Beyoncé, mas também mirando em Janet Jackson.

Essa postura —meio unapologetic, meio boss bitch e mais alguns termos que não se traduzem perfeitamente no português— aparece nitidamente em Treat Me, segundo single solo da artista. É daquelas faixas que pedem desesperadamente por um clipe (e o recebe em altíssimo nível); seguindo a linha de Bey, Chlöe é uma mulher que, ao entrar na sala, você só pede desculpas. Pra quem aprecia a tal da “pop perfection”, tá aí um prato cheio. (Dora Guerra)

Assista ao clipe de Treat Me

O single veio acompanhado de um clipe elegante

Daniel Caesar, BADBADNOTGOOD – Please Do Not Lean

Pra quem não reconhece o timbre delicioso de Daniel Caesar à primeira ouvida, ele é um dos responsáveis pelo brilho de Peaches, do Justin Bieber, mas reduzi-lo a essa faixa seria um desperdício de ouvidos. 

Daniel Caesar canta (sem esforço algum) muito mais que eu jamais cantarei em minha vida e em Please Do Not Lean, ele faz questão de mostrar exatamente isso. A faixa começa com um R&B tranquilão (e um pé no gospel) e lá pela metade, se transforma completamente, virando o que eu consideraria outra música. Aí, com um dedilhado contemplativo, múltiplas vozes e uma bateria sutil, você termina de transcender. 

Em suma: acho que vem um álbum por aí e eu tô mais que animada pra ouvir a voz do Daniel Caesar o dia inteiro no meu ouvidinho. (Dora Guerra)

100 gecs – Doritos & Fritos

O duo esquisito favorito dos jovens está ficando menos esquisito. O novo single ainda traz alguns sons ultraprocessados e vozes computadorizadas, mas é conduzido por uma baixo extremamente orgânico, com sabor de ska, num clima assumidamente roqueiro. A combinação entre futuro e passado é certeira e cria a música certa dos 100 gecs para você tocar numa reunião com os primos não escolados. (Luccas Oliveira)

Kehlani – Wish I Never

Quer saber se vai gostar de Blue Water Road, novo disco de Kehlani? Comece por Wish I Never. A faixa não tem um feat. de outro artista para te distrair e navega entre o R&B e um hip-hop que poderia ter saído da década de 1990. Em três minutos, Kehlani prova os diferentes alcances vocais. Ela canta suave quando quer, e entrega versos ágeis quando precisa.

A música ainda traz um sample de Children’s Story, clássico “infantil” do rapper britânico Slick Rick.

Camila Cabello – Everyone at this Party

A cantora cubana radicada nos Estados Unidos deixou o melhor do álbum Familia para o final. A faixa que fecha o disco é uma balada extremamente emotiva, centrada num violão delicado. Nela, Camila canta sobre um relacionamento em sua fase final, quando um dos envolvidos precisa de um tempo e o outro ainda está apaixonado. Os fãs entendem como uma indireta para Shawn Mendes. Mas o que importa mesmo é que o vocal quase suplicante da cantora conduz a faixa com maestria, especialmente por passar o sentimento de vulnerabilidade que a canção pedia.

Red Hot Chili Peppers – These Are the Ways

Dificilmente algum fã da banda ficou frustrado com Unlimited Love. O disco entrega, em 2022, basicamente o que fez a banda se tornar uma referência no rock mundial. Essa energia adolescente da Califórnia que quer pegar seu skate e saltar por cima de umas latas de lixo que aparecem no caminho. A volta do guitarrista John Frusciante e sua combinação com Flea, Anthony Kiedis e Chad Smith nos transportou diretamente para o começo dos anos 2000. E, se a MTV ainda existisse como naquela época, These Are the Ways seria hit mundial.

Melhores músicas nacionais – abril de 2022

Elza Soares – Meu Guri

Enquanto tivesse voz, Elza ia cantar. A gente sabia disso. Tinha tanto pra cantar que seguimos recebendo os presentes dela, mesmo que ela não esteja por aqui: saiu uma nova versão de Meu Guri, gravada no Theatro Municipal de São Paulo e agora lançada postumamente.

Não é a primeira, nem a segunda versão da cantora para essa música; na verdade, a faixa de Chico, mas quase inteiramente de Elza, serve quase como um marcador do tempo. Cada versão mostra uma Elza diferente, mais nova ou mais velha, olhando para o guri com mais carinho ou mais melancolia. 

Nessa última versão, vem a cereja do bolo: a voz que canta parece carregar um pouco de todas as Elzas, agora com o peso do tempo, mas a sensibilidade de sempre (e graves de arrepiar). É só ela e o piano, mas ela não chora como na versão de 97, nem declama como em outras, agora conta a história como uma mulher cicatrizada, sorriso de canto de boca, amor pelo guri. 

A mulher do fim do mundo nem cá está mais e ainda parece parar o mundo ao seu redor quando canta. Como pode? (Dora Guerra)

MD Chefe, Kloe – Burberry

A voz de MD Chefe é uma entidade inegável —maior que todos nós, dominante, sedutora. É impossível não se render a ela. Mas uma voz dessas não garante todo o sucesso que o artista vem tendo até aqui.

A real é que o cara tem um flow absurdo, do tipo que você assusta e ele já soltou cinco versos em sequência na maior tranquilidade do mundo. E, claro, com o charme do sorrisinho de lado, que transparece na música o tempo todo.

Em Burberry, esses pontos se sobressaem sobre um beat repetitivo que quase não incomoda. A brevíssima contribuição da rapper Kloe dá o toque final, criando aquela interação no clima flerte-desafio que só as melhores tem (pensei lá em Promiscuous, veja bem). Dá pra TikTok, também. 

Burberry já é hit e merece ser. E é assim que, depois de conquistar a Lacoste, MD Chefe vai se tornar rei de uma grife de cada vez. (Dora Guerra)

Cena do clipe de Burberry, de MD Chefe feat. Kloe

Assista ao clipe de Burberrry

MD Chefe mostra seu flow e o sorrisinho de lado em flerte com a rapper Kloe

Anitta – Gata

Quando saiu a tracklist oficial de Versions of Me, novo álbum de Anitta, Gata foi uma das faixas menos comentadas. Afinal, pouca gente conhecia o cantor Chencho Corleone e outros feats. pareciam mais atrativos. Mas logo na primeira audição, quando a música sucede o megahit Envolver, é impossível passar despercebida.

Gata é essencialmente um reggaeton, mas traz diferentes camadas de beats que se intercalam, chegando a ganhar um dedo de funk (assinado por Dennis DJ) no final. A letra é fácil de cantar e os vocais de Checho trazem uma dinâmica divertida para o andamento. O verão no Hemisfério Norte se aproxima e Anitta já começou a divulgar Gata como seu próximo sucesso, investindo no TikTok —como fez com Envolver. Tem tudo pra dar match. (Luccas Oliveira)

Simone & Simaria – Amiga

O fato de Amiga ter entrado nesta lista é fácil de se justificar. Duvida? Aperta o play no vídeo abaixo:

O plot twist, a performance, o andamento da letra… As irmãs Simone & Simaria, originais do forró eletrônico e hoje famosas no sertanejo, simplesmente entregaram tudo aqui. A faixa está no EP Bar das Coleguinhas 2. (Luccas Oliveira)

Felipe Cordeiro & Chico César – De Amor, Amor

Vezemquando Chico César aparece por aí (já surgiu até em um relato dominical do meu pai, contando que dava carona pra ele com alguma frequência) e, sempre que surge, é uma aparição. Dessa vez, ele surgiu nas redes sociais de Felipe Cordeiro, batendo um bom papo pandêmico sobre café. O café virou amor, amor.

A faixa é brasileiríssima com gostinho da parceria Norte-Nordeste, meio tradicional, meio moderninha. Tem um clipe gostoso de se ver, também: nada como uma dança nos azulejos enquanto pega sol. (Dora Guerra) 

Chico César e Felipe Cordeiro no clipe de De Amor, Amor

Assista ao clipe de De Amor, Amor

Canção é parceria de Chico César com Felipe Cordeiro

Jandaia – Estrago

Carro-chefe do disco de estreia do Jandaia, Estrago não dá nome só ao projeto, mas também o tom do novo grupo brasileiro. Com frescor e “malandragem”, eles apostam em ritmos da música alternativa, com elementos do pop, brega e funk. A canção discorre sobre um amor pra lá de envolvente,, que (quase) não te deixa fugir. Estrago apresenta as harmonias frutíferas —que se espalham para as demais canções— do quarteto. (Nicolle Cabral)

N.I.N.A – Matemática

Pele, disco de estreia da rapper carioca, foi uma grata surpresa do fim de abril. Pode se preparar para ouvir muito o nome de N.I.N.A, inclusive. Um bom aquecimento é a faixa Matemática, embalada pelo drill, subgênero do rap. Nela, a artista entrega timbre, flow e rimas espertíssimas.

Mesmo sendo de humanas, dá para entender a conta que ela faz. “E eu querendo 69/ Envolvida pelo sorriso do 157/ Porra, descobri que o bofe só tem 19/ Mó cara de tralha e eu ligadona que ele é 7/ Meteu sério “vem dar pro bandido de 18”/ e eu falando “Bofe, se liga, sou 22”/ Perguntou de onde eu era, falei “do corte 8”/ Liguei pra nada, deixa que resolvo depois”. Captou?

Mulamba, Luedji Luna – Bença

“Faz um tempo que o tempo passou/ E eu ainda sou criança/ Foi no tempo, o tempo te levou/ E eu só brinco de esperança”, cantam Amanda Pacífico, vocalista da Mulamba, e Luedji Luna, em Bença. O single marca um novo momento do grupo feminino curitibano, centrado na leveza e na reflexão. “O grito dá lugar às sutilezas, ao olhar pra dentro. Continuamos falando de nossas inquietações, mas também da importância do respiro, do afeto e do intangível”, explica Amanda.

O resultado é belíssimo e mostra que a “sutileza” pode impactar tanto quanto o “grito”. Deitadas sobre uma cama instrumental de cordas (com destaque para o violino) e synths, Amanda e Luedji, com seus timbres, são as intérpretes perfeitas para a canção. Palmas também para o vídeo que acompanha Bença, no qual Viviana Tatielle Rocha Medeiros traduz para Libras os versos da música.

Clipe de Bença, de Mulamba e Luedji Luna

Assista ao vídeo de Bença, com tradução para Libras

Viviana Tatielle Rocha Medeiros interpreta os versos de Mulamba

Felipe Amorim – No Ouvidinho

O single estar em primeiro lugar das 50 músicas mais ouvidas do Spotify e na nossa lista de melhores músicas de abril não é uma coincidência. O hit de Amorim é, realmente, um hit. Até Neymar fez dancinha da canção e mais de 196 mil vídeos no TikTok tinham a faixa como trilha sonora.

Mas a receita do sucesso não para por aí. O forró de Amorim combina quase tudo o que balança os quadris do brasileiro: pagodão baiano, brega, arrochadeira e pisadinha. Além do refrão inspirado em Misunderstood, de Bon Jovi, que volta a estreitar o laço do forró brasileiro com canções internacionais. (Nicolle Cabral)

Trecho do clipe de No Ouvidinho, de Felipe Amorim

Veja o clipe de No Ouvidinho

Música de Felipe Amorim mistura Bon Jovi e forró

L7NNON & Os Hawaianos – Desenrola Bate Joga de Ladin

Para aproveitar a volta aos anos 2000 na moda, estética e sonoridade, por que não uma parceira com Os Hawaianos? Fenômenos daquela década, o grupo voltou à ativa em 2021, com formação original, e o rapper carioca L7NNON sentou para gravar com eles.

O encontro resultou na presença no top 10 de músicas mais ouvidas do Spotify, além de uma coreografia viral no TikTok —que só de você ler o nome da faixa, já desenrolou, bateu e jogou de ladinho várias vezes. A Tangerina —e o resto do Brasil— já esperam a próxima parceria. (Nicolle Cabral)

Trecho do clipe Desenrola, Bate, Joga de Ladin

Passado e presente se misturam num dos hits do momento

Aprenda os passos de Desenrola Bate Joga de Ladin

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Luccas Oliveira

Luccas Oliveira é editor de música na Tangerina e assina a coluna Na Grade, um guia sobre os principais shows e festivais que acontecem pelo país. Ex-jornal O Globo, fuçador do rock ao sertanejo e pai de gatos, trocou o Rio por São Paulo para curtir o fervo da noite paulistana.

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